Capítulo 24

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Quando Lan Zhan acordou, ele estava em sua cama, ao olhar para um de seus lados, viu que era 6:02 da manhã, do seu outro lado, estava Wei Ying, dormindo despreocupado, de boca aberta. Lan Zhan acariciou o rosto de seu amado e quando fez isso, notou a delicada aliança dourada em seu dedo anelar.

-Lan Zhan… - resmungou o outro - Ainda é cedo…

O Lan sentiu uma enorme vontade de beijá-lo, Wei Ying estava tão adorável… Então ele subiu no colo do esposo e lhe encheu de suaves beijos até que ele começou a rir e abriu os olhos.

-Você nunca desiste, não é? - perguntou preguiçoso - Agora vai ter que lidar com as consequências! - disse invertendo as posições, foi a vez do Lan ser enchido de beijos.

Wei Ying sentou em seu colo e foi abrindo cada botão da camisa de seda azul escuro do pijama.

-É hora do café da manhã. - anunciou, cheio de malícia, no ouvido alheio, descendo uma trilha de beijos e mordiscadas pelo pescoço e peito, até chegar no cós da calça que era feita do mesmo material que a camisa, ele mordeu o lábio inferior com desejo e acariciou a protuberância que estava rígida abaixo do tecido, primeiro com as mãos e depois com a bochecha - Você é um safadinho, Lan Zhan, todo dia acorda duro, todo dia me usa desse jeito. Me sinto uma vadia. - reclamou fingindo tristeza.

-Não seja por isso, me deixe ser sua vadia então. - disse mudando de novo as posições, foi a vez dele brincar, o pijama do Wei era do mesmo modelo, porém, na cor preta, o problema é que tinha que estar muito frio para aquele homem usar camisa e não era o caso, seus músculos fortes e saudáveis estavam totalmente à mostra. Lan Zhan o beijou e mordiscou inteiro, deixando marcas novas por cima de marcas anteriores que nem haviam sumido ainda.

-Que delícia… - gemeu o Wei enquanto suspirava.

O outro abaixou as calças alheias rapidamente, aquele membro também estava rígido e pulsante, Lan Zhan o tomou em suas mãos e o beijou, roçou seus lábios sobre a glande e então finalmente o abocanhou enquanto dois de seus dedos trabalhavam eficientemente na parte de trás.

Os gemidos do Wei não eram nada sutis, ele não ligava a mínima para os outros moradores da casa, se pudesse, teria uma tatuagem na testa escrito "Fodo com meu marido diariamente".

Quando os dois terminaram sua brincadeira matinal, tomaram um longo banho juntos e se vestiram. As roupas de Lan Zhan eram uma calça bege de alfaiataria com botões nos tornozelos, o que deixava seu corpo ainda mais alongado e bem desenhado, e uma camisa azul clara de botões. Já o Wei, pegou uma camiseta vermelha velha e um macacão cinza surrado e manchado de tinta. Enquanto o cabelo de um estava perfeitamente penteado num rabo de cavalo baixo, o do outro, era um caos emaranhado numa espécie de coque.

-Quer que eu penteie seu cabelo? - ofereceu o Lan observando aquele ninho de rato.

-Não se preocupe, você vai se atrasar mais, não é bom deixar sua nova turma esperando. À noite nós resolvemos isso. - disse dando-lhe um beijo.

-Vai ao ateliê hoje?

-Sim, tenho aquela encomenda para terminar. Depois vou passar na delicatessen, o A-Cheng me pediu para ajudar ele com alguma coisa, nem sei o que é ainda, espero que não seja para esconder um corpo. - brincou.

-Se tiver problemas, me ligue.

-Ah Lan Zhan, relaxe.

Eles saíram do quarto e encontraram XiChen pondo a mesa do café da manhã, JingYi e SiZhui discutiam algo sobre a aula enquanto ajudavam o tio a arrumar tudo.

-A-Zhan, estamos quase atrasados. - o mais velho estava vestido de forma similar ao irmão e os dois meninos usavam o uniforme da escola.

-Não olhe para mim! - brincou o Wei sentando-se à mesa - É seu irmão que é insaciável.

-Wei Ying! - repreendeu o cunhado - Ninguém quer saber das intimidades de vocês.

