INFINITY (NARUSASU)

Extra 1: Antes do fim

Sasuke abriu os olhos por causa da luz do sol que atravessava as cortinas e lhe incomodava as pálpebras. Bocejou se espreguiçando e estranhando que não havia ninguém agarrando sua cintura. Tateou o lado da cama não encontrando Naruto lá. Se sentou e coçou os olhos olhando para o local vazio. 

Desde que venceram a guerra estavam morando juntos. A decisão de sair de Konoha se mostrou a mais assertiva já que há tempos não se sentiam tão leves quanto quando saírem da Vila. Aquele lugar representava muita dor para ambos. Para o moreno, Konoha era o cemitério de seu clã, para Naruto uma morada traiçoeira. Tiveram medo ao sair. A vila e a dor era tudo o que um dia conheceram. Esquecer era impossível, mas juntos puderam tornar lidar com as feridas mais fácil. Se levantou e calçou seu geta. Foi até o banheiro do pequeno, mas confortável chalé que compartilhavam. Sendo somente os dois, não precisavam de um local grande, apenas o suficiente para que pudessem organizar suas coisas e para que o moreno desfrutasse de um espaço sozinho. 

No banheiro olhou para pia aonde estavam suas escovas, pegou a azul e guardou a de Naruto que estava fora do lugar, a do loiro era laranja, claro. Enquanto escovava os dentes observava as marcas de chupões em seu pescoço, as vezes queria matar Naruto por causa de sua possessividade. Por muitas ocasiões teve de usar roupas quentes que lhe cobriam boa parte do corpo por causa  das marcas que o loiro deixava. Ao terminar sua higiene foi até a sala. 

No corredor haviam algumas fotos nas paredes e em uma delas estavam Hanabi e Komohamaru com seu filho Boruto. O casal escolheu o nome como uma forma de homenagear Naruto. Em outro quadro havia o  chapéu do Godaime Kazekage, Temari o havia enviado para o loiro que havia sido o único amigo de seu irmão. Mais a frente, o último quadro do corredor era uma foto do antigo time sete quando ainda tinha seus vinte e tantos anos e Sakura tinha tempo para isso. Agora comandava o hospital no centro de Konoha. Uma médica incrível. Mesmo que não falasse muito, Sasuke se orgulhava dela. 

A sala era um cômodo aconchegante. Havia uma lareira e como foi Sasuke que escolheu o design, haviam poucos móveis por ele ser minimalista. As cores eram de tons escuros que se mesclavam com as cores vivas das flores que cultivava e das diversas capas de livros que ficavam na estante.  No tapete, brinquedos de Shiro estavam espalhados. Anteriormente brigaria, mas depois de tantos anos já havia se dado conta de que bagunça era tão natural para os dois quanto respirar, portanto apenas riu e balançou a cabeça em negação. Foi até a cozinha.

Na mesa havia um bule posto em uma plataforma aquecida para que ser café não esfriasse. Ao lado alguns biscoitos e um bolo, nada doce. Naruto havia aprendido a cozinhar coisas assim já que era difícil de achar algo que agradasse o paladar do moreno. Sasuke por não gostar muito de comer sozinho, optou por colocar o café forte sem açúcar na xícara e não comer mais nada. Decidiu ir atrás do marido.

Ao sair pela porta um vento soprou, nada gelado pois os raios de sol já brilhavam iluminando a grama verde e bem cuidada do jardim. Fechou seu robe quando sentiu o arrepio da brisa fresca acariciar sua pele. Enquanto caminhava o cheiro das flores que plantaram invadiu suas narinas. Compraram a propriedade há doze anos atrás e deu um grande trabalho deixar tudo de acordo com seus gostos, mas olhando ao redor e vendo sua estufa e mais a frente sua plantação de legumes não se arrependia por nenhum segundo sequer por cada gota de suor derramada ao cuidar do local.

Olhando mais a frente já podia ver a silhueta tão conhecida por ele, Naruto estava agachado colhendo morangos enquanto Shiro, o cão do casal o observava atentamente.