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"Nosso jantar está de pé, não é mesmo ?"Ah Hank, com certeza...
"Claro, por que não estaria ?" Digitei
- Ah, eu quero um lanche natural e um iogurte, por favor - Disse ao atendente.
"Me passa seu endereço"
"Av. Generally street, 197"
- Ficou R$15,30 - Respondeu sorridente. Entreguei o dinheiro e caminhei até uma mesa vazia.
"Te pego as 20h"
"Até lá"
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- Toc Toc - Apareci na porta da sala dos médicos - Tem um minuto, Nat ?
- Claro - Me olhou rápido mudando a atenção do tablet para mim.
- Hank me chamou pra sair - Disse rápido.
- O QUE ?
- Hank me cham...
- Não, eu entendi, eu tô é surpresa - Riu fraco - Quando vocês vão ?
- Amanhã a noite, é a minha folga - Disse mordendo o lábio.
A verdade é que eu estava com muito medo de me relacionar com alguém, tinha tido um namorado na universidade, quando estava cursando medicina. Ele era bacana no começo, mas depois, era sempre a mesma coisa, queria que eu emagrecesse, e que era para meu bem. Não, não era.
Depois disso, fiquei com alguns carinhas, mas nada muito sério.
- Do que precisa de ajuda ? - Perguntou cruzando as pernas.
- Duas coisas - Sentei do seu lado - Primeiro, com alguma roupa, você pode ir lá em casa ? - Perguntei esfregando as mãos.
- Claro, vou pedir pra babá ficar com o Owen - Respondeu - E a outra coisa ?
- Estou com medo, Nat - Disse baixo.
- Medo do que, querida ? - perguntou pegando minhas mãos.
- Eu não sei, não sei por que - Suspirei.
- Lou, é só um jantar, eu sei que algumas enfermeiras lá de cima falaram que tem uma super química entre vocês dois, mas lembra, é só um jantar.
- Tudo bem - Assenti. - Então, você vai lá pra casa ?
- É claro, depois do turno então ?
- Com certeza!
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Estava na frente do meu armário, com os braços cruzados tentando imaginar o que eu poderia usar.
Fazia um clima agradável em Chicago, então agradeci aos Deuses por não precisar usar alguma calça.
Fui tirada dos meus pensamentos com a campainha tocando. - Oi Nat, entra - Dei passagem pra ela entrar.
- Lou, explodiu uma bomba no seu closet ? - Perguntou rindo.
- Ah, qual é, eu tô indecisa! - bufei me jogando na cama.
- Vocês vão a onde ? - Perguntou tirando o casaco e jogando na cadeira da minha penteadeira.
- Ele disse que íamos jantar em um restaurante na 15th, conhece?
- Ah, lá tem alguns restaurantes, o Will gosta de um mexicano que tem em uma daquelas esquinas. - Explicou analisando o armário. - O que acha desse aqui ? - Me mostrou um macacão vinho.
- Eu ganhei da minha mãe, usei em um dos últimos natais que passei no Brasil - Dei ombros. Eu gostava, mas não sabia se era próprio pra ocasião.
- E essa saia ? - Me mostrou uma de bolinhas, preta e branca, na altura do joelho.
- Nossa, eu nem lembrava que tinha essa saia - Disse levantando. - Eu tenho uma regata que vai ficar ótima, calma aí. - Revirei a gaveta na busca de uma das minhas regatas pretas, ela era de um tecido durinho, eu amava.
- Uau, você tem um casaco de pele ? - Perguntou pegando a peça vermelha - Já usou ele ?
- Comprei na minha primeira viagem pra Washington, eu tinha uns 20 e poucos anos na época - Dei ombros - Usei umas duas vezes.
- Acho que vai combinar com o look completo. - Jogou o casaco do lado da saia e a regata.
- E os sapatos ?
- Vou usar um branco, com aquela bolsa preta ali - Apontei.
- Trabalho feito então ? - Perguntou levantando a mão em um high-five.
- É isso mesmo - Retribuí - Uma pizza ?
- Você tem vinho ?
- É dessa língua que eu estou falando - Demos os braços e seguimos para sala a procura de algum vinho da minha geladeira.
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Acho que eu não lembrava a última vez que eu estive tão ansiosa.
Analisei pela última vez minha imagem no espelho na entrada de casa.
O cabelo meio preso no alto da cabeça, e um batom nude. Eu gostava do que via."Estou aqui embaixo."
Tranquei a porta, e chamei o elevador. 1 minuto nunca pareceu tão longo.
- Oi - Hank estava encostado em um carro preto fosco enorme.
- Olá - Disse descendo os degraus da escadaria do meu prédio - Desculpe o atraso.
- Valeu a pena - Assentiu. - Vamos ?
- Vamos - Confirmei.
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The Power of Love
Literatura femininaLouise Ferphi não teve uma vida fácil. Criada por uma família simples de São Paulo, teve que dar o dobro de si para conseguir tudo o que sempre quis, agora, depois de ser convidada por Sharon Goodwin para comandar o trauma do Chicago Med, vai descob...
Até lá.
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