Ela olha do saco encima dela pra mim.

— Você me deu uma bomba? — pergunta assustada.

Rio da idiotice dela.

— Uma boa ideia pra próxima.

Me mostra a língua.

Garota besta.

Devolvo.

— Hambúrguer — diz contente quando abre. Ela não sentiu o cheiro da coisa? — O que pôs aqui? — pergunta parando a pouco de dar uma mordida.

— Não fui eu quem fiz.

Tiro minha jaqueta e atiro no balde de lixo da cozinha.

Ela observa.

— Você entendeu — revira os olhos — Por que tá jogando fora? É desperdício, Miller.

Dou de ombros.

— Vai comer antes que eu jogue o hambúrguer também — rapidamente ela morde a comida e geme quando engole.

Porra, Parker é só o caralho de um hambúrguer.

E porra, Miller isso não tem nada que ir pro meu pau.

— São todos pra mim? Estão uma delícia. Você comprou naquela hamburgueria nova? Eles são bem caros — pergunta feito uma desesperada com a boca ainda cheia da nova mordida.

— Sim e sim.

Sim e não.

Três dos cinco que comprei, deveriam ser meu jantar.

Abro a geladeira em busca de leite pra comer com cereal, mas não tem mais. Eu estava com muita fome e depois tomaria banho.

Por que merda tô fazendo?

E daí que ela não pode se dar ao luxo de comer naquela hamburgueria.

Não é meu problema.

— Obrigada, Lucas — agradece com voz de choro. Ela vai mesmo chorar por isso? — Eu amo hambúrguer pra valer — como prova dá outra mordida imensa.

Eu ignoro isso e o fato de ter acertado uma vez.

— Tem Coca, você quer? — assente porquê dessa vez a boca tá cheia de mais pra falar.

Jogo a lata e ela a pega.

Lá no canto tá a pizza que comprei. Eu odeio pizza do outro dia. Meu estômago ronca e vai ter que servir, dúvido que eu vá encontar algum lugar aberto há uma hora dessas por perto. Já era bem tarde, demoraria muito se eu saísse pra procurar mais afastado e eu estava mesmo com fome e sono. A hamburgueria estava prestes a fechar quando entrei, fui o último cliente deles da noite.

Me sento ao seu lado e mastigo a massa fria imaginando que é um daqueles hambúrgueres. Ela não vai conseguir comer tudo, são imensos.

— Eu não esqueci do que aprontou no restaurante, mas isso aqui é um passo pra eu te odiar menos, mas é um pouquinho de nada mesmo sobre isso — fala quando tá terminando de devorar o segundo.

Dou de ombros. Eu não ligo se ela vai me perdoar nem que seja um pouquinho. Tô nem aí. O negócio é que só eu machuco ela.

Como a pizza devagar pra ter espaço para os outros três.

— Os beijos não contam? — ela engasga, bato em suas costas.

— Não quero falar daquilo.

— Nunca falamos.

— Você me expôs.

— O tal do Tim deveria ficar calado.

— Você é quem deveria.

Não falo nada, mas concordo.

Me apresso com a pizza quando ela volta a comer como se estivesse morrendo de fome. E não duvido que estivesse, as compras dela já tinham chegado ao fim. Eu sabia como era aquilo. Prato vazio, estômago mais ainda.

Meu banho é rápido assim como cuidar dos machucados em minhas mãos e me apresso pra sala. Emma ainda tá lá no mesmo lugar a diferença que agora tá esparramada nele.

— Satisfeita? — ela não se move além de erguer o polegar — Acabou com tudo? — ela se move.

— Não — eu sabia — Sobrou metade da Coca. Quer? — filha da... — Não quero que vá pro lixo — estende a lata.

Puxo a lata da mão dela e me olha sem entender.

— O que houve com sua mão? — pergunta assustada.

Só agora ela notou?

— Nada.Vamos pra cama — chamo quando bebo tudo de uma vez e coloco a lata pura no balcão.

Ela revira os olhos.

— Grosso — eu lhe mostro meu dedo do meio — Se eu me jogar no chão você vai me empurrando? — pergunta com a voz preguiçosa, mas se movimentando pra levantar.

Me aproximo e a pego no colo. Ela me encara com aquelas bolas verdes bem arregalados até que vai parando.

— Não acredito que comeu aqueles cinco hambúrgueres — digo mais pra mim mesmo.

Ela abre um sorrisão.

— Eu amo hambúrguer — repete.

— Percebi — deixo ela por conta própria quando paramos em frente ao banheiro — Não demora. Quero dormir.

Do jeito que me olha, acho que só agora entende o que tenho dito desde que cheguei.

— Não vou dormir com você.

— Vai sim. Três daqueles hambúrgueres eram meus. Comi pizza velha por você — ela não acredita — Eu tô muito cansado pra brigar, Emma — os olhos dela fazem aquilo — Não demora — sussurro no ouvido dela.

Ela se arrepia.

— Você tem de parar de fazer coisas por mim e achar que tá sendo um grande cavalheiro. Se bem que cavalheiros não esperam por recompensas — diz depois de um tempinho olhando pra mim — Só durmo hoje. E nada de beijos. Nunca mais, isso acabou hoje, amanhã vamos voltar a como éramos antes. Você com nojo de mim e eu por você. Não vou me afundar mais. Isso é doentio. E você não fez nada de mais por mim. Nada.

A empurro pra dentro do banheiro.

Brigamos depois por isso.





Acendam a estrelinha e comentem bastante 💜

Nas Mãos Do Badboy - 1º da série Nas Mãos Do Amor {COMPLETA 🔞 - BULLY ROMANCE}Where stories live. Discover now