𝟬𝟯. 𝘀𝗶𝗻𝗮 𝗱𝗲𝗶𝗻𝗲𝗿𝘁

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♡ ࣪˖ 𝗦𝗜𝗡𝗔 𝗗𝗘𝗜𝗡𝗘𝗥𝗧ˎˊ
⤷❀ ࣪𝘱𝘰𝘪𝘯𝘵 𝘰𝘧 𝘷𝘪𝘦𝘸៹⌝

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Flores, árvores, paisagens, céus... isso era o que eu via retratado nos quadros na exposição de arte desse sábado.

Desde semana passada a qual meu vizinho acenou para mim, agora todos os dias fazemos esse cumprimento de leve em nossos  "encontros" diários.

Eu terminei o quadro que estava fazendo e, acho, que foi um dos meus retratos preferidos nesses dois anos. Desenhá-lo com a luz do pôr do sol fez seus traços angelicais realçarem mais ainda e fazer sua pequena covinha na bochecha deu um toque a mais na pintura.

Olho os quadros da exibição enquanto como algumas batatas chips do saco em minhas mãos. De longe, vejo um quadro que me chamou atenção do outro lado do corredor.

Ultrapassando o mar de gente - Quem eu quero enganar, não tinha quase ninguém ali, afinal, quem vem á uma exposição de arte em pleno sábado de manhã? - finalmente chego até a obra que fez meus olhos brilharem.

Ela tinha um brilho próprio. Algo tão simplório mais ao mesmo tempo bem feito e com sentimento. Era uma figura de um anjo. Anjo com suas envergaduras cheias de penas e lindas auréolas. Ouso em dizer que é uma das coisas mais bonitas que já vi na vida.

- É lindo, não é? - Ouço uma voz envelhecida atrás de mim. Me deparo a minha frente com uma senhora que usava um crachá com o nome de "Amélia".

- Sim. Muito...

- Fui eu que pintei, sabia? - Arregalo meus olhos e sorrio.

- É muito lindo. De verdade.

- Obrigada menina - Ela diz sorrindo enquanto olhava o quadro. Vejo no canto do mesmo a assinatura "Amélia, 1994".

- A senhora é a dona daqui? - Pergunto curiosa e a mesma ri anasalado assentindo com a cabeça - É uma exposição muito bonita Dona Amélia.

- Eu comecei a pintar mais ou menos na sua idade - Fala com um sorriso aberto enquanto eu me sento em um sofá de couro preto no canto do cômodo. A casa da senhora ficava atrás do galpão de exposição e ela me convidou para tomar um chá.

- Sério? - A mesma assente enquanto trás uma pequena bandeja com duas xícaras e um bule de cerâmica.

- Em 1961! Minha maior inspiração para as pinturas era meu marido David... fomos casados por 50 anos.

- Nossa... - Explano enquanto coloco um pouco de chá em minha xícara - Bastante tempo.

- Sim. Ele faleceu a 5 anos... Infarto - Ela diz triste.

- Sinto muito dona Amélia.

- David me incentivava muito na pintura. Criei a exposição um ano depois que ele faleceu para me sentir conectada com ele - Sorrio de leve.

- E a senhora ainda pinta? - Ela nega com a cabeça rindo de leve e leva a xícara de chá até a boca com suas mãos tremendo.

- Depois que descobri o Parkinson a 10 anos, tive que parar... é difícil fazer traços precisos com suas mãos tremendo, não acha menina? - Ela fala ainda sorrindo. Dona Amélia tinha um jeito tão leve de viver que chegava a ser fofo. 

- É... um pouco - Fio a acompanhando. 

- Sim... Bastante.

- Eu sei - Ela diz - Vejo você todos os sábados aqui - Sorrio largamente.

- Seus quadros são muito lindos dona Amélia. Eu venho aqui em buscar de inspiração.

- Fico feliz em ouvir isso - Ela sorri fazendo pequenas rugas aparecerem no canto dos seus olhos.

Olho para meu pulso onde se localizava meu relógio dourado e vejo que já está ficando tarde.

- Acho melhor eu ir... obrigada pelo chá dona Amélia.

- Não foi nada menina. Obrigada pela sua companhia - A mesma dá um sorriso reconfortante. Aceno para ela quando já estava na porta para sair. 

Caminho pelas ruas olhando tudo em minha volta enquanto penso no meu mais novo quadro. O anjo retratado por Amélia me deu uma ideia para pintar o rosto de meu vizinho mais uma vez.

Quando chego na rua de minha casa, ando até a porta tirando a chave do bolso pequeno da minha bolsa e encaixo na porta a abrindo.

Ouço um barulho de porta vindo do outro lado da rua e, quando olho, vejo a figura morena de olhos verdes claros saindo de sua casa. Ele se vira para mim e sorri. Arregalo os olhos e entro em casa rápido fechando a porta.

O que deu em mim? Eu sempre fui uma pessoa tímida. mais consigo olhar para as pessoas, por que sempre fico paralisada? Acho estranho o fato de que quando estamos na varanda eu não me sinto assim, mais quando o vejo em outro momento sem ser ali, eu paraliso.

Ando até a cozinha e bebo um copo d'água tentando me acalmar e não pensar no lindo e radiante sorriso que ele acabara de me dar.

Passo a mão pelo cabelo colocando uma mexa atrás da orelha e uma ideia pinta em minha cabeça. Bingo!

Subo correndo até meu quarto pegando uma das telas apoiadas no chão e a coloco em meu cavalete. Começo fazendo o esboço de minha nova arte. A ideia estava clara em minha cabeça. Anjo, sorrisos e borboletas - o que ele causa em mim.

Mais um cap aqui pra vcss, espero que vcs tenham gostado. Vote, comentem e compartilhe.
kiss, yas<3

𝗹𝗼𝗼𝗸𝗶𝗻𝗴 𝗮𝗻𝗱 𝗽𝗮𝗶𝗻𝘁𝗶𝗻𝗴, 𝗻𝗼𝗮𝗿𝘁Onde as histórias ganham vida. Descobre agora