Cap 4

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Não era uma surpresa para Yibo que ele e o agente iriam se encontrar novamente. Na verdade, após refletir muito sobre por que diabos ele o deixara vivo, concluiu que foi pelo prazer de ver a sua cara de novo.

Entretanto, o homem estava sorrindo desafiadoramente em sua porta, como se não recordasse que tinha sido rendido por Yibo não mais que doze horas antes. E ainda possuía a audácia de sugerir coisas...

Yibo fixou o olhar no Agente tentando mantê-lo frio como sempre, mesmo que a sensação estranha na sua bermuda houvesse retornado e seu sangue borbulhasse de ira por isso.

- Posso entrar? - Xiao perguntou, arqueando as sobrancelhas. Tal gesto fez Yibo refletir se aquele não era um bom momento para colocar uma bala entre elas.

Yibo pensou internamente as consequências de bater a porta contra a expressão presunçosa do Xiao e dar meio volta. Mas, em vez disso, ele simplesmente encostou-se à parede, dando espaço para o corpo másculo de Xiao atravessar a porta. No fundo, estava curioso sobre o que o homem tinha para dizer.

O Agente adentrou lentamente o recinto, dando tempo para que Yibo passasse à sua frente. Olhou para os pés que se encontravam descalços e notou que, mesmo vestido como qualquer cidadã de bem, aquele homem ainda possuía certa superioridade dentre os demais.

Yibo virou-se para ele e iria começar a dizer alguma coisa quando ambos ouviram uma nova voz, vinda de algum outro cômodo da casa.

- Cara, eu ainda estou com raiva de você! Mas tenho que te dizer... Ontem eu fiz sexo, com um homem muito gostoso! - Ao gritar para quem quisesse ouvir o que tinha aprontado na madrugada, o rosto radiante de Vitor, que estava com uma pequena toalha secando os cabelos, apareceu por uma porta.

Ao ver o homem desconhecido no recinto seu sorriso murchou, percebendo o que acabara de falar. Deu um passo vacilante para trás e reparou na figura masculina, deixando que seu queixo caísse levemente no processo. Yibo o amaldiçoou. A última coisa de que precisava era que Xiao possuísse mais um motivo para sorrir presunçosamente.

- Esse é o agente Xiao Zhan, Vitor. - Yibo quase sorriu quando a expressão do Vitor mudou, e ele começou a encarar o homem primeiro com os olhos arregalados, para depois estreitá-los lentamente.

- Prazer, agente Xiao Zhan. - Ele sorriu brevemente e estendeu a mão. Vitor caminhou duramente até ele e aceitou a mão máscula, apertando-a com força, ou com toda a força que alguém como ele poderia exercer.

- Desprazer, Vitor. - Xiao arregalou os olhos e vislumbrou um Yibo que jamais admitiria, mas estava se divertindo imensamente. - Me explique, senhor Zhan, por que eu deveria ficar feliz em conhecer a pessoa que não pensou duas vezes antes de destruir o meu carro?

Xiao riu um pouco, recordando-se de que o Porshe vermelho pertencia a Vitor, mas voltou a ficar sério quando o homem à sua frente cruzou os braços e estreitou ainda mais os olhos.

- Não vejo graça alguma, agente. A única coisa que penso é no estado do meu carro, enquanto conversamos. - Ele olhou para Yibo e depois para o Xiao novamente. - Vocês dois são culpados disso.

Yibo revirou os olhos e foi para a cozinha, que era separada da sala por uma bancada. Precisava urgentemente fazer o seu café.

- Você não tem seguro? - arriscou Xiao, mesmo que soubesse que aquilo não representava um problema. Um homem com o dinheiro que aquele certamente possuía poderia arcar com os reparos do carro sem precisar de um plano de seguros.

- O que há com vocês dois? Vocês não enxergam o valor sentimental das coisas? - ele perguntou num tom de voz quase choroso. Xiao não pôde deixar de notar o quanto Vitor e Yibo eram diferentes. Perguntou-se como eles se suportavam.

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