-Não.

-Como não?! É nítido a aura que você tem a sua volta.

-Que?

-Sim quando uma pessoa transa tudo fica reluzente a sua volta. Parece que o mundo esta em paz. E agora vejo duas coisas reluzentes. Mesmo de ressaca.

-Não sei do que você esta falando Luiz. Você esta muito chapado.

-Posso estar chapado, mas nunca cego.

Dei as costas para ele, enquanto picava alguns legumes. Logo a cozinha tinha um cheiro maravilhoso e todos estavam no balcão sedentos pela sopa de legumes revigorante de ressaca.

Me sentei na ponta oposta de Nathalie. Enquanto suas amigas estavam do seu lado. Falando sem parar o quanto a sopa estava boa com o pão, como eram gratas por isso. Porque se não iriam morrer de desidratação e fome.

Depois de uma boa refeição decidimos ir embora. O caminho foi barulhento de mais para algumas pessoas que até algumas horas atrás mal podia ouvir um simples barulho. Enquanto elas cantavam Confetti - Little Mix. Quando chegamos em casa fui para o meu quarto. Foi o primeiro momento que vi que estava sozinho. Ela e suas amigas foram dormir para descansarem.

Eu não conseguia dormir, então comecei a pensar sobre o campeonato e o frasco de remédio que me encarava a um bom tempo.

Meus pais sempre me disseram que eu fui uma criança problemática quando se diz a respeito a remédios. Tinha que ser sempre escondido, ou quando não cuspia o remédio, tinha de ser comprado com doces. Mas eu sabia que no fim eu tinha que beber e acabava cedendo. Mas agora que sou adulto e eu rijo a minha vida como bem eu quero eu posso simplesmente ignorar.

Mas ignora significa encurtar a minha vida. Viver em um mundo ao qual não posso ver Kevin surfar o seu primeiro campeonato, um mundo ao qual não vou poder acompanhar Aurora crescer, um mundo ao qual eu não a veja mais.

Mas estava em cima da hora. Não poderia começar a tomar os remédios agora. Eles me davam enjoos e tonturas. Um surfista não pode ficar tonto em cima da crista da onda. Somos como médicos temos de ser precisos e práticos.

Comecei lentamente retirar uma cápsula do remédio e tomar com um gole de água. Logo os efeitos iriam começar. Então deitei na minha cama que agora sem ela parecia tão grande e vazia.

Talvez eu sofresse mais que ela no final das contas.

Nossas vidas até o campeonato começar se resumia em gemidos, sexo, bons jantares, saídas e mais sexo. Todo o tempo do mundo parecia passar rápido de mais para marcamos um ao outro como brasa até o tempo acabar. Queríamos marca um ao outro. Não queiramos dizer adeus.

Em seus braços eu me sentia completo, em seu sorriso de satisfação pelo o jantar eu me sentia seguro, eu seus gemidos eu me sentia presunçoso, em seu olhar eu me sentia digno.

Com um braço esticado atrás da cabeça, e o outro puxo a mais para cima do meu peito. Aninhando como uma criança. Na escuridão da noite, depois de fazermos amor pelo o apartamento todo eu deixei uma lágrima cair enquanto o meu peito subia e descia pela dor de ter que deixa-la na manhã seguinte.

Ela dormia calmamente sobre a minha pele, deixando a mesma formigando. Eu sei que doeria pela manhã. Então não consegui dormir, tentando registrar todo o restante de minutos que eu teria com ela.

Mais uma vez a surpreendi-a com uma tábua de comida e flores. Enquanto comemos em silêncio com Tom em cima da cama, não ousamos falar sobre o voo, ou muito menos em adeus.

Enquanto ela tomava banho eu estava arrumando a minha mala. Separando uma roupa para viajar. Ela chegou com a toalha enrolada em seu corpo. Deixando a deslizar lentamente pelo o seu corpo, andando na minha direção. Tomando a minha boca em um beijo necessitado, em um beijo de despedida que iria quebrar ambos.

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