-Você que começou. - brincou - Dormiram bem, crianças?

-Sim… - responderam os dois ainda constrangidos.

-Vocês têm planos para a noite? - perguntou XiChen ao irmão, com medo da resposta que o cunhado pudesse dar.

-Até o momento, não. - respondeu servindo-se do desjejum.

-Que tal se saíssemos todos juntos? - sugeriu o mais velho.

-É uma boa! - concordou o Wei.

-Você pode chamar o Jiang Cheng.

-Você não desiste, não é cunhado? O A-Cheng vai acabar cedendo ou cismando de você.

-É só para sairmos todos juntos, não é nada demais.

-Safado! Lan Zhan, teu irmão é um descarado!

-Você é pior. - respondeu ao marido.

-É assim que diz que me ama?!

-Pode chamar o A-Ling também. - sugeriu SiZhui.

-É uma ótima ideia! Vamos ao restaurante da Wen Qing?! - sugeriu o Wei - Nunca mais comemos lá.

-Excelente! - concordou XiChen

Lan Zhan começou a se sentir esquisito, seus braços e pernas começaram a formigar, o jeito que todos conversavam animados, parecia distante dele, como se ele fosse um mero espectador.

-Está tudo bem? - perguntou o Wei percebendo que seu esposo estava estranho - Se sente mal?

De repente, ao olhar seu corpo, suas roupas haviam mudado para um pijama de algodão, a cadeira onde ele estava sentado, se tornou uma cadeira de rodas e suas mãos estavam sobre os braços dela. Os sorrisos animados de todos haviam sumido, dando espaço para sorrisos tristonhos.

-Lan Zhan? Lan Zhan, você está bem? - perguntava o Wei preocupado - Lan Zhan.

Quando abriu o olhos, Lan Zhan se encontrava de volta à sua realidade, o sol estava a pino no parque e o clima havia esquentado um pouco, Wei Ying alisava seu braço enquanto o chamava.

-Está tudo bem? Você dormiu a manhã toda.

Ao olhar ao redor ele se viu sentado entre as pernas do esposo, recostado em seu peito, com sua cadeira de rodas motorizada a sua frente. SiZhui tomava um sorvete bem ao seu lado e aquela sensação de leveza e paz havia sumido, seu corpo o incomodava mais uma vez.

Foi impossível conter as lágrimas, Lan Zhan havia tido um vislumbre de como sua vida poderia ter sido perfeita. De como todos ao seu redor poderiam ser felizes e como suas preocupações eram tão mais "tranquilas". A realidade era cruel e ele se sentia tão culpado…


-Lan Zhan… - Wei Ying ficou preocupado e começou a enxugar as lágrimas dele, SiZhui também ficou atônito, e segurou as mãos do pai - Não chore, não chore… Você teve um pesadelo? - o Lan chorava como uma criança, como nunca havia chorado antes, ele se sentia a pior pessoa do mundo - Tudo bem, todo mundo tem sonhos ruins. - Wei Ying não sabia o que fazer, apenas o abraçou e ficou acariciando suas costas.

-Já passou papai, lembra o que o senhor me dizia quando eu tinha pesadelos? São só sonhos. Já passou. - o menino se juntou ao abraço e olhou para o padrasto preocupado.

Quando Lan Zhan finalmente conseguiu parar de chorar, ele olhou para os dois, ainda triste e deu um profundo suspiro.

-Me desculpem por ter estragado tudo. As coisas poderiam ter sido tão diferentes… Me desculpem… Me desculpem…

-Ah Lan Zhan… Não diga isso.

-É papai! Não tem nenhum problema! Você não estragou nada! Está tudo bem, de verdade!

-Vocês não têm ideia… De como tudo poderia ter sido melhor…

-É claro que seria melhor se você não fosse morrer tão cedo. Mas apenas porque teríamos mais tempo para passar com você. Não por qualquer outro motivo. Nós te amamos Lan Zhan, em qualquer forma sua. De qualquer jeito, o que importa é ter você aqui.

-O senhor disse exatamente o que penso. - concordou SiZhui - É o senhor que importa, papai. E nós te amamos muito. - os dois o abraçaram e apesar de se sentir completamente acolhido, Lan Zhan ainda se sentia um peso na vida deles.

Nossos Dias [concluída]Where stories live. Discover now