Minha Sadie

Capítulo 5

Um mês havia se passado e eu estava cada dia mais aflito querendo minha Sadie ao meu lado. Meu lobo clamava por ela o tempo todo, principalmente a noite. Ele ficava extremamente agitado e nervoso querendo sair para fora e ir atrás dela... Momentos complicados em que eu tenho que manter a calma e o controle.

__ Vocês não tiveram nenhum momento mais próximo dês de quando você comprou o lugar onde ela trabalha?__ minha mãe perguntou sentando ao lado do meu pai.

__ Não. Ela é uma funcionária muito boa, nem da muita atenção para outras coisas.

__ Você ainda continua a seguindo?__ agora foi a vez do meu pai perguntar.

__ Eu não estou a seguindo! Estou somente... Cuidando dela.

__ Sabemos...__ minha mãe falou com um sorrisinho.

Olhei para o lado vendo o panda vermelho caminhar até nós com um pedaço de bambu nas mãos, estava devorando todo o bambu.

__ Miguel! Para de comer o meu bambu!__ minha mãe correu atrás do meu irmão que saiu correndo com o bambu em mãos.

Meu pai bebeu um gole da sua cerveja me olhando, eu sabia que ele iria dar aquele discurso de como eu deveria conquistar ela e não foder com a vida dela e blá blá blá.

__ O que foi?__ perguntei.

__ Acho que você está bem fodido.

__ Eu tenho certeza.

__ Sua mãe me disse que o caso dela é delicado... Eu não perderia tanto tempo assim, você já perdeu um mês.

Olhei para a lata de cerveja qua estava em minha mão esquerda e levei até a boca. Meu pai tinha razão, eu estava perdendo muito tempo parado sem fazer absolutamente nada por ela e nem estando com ela.

__ Eu tenho que ir á um lugar.__ falei me levantando.

__ Vai ir atrás dela?__ meu pai perguntou.

__ Eu vou...

Peguei as chaves do meu carro que estavam em cima da mesa de centro da sala, falei para o meu pai se despedir da minha mãe por mim, a viagem é longa.

Entrei no meu carro e comecei a dirigir novamente para a cidade, eram duas horas de viagem, mas pela minha rápidez eu tinha certeza que chegaria antes.

Eu não sabia bem o que eu iria fazer, mas quando eu cheguei na porta da sua casa toda a coragem que eu tinha morreram. As palavras que eu tinha ensaiado em minha mente desapareceram e no lugar delas o meu corpo ficou tenso e nervoso... Eu estava com medo, mais medo ainda por conta da ambulância que estava na porta de sua casa.

Saí do carro e caminhei até uma senhora que segurava o bebê de Sadie em seu colo.

__ Boa noite senhora, o que houve?__ perguntei tentando soar quem não quer nada.

__ Eu te conheço?__ mulher inteligente...

__ Não, mas Sadie conhece. Sou o chefe dela.

__ Oh.__ ela levantou as sobrancelhas.__ bom, já que você a conhece eu posso lhe dizer. Como você é o chefe dela, deve saber que ela não anda muito bem... Quando eu cheguei aqui ela estava desmaiada no chão.

Meu peito se apertou de uma forma nada boa. Meu lobo se revirava me mordendo implorando para irmos até a nossa companheira.

__ Onde ela está agora?__ perguntei.

__ A ambulância irá levá-la até o hospital, ela já está lá dentro.

__ Você irá com eles?__ perguntei.

__ Não, eu tenho que ficar com o bebê.__ ela apontou para o menino que dormia em seu colo.

__ Eu posso ajudar se quiser, posso ir com ela.

__ Eu agradeceria muito, ela é como uma filha para mim.

Antes de ir para o meu carro, falei com um dos médicos que estavam por ali e disse que iria acompanhá-los.

{...}

Depois de um longo tempo esperando, eu pude entrar na sala onde ela estava. Ela estava dormindo enquanto remédios eram injetados pela sua veia.

Acariciei seu rosto calmamente, ela tem a pele tão macia... Ela é tão linda.

__ Boa noite.__ ouvi alguém falando atrás de mim.

Me virei vendo um médico.

__ Boa noite.

__ O que você é da paciente?__ ele perguntou enquanto caminhava até a Sadie.

__ Sou... Sou namorado dela!__ se eu dissesse outra coisa, talvez ele não deixasse eu ficar.

__ Você sabe como é o caso dela?__ ele perguntou.

__ Sei...

__ Eu conversei com o médico que está responsável pelo caso dela, as coisas não estão indo muito bem e quando ela parar de fazer a quimioterapia irá morrer depois de alguns meses.

Esse cara fala sem um pingo de pudor ao próximo...

__ Ela não irá parar de fazer a quimioterapia!

__ O doutor disse que ela não tem mais condições de pagar.__ ele franziu a testa enquanto analisava alguma coisa nela.

__ Eu vou pagar.__ vi um pequeno sorriso surgir nos lábios do médico. Que homem estranho.__ como ela está?

__ Está bem, ela não anda se alimentando corretamente, por isso o desmaio. Tivemos que dar esse soro a ela para ela ficar mais forte e a pressão subir, mas se continuar não se alimentando irá ter consequências piores.

__ Eu vou cuidar disso.

Ele concordou e saiu da sala dizendo para eu ficar de olho nela. Eu me sentei ao seu lado em um pequeno sofá que havia ali e fiquei a olhando por um bom tempo, nem eu sei por quanto tempo fiquei.

Vi seu rosto mudar a expressão e ela se remexer, estava acordando... O que eu diria para ela agora...?