Depois de dias fugindo seu corpo não suportava mais levar tiros e ser socado em lutas. Quando despistou o último inimigo, você chegou até o esconderijo que usou por anos na Rússia. Embora dividisse com alguns aliados antigos, tirou a arma da calça e entrou com cautela. O prédio abandonado ainda era o mesmo com paredes descascadas e um corredor sem energia.
Depois que abriu a porta, ela rangeu. Seus passos eram calmos no piso enquanto seu coração batia forte. Você apontou a pistola para cada cômodo que entrava, até que chegou no quarto que ainda tinha o seu cheiro. Prestes a apertar o gatilho na direção da janela, você ouviu alguém coçar a garganta.
Ao invés de atirar, você retirou uma faca presa na calça e jogou na direção da voz. O objeto cortante perfurou o braço do sofá em que Bucky estava deitado. As penas se espalharam no ar quando a lâmina rasgou o estofado.
Enquanto você bufou de raiva, ele deu um sorriso.
— Não devia estar aqui.
— Esse lugar também me pertence. — você disse largando a arma em cima do móvel.
— E o ciclo se repete... desaparecemos, fugimos, matamos e quase somos mortos... mas alguma hora retornamos para um descanso. Bom te ver.
Essa parte você ainda não havia pensado. Não sabia como seria reencontrar com Bucky. Ambos viveram no passado sendo controlados e usados como armas, agora a vida se resumia em fugir disso.
— Somos sobreviventes. — você respondeu tirando a blusa manchada de sangue. — Já é lucro estarmos respirando, Barnes.
Ele sentou no sofá e tirou a faca que você atirou no estofado.
— Bem afiada... por onde andou? — ele perguntou alisando a lâmina com o dedo.
— Não é da sua conta. Tem comida aqui?
— Para de falar. — ele mandou jogando a cabeça para trás.
— Para de agir como se não se importasse. Eu e você sabemos que não superou a gente ter se separado!
— Juntos, podíamos ter cuidado um do outro. Mas você me deu as costas e preferiu enfrentar o mundo só. — ele disse e levantou do sofá frustrado. — E não tem comida, só alcool!
Você o seguiu para a cozinha planejando se embebedar e esquecer a vida que levava. Enquanto Bucky encheu um copo você pegou a garrafa da mão dele e virou na boca.
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— Vamos esquecer que se amamos e nos matamos ao mesmo tempo. Só bebe...
— Tem usado o sigilo... não vi notícias anunciando sua cabeça como prêmio. — ele retrucou mudando o assunto. Você sorriu.
— Sempre fui melhor em disfarces. Já você... estão sempre atrás querendo fazê-lo pagar pelas atrocidades que o Soldado Invernal fez. Vivem falando mal pelas suas costas...
Ele deu um sorriso ladino e largou o copo.
— E como é a vista?
Ele se virou de costas te fazendo gargalhar alto.
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— Maravilhosa, soldado...
Você largou a garrafa no balcão e puxou Bucky pelo braço com brutalidade. Ele entendeu o recado na mesma hora e pressionou seu corpo contra a parede segurando sua cintura. Aqueles olhos da cor do céu pareciam te consumir.
— Sabia que não ia demorar muito...
— Cala boca. — você ordenou o beijando ferozmente.
