Cap 08

69 16 5
                                    

Anne

Tento mais uma vez ligar para Lindsay e não consigo, a ligação cai novamente na maldita caixa postal.
Estou com raiva e sem paciência, peguei um congestionamento que está me deixando presa a cerca de 40 minutos.

Lindsay não atende as minhas chamadas me sinto angustiada, não consigo avisar a ela que estou demorando, pelo horário ela já devia ter estranhado e ser ela a esta me ligando.

A única coisa que penso nesse momento é ter acontecido algo com Noah, mas não, claro que não, é só o psicológico de uma mãe abalada que não pode ficar muitos minutos longes a mais do seu filho que já começa a pensar em mil e uma coisas.

Respiro fundo ao perceber que o carro que está na minha frente andou mais um pouco e mais uma vez espero que ele continue andando, nada acontece. Bufo com raiva.

Olho para o céu observando o quanto a noite está bonita, hoje a lua está tão grande e o céu está repleto de estrelas, penso em Noah, no quanto ele iria gostar de apreciar essa vista, meu menino ama observar o céu.

Minha concentração é perdida ao escutar buzinas desesperadas atrás de mim, olho para frente e vejo que todos os carros começaram a se mover, obrigada Deus, muito obrigada.

Faço o contorno na pista voltando para o meu percurso dirigindo o mais rápido que consigo.

E foram exatamente 15 minutos demorados até chegar no meu lar. Coloco meu carro na garagem do condomínio e ando em passos rápidos até a minha casa. Destranco a porta e observo a sala, nenhuma movimentação, que estranho.

- Lindsay? - chamo pela babá dos meus filhos e começo a ficar aflita. Deixo as minhas chaves e minha bolsa em cima do sofá e subo as escadas indo em direção ao nosso quarto. Percebo a porta do quarto de Noah entreaberta e em passos largos ando até lá.

Abro a porta com o coração acelerado, estou aflita, temendo que algo muito grave aconteceu, até que vejo Noah deitado na sua cama com uma compressa sob a sua testa e Lindsay ajoelhada ao seu lado. Meu coração dispara e minhas pernas temem a ficarem bambas, corro até o meu filho e me abaixo ficando na altura do seu corpo. Toco na sua pele e percebo que está queimando em febre, olho para Lindsay e ela me olha assustada.

- Lindsay, o que houve? Noah está queimando em febre, porque não me ligou? - a babá dos meus filhos me olha assustada e baixa a cabeça com todas as minhas perguntas, as lágrimas escorrem pelo meu rosto ao ver Noah tão debilitado, preciso saber o que aconteceu.

- Anne, me perdoa. Ele chegou do passeio com o Gusttavo e ficou assistindo televisão.. não sei o que houve, mas eu o vi deitadinho encolhido no sofá e quando vi que já estava anoitecendo chamei ele para lanchar, não sei o que aconteceu. Ele simplesmente não respondia os meus comandos, estava molinho no sofá, queimando em febre, ele abriu os olhos mas seus olhos estavam sem cor, ele estava sonolento.... - ela para de falar para fungar um pouco, as lágrimas também já escorrem pelo seu rosto, a cada palavra que ela fala meu coração se desmonta completamente. - eu peguei ele e lhe dei um banho gelado, ele melhorou um pouco, abriu os olhos e falou comigo dizendo que estava com sono. Deitei ele na cama e fui pegar uma sopa quente, mas quando cheguei ele já estava dormindo de novo.. peguei uma compressa de água e coloquei na testa dele e já ia pegar meu celular para te ligar, ele ficou lá em baixo na sala. - ela baixa a cabeça desapontada, Lindsay não teve culpa de nada, infelizmente as coisas acontecem de uma hora para outra, sei o quanto essa mulher é competente no que faz.

Tento me acalmar um pouco, puxo a respiração e olho para o meu bebê, dormindo tranquilamente, mas ao tocar no seu corpo novamente sei que algo não está bem.

