— Não precisa fazer nada disso, senhorita. — a cozinheira dizia repetidamente, enquanto eu misturava os ingredientes para fazer uma gostosa feijoada.

Tive que esperar mais de cinco dias para que comprassem os materiais que pedi. Estava com saudade de uma comida brasileira e precisava urgentemente comer algo que me lembrasse a minha casa. Além do mais, não pensava em nada de diferente para poder passar o tempo.

— Não se preocupe, eu quero fazer. — cantarolei e mexi o feijão cozido dentro da enorme panela.

Cortei o resto dos materiais e despejei no recipiente. Procurei farinha por toda a cozinha, eu adorava comer feijoada com farinha, mas não a encontrava de jeito nenhum. Andei até a enorme dispensa, ignorando os olhares desaprovadores das mulheres que trabalhavam ali e busquei o saco específico. A dispensa tinha uma variedade de alimentos que eu passaria o dia inteiro comendo, só que todos estavam em alemão.

Gemi frustrada por não entender nada daquela língua.

Amélia e Ronan saíram a algumas horas para passear e eu não me importei de não ir. Ronan se mostrava atencioso e com total atenção em Mel, ele não havia feito nada que me fizesse duvidar que a faria mal e isso era um excelente início.

Confiando na minha visão, passei o olhar pelos alimentos e me estiquei tentando pegar o saco branco à minha direita. Meu corpo inteiro se arrepiou quando notei um vulto passar ao meu lado. Quase meu coração saiu pela boca quando ouvi a porta pesada da dispensa ser fechada num estrondo, meu corpo foi para trás devido o susto e fui segurada por um braço forte e malhado.

Respirei com dificuldade e o loiro sorriu antes de me firmar no chão.

— Pare de me dar sustos. — briguei e me afastei.

Peter vestia uma roupa de treino, shorts, uma camiseta e tênis. Seus cabelos estavam bagunçados, mas não havia sinal de que ele estivesse treinando de verdade. Não tinha suor, ele nem parecia cansado. Suas tatuagens nos braços eram diferentes e me chamaram muita atenção naquele momento.

— Qual seu problema com ler livros e ficar sendo uma mulher normal? — ele questionou, divertido.

— Eu leio e sou uma mulher normal. — sorri de lado. — Cozinhar não é uma das coisas que uma mulher normal faz também?

— Não para minhas convidadas.

Ele foi até a prateleira e pegou o que eu queria colocando na parte mais baixa para que eu pudesse pegar.

— Obrigada! — puxei a farinha e andei na direção da porta querendo urgentemente não ficar em um lugar a sós com ele.

Peter me pegou pela cintura e me ergueu levando-me para o outro lado, impedindo-me de sair.

— O que está fazendo? Estou ocupada.

— Vim concluir uma conversa com você. Uma conversa onde você mentiu dizendo que me queria longe. — tirou suas mãos de mim e eu coloquei a farinha de volta na prateleira e pus as mãos na cintura, incrédula.

— Eu não menti.

— Mentiu. — deu um passo na minha direção. — Você tentou mentir para mim quando perguntei seu nome e falhou.

— O passado não vem ao caso agora.

— De fato. — me apontou o dedo. — Mas aí, lembrei da reação que seu corpo demonstra quando estou por perto e percebi que quis me enganar no dia que disse que me queria longe.

— Eu o quero longe. — protestei — Realmente quero.

— Mas eu não. — admitiu e se aproximou mais levantando a mão e tocando no meu rosto.

Não me afastei, ele não me dava uma saída para fazê-lo.

— Você apenas não perguntou isso para mim.

— Qual é o objetivo disso tudo? — me apoiei na bancada ao lado, engolindo em seco com sua proximidade.

— Ainda não descobriu? — questionou num sussurro.

— Se eu agradecer e me desculpar por aquele dia, vai me deixar em paz?

Ele voltou a me segurar, abraçando minha cintura e esfregando-se em mim. Fechei os olhos rapidamente sem conseguir reagir quando senti sua ereção potente firme na minha barriga. Estava quente e feroz, pronta para entrar em ação.

— Foda-se aquele dia. Foda-se o agradecimento. — colocou a cabeça na curvatura do meu pescoço, sua barba pinicando minha pele e inalou meu cheiro. — Foda-se as desculpas.

— Peter... — minhas mãos foram até seus ombros não o deixando avançar. — Não faça assim...

— Eu quero você, porra. Sabe que eu quero. — lambeu meu pescoço. — Eu falei a você... que adoraria ir para minha cama.

Mordeu a minha pele de leve e concluiu.

— Mas não se engane, a cama é o último lugar que você conhecerá. Meus planos para você são totalmente diferentes e bem mais interessantes.

— Pare de falar como se eu fosse uma mulher qualquer. — esbravejei e ele agarrou minha bunda com força me arrancando um gemido dolorido e me pôs sentada na bancada.

— Você não é. Foder comigo, aceitar sentir prazer comigo não é um pecado, Esther.

— O que é isso? — ele tocou minha coxa por cima da saia e a eletricidade que subiu me fez respirar fundo. — É algum tipo de aposta idiota? Não vai conseguir...

— Não perco tempo com apostas infantis. Eu quero e ponto. E você também me quer.

Não tive tempo de responder.

Peter avançou em mim e me beijou.

E pela primeira vez, em um simples contato, eu me perdi no momento.

E pela primeira vez, em um simples contato, eu me perdi no momento

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A Tentação Do Mafioso Alemão - (Degustação) Onde histórias criam vida. Descubra agora