cap 26

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Boa leitura. ❤️

Depois de terem alcançado o ápice por duas vezes, Xiao e Yibo ficaram calados por um longo tempo… Xiao tentava se convencer de que aquilo que o homem disse era verdade enquanto Yibo tentava convencer-se justamente do contrário.

Ele não poderia ter falado aquilo.

Por que diabos, falara? Não deveria confiar nele, não deveria abrir-se para ele daquele jeito… Não fora educado para aquilo. Ele era uma mafioso, um criminoso, um assassino. O que passou pela sua cabeça, quando decidiu chamar um policial para vivenciar o seu dia-a-dia?

Sentiu-se estranhamente sem chão, como se houvesse sido dragado para uma outra realidade, totalmente diferente da sua, e só se desse conta agora.

Como? Como ele conseguiu falar que confiava nele? Quer dizer, ele poderia mesmo confiar nele? Deveria?

– Eu estou preocupado, Yibo – O mafioso ouviu a voz masculina, mas não se moveu um centímetro sequer – Eu não entendo porque aquele maldito motoqueiro erraria um tiro propositalmente... O que ele quis dizer com isso? E que relação existe entre ele e nossos perseguidores?

Yibo prontamente ignorou as indagações, deixando que morressem como se fossem perguntas retóricas. Ele estava abalado demais no momento para pensar em qualquer coisa que não fosse a burrice que acabara de cometer.

Apesar de ter seu corpo nu ao lado do de Xiao, o que de fato incomodava o mafioso era a nudez que sua alma parecia ter adotado. Ele sabia sobre o estupro e para completar ele falara audivelmente que confiava nele.

Fez uma careta, torcendo para que aqueles últimos fatos fossem um pesadelo, aquele sentimento de invasão se esvairia assim que ele abrisse os olhos novamente. Mesmo que tentasse acreditar na hipótese, sabia que não era verdade. Aquilo tinha acontecido e ele nunca esteve tão confuso, nunca se sentiu tão incapaz para ler os seus próprios pensamentos.

Impelido pela vontade de tampar-se novamente, de delimitar uma distância do que se passava dentro dele, para o que ele deixava vir a tona, Yibo resolveu se levantar daquela cama. Foi quando, em decorrência de uma pontada na perna, ele soltou um gemido de dor, trazendo
automaticamente toda a atenção do federal
para ele.

– O que foi?

Yibo mordeu o interior das bochechas, prendendo um novo gemido. Aparentemente tinha abusado demais com as atividades dessa noite. Seu sangue  molhava a gaze que foi posta por Vitor.

O federal levantou da cama, encarando o curativo sujo de sanque.

– Eu deveria ter sido mais cuidadoso! Que porra eu estava pensando! Eu vou cuidar disso.

E agora, enquanto ele fazia um novo curativo, se desculpava incontáveis vezes. 

– Perdão... – O federal sussurrou mais uma vez, terminando de limpar o sangue que voltava a sair lentamente.

– Só faz outro curativo.

Xiao, que começava a enrolar a coxa dele com gaze limpa, lançou um olhar para as feições duras que Yibo adotara.

– Eu tenho que me desculpar, não vê? Seu ferimento estava praticamente cicatrizado!

Yibo soltou um gemido raivoso.

– Pare de me tratar como se eu fosse feito de papel, Agente! – ele capturou os olhos dele com os seus, para depois afirmar pausadamente – Eu. Não. Sou. Frágil.

Xiao rapidamente sentou-se na cama e capturou o rosto dele entre as suas mãos.

– Você, Yibo, é o homem mais corajoso que conheci em toda a minha vida. – O hálito dele acordava sensações em sua ereção. O desejo que Yibo julgava ter saciado por essa noite. – O que não quer dizer que você não mereça ser cuidado, que não possa ter seus momentos…

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