Minha Sadie

Capítulo 6

Eu sentia o meu corpo todo doer, não era a primeira vez que isso acontecia dês do dia em que eu comecei a passar mal e ter dores fortes no abdômen.

Abri meus olhos calmamente e depois fechei novamente por conta da claridade forte. Ouvia uma barulho irritante e bem conhecido por mim, máquinas malditas.

Quando abri meus olhos permanente, virei minha cabeça vendo o homem moreno sentado ao meu lado. Ele me olhava meio apreensivo.

__ S-senhor Aron...?__ falei com a voz fraca.

__ Olá, Sadie.__ ele sorriu fraco.

__ O-o que está fazendo aqui?__ minha voz saiu fraca e baixa.

__ Eu vim ficar com você.

Franzi a testa. Ele segurou minha mão que estava com um negócio grudado em meus dedos. Ele levantou minha mão bem devagar e depositou um beijo calmamente nela.

__ Eu gosto de você, Sadie.__ minha testa se franziu mais ainda.

__ Gosta...? Por que?

__ Eu sempre gostei de você. Dês de quando você era uma garotinha linda dos cabelos ondulados e loiros. Eu morava ao lado da sua casa, se lembra do lobo branco?

Oh, eu me lembro!

__ O lobo era seu?

Vi ele rir negando com a cabeça.

__ Depois conversamos sobre isso, eu vou avisar ao médico que você acordou.

Ele se levantou saindo do quarto. Eu não estava muito bem para digerir as palavras que ele havia falado, então simplesmente não liguei fechando os meus olhos.

__ Ué, você disse que ela estava acordada.__ ouvi a voz de um homem dizendo.

__ Eu estou acordada.__ falei abrindo os olhos.

Um homem alto, negro e careca apareceu em meu campo de visão. Ele começou a me fazer algumas perguntas e também alguns sermões sobre como eu não posso parar de me alimentar.

__ Se você continuar sem comer, vamos ter que colocar uma sonda em você. Pense um pouco no seu bebê.

Abaixei os meus olhos envergonhada, eu sou uma péssima mãe...

Quando médico saiu, Aron se sentou ao meu lado e olhou em meus olhos.

__ Ele não sabe o que fala. Ao meu ver, você é uma ótima mãe. Eu vejo o quanto se mata de trabalhar, não acho que seja somente por você....__ eu suspirei e ele mudou de assunto.__ vão trazer uma sopa para você, sente fome?

__ Não.

__ Mas você precisa se alimentar, não ouviu o que o médico disse?

__ Eu não consigo comer, ainda mais essas comidas de hospitais.

__ Não deve ser tão ruim.

(...)

__ Isso realmente não é gostoso.__ ele riu e ao mesmo tempo fez uma careta quando dei uma colherada de sopa para ele.

__ Eu falei!__ sorri.

__ Mas vai te fazer bem. Eu prometo que se você comer tudo, ou pelo menos tentar, eu compro tudo o que você me pedir.

__ Você está sendo legal demais comigo. Ninguém nunca foi tão legal assim, tirando a Ingrid.__ falei a última frase para mim mesma.

__ Eu já lhe disse. Eu gosto de você, Sadie.

__ Isso é um pouco confuso para mim.

__ Quando você estiver melhor e longe daqui, iremos conversar.__ concordei com a cabeça e voltei a comer aquela sopa horrível.

Quando terminei e deixei apenas duas colheradas de sopa no prato, Aron tirou o prato do meu colo junto com a bandeja e colocou em outro lugar. Me endireitei naquela cama meio dura e senti os meus olhos pesarem, eu nem havia percebido o quanto eu estava cansada nesses últimos dias.

__ Pode dormir, vou estar resolvendo tudo por você.__ ouvi sua voz fraca, mas nem me importei já que eu estava quase dormindo.

Senti uma mão entrar em meu coro cabeludo de uma forma deliciosa. Eu pude sentir os meus lábios formarem em um sorriso pequeno.

Aron:

Ela dormia tão tranquilamente que a sua respiração estava extremamente profunda. Eu sorri e apaguei a luz do quarto saindo para poder resolver o que eu tinha que resolver.

Fui até a casa de Sadie e falei um pouco com Ingrid, ela me informou sobre algumas coisas sobre Sadie e que ela realmente não havia como pagar as quimioterapias e as cirurgias que ela tinha que fazer.

Descobri que quem pagava antes era a Ingrid, mas agora ela também não tinha mais condições de pagar tudo.

Fui até o hospital onde a encontrei pela primeira vez, assinei um contrato onde eu iria pagar tudo o que ela precisasse. Não saiu barato, mas eu faria tudo por ela.

Pedi para que dissessem que foi uma doação anônima e que o hospital poderia arcar com o seu tratamento. Se ela ficasse bem, eu estaria bem também.

Quando voltei ao hospital, ela continuava dormindo. Eu acabei dormindo na cadeira que estava ali ao seu lado, ficaria ali com ela o tempo que eu precisasse.