- vamos para o hospital Lindsay. - pego Noah no colo e descemos a escada ligeiramente, peço a Lindsay para pegar minha bolsa e celular no sofá, rapidamente conseguimos sair de casa e chegar até o carro.
Lindsay senta no banco de trás e eu deixo Noah em seu colo, ele abre seus grandes olhos azuis para mim, tão sem vida, tão sem cor, me parte o coração ao ver o meu bebê tão debilitado. Meu rosto se inunda de lágrimas novamente ao seu olhar se fixar com o meu.

- mamain? - chama meu nome ainda sonolento, sua voz sai fraquinha como se não tivesse muitas forças para falar.

- tudo vai ficar bem meu amor, a mamãe te ama. - beijo a cabeça de Noah e dou a volta pelo carro entrando no meu banco, passo o meu cinto de segurança e pego meu celular ligando para Gusttavo, deixo a chamada no viva voz enquanto saio em disparada em direção ao hospital.

- princesa? Estou chegando ..

- Gus, estou indo para o hospital, Noah está doente, me encontra lá porfavor. - peço com a voz já embargada, me sinto sem forças, nrsse momento preciso de uma zona de apoio e só Gusttavo consegue me fornecer isso.

- Anne, meu Deus, o que aconteceu? Estou indo, a gente se encontra lá.. só me fala se ele está bem, preciso saber alguma informação..

- eu não sei o que houve Gusttavo, cheguei em casa e ele estava queimando em febre, sonolento, não acordava, eu estou com tanto medo... - minha voz é embargada pelo choro e um soluço escapa de dentro de mim.

- ei, tudo vai ficar bem, você precisa ser forte Anne, a gente se encontra no hospital, eu amo vocês.

- a gente te ama Gus. - ele desliga a chamada e eu furo no meio do caminho cerca de 3 sinais, sei que fui imprudente e irresponsável mas quando a situação tem haver com Noah passo por cima de qualquer barreira que possa está na minha frente.

Chego no hospital em tempo recorde, a medida em que desço do meu banco Lindsay também desce segurando Noah, pego ele dos braços dela ainda sentindo seu corpo quente contra o meu. Acalento ele em meus braços e ele novamente abre seu lindo par de olhos azuis. Eu sorrio para ele e beijo a sua testa, tudo vai ficar bem.

- mamain, eu vi o papai... - Noah fala sonolento e eu paraliso. Fico estática no local, sem reação, do que ele está falando? Os batimentos do meu coração fica descompassados e eu seguro ele com mais força nos meus braços para não deixá-lo cair. Pisco os olhos diversas vezes pensando que tudo não passa de um sonho, mas nada acontece, olho para meu filho novamente, ele está ainda com seus olhos azuis abertos me fitando, minha voz simplesmente ficou embargada no meio da minha garganta, eu simplesmente não consigo falar.

- como Noah? - pergunto, ele me olha novamente, mexe suas mãozinhas uma na outra, seu olhos vão se fechando novamente e eu me desespero. Ando em passos largos para dentro do hospital com Lindsay, chego na recepção pedindo atendimento imediato, como pago plano de saúde para Noah me encaminham imediatamente para a sala de atendimento rápido.

São os cinco minutos mais longos da minha vida, ando de um lado para o outro com Noah em meu colo, as palavras que ele falou grudam na minha cabeça e eu me sinto nesse momento completamente sem reação. Me sinto impotente, me sinto sem forças, me sinto como se fosse a pior mãe do mundo.

Escuto o barulho da porta de abrindo, olho para lá com expectativa, Gusttavo entra, ele me olha desnorteado, corre até a mim e me abraça.

- Anne meu Deus, vim o mais rápido que deu, o que aconteceu? - Gusttavo pega Noah nos braços e eu me sento no sofá desnorteada, minha voz está entalada na minha garganta, não consigo falar, não consigo expressar o que eu estou sentindo, pisco os olhos várias vezes e sinto as lágrimas queimarem a minha pele. Passo a palma da mão no meu rosto e nada adianta, elas insistem em continuar rolando, eu sou uma péssima mãe é só no que penso nesse momento.

Não revisado, contém erros ortográficos.

Estão gostando? 😍

Um anjo sem asas: o meu tem os olhos azuis Where stories live. Discover now