capítulo 12

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Pov Almira

Entro no quarto da Maraisa e a vejo chorar abraçada a irmã, que também chora. Com o coração apertado, me aproximo e as duas me abraçam, deitando em meus ombros, Maiara do lado direito e Maraisa do esquerdo.

Alm: mamãe tá aqui, minhas pequenas...

Mara: mãe,cuida de mim e da Mai...igual você cuidava quando a gente era pequena...

Alm: vocês podem ter 34 anos, mas sempre serão meus bebês.

Faço cafuné em minhas filhas, me remoendo de raiva daquela mulher que faz minhas meninas sofrerem tanto. Tentando afastar esses pensamentos, foco na melhor maneira de contar a verdade pra Maraisa.

Alm: filha, a mamãe precisa te contar a coisa. - olho pra Maraisa -

Maiara sai do meu colo e pega uma almofada, já a minha outra princesa tira a cabeça do meu ombro e senta de frente pra mim.

Mara: o que você tem pra me contar, mãe?

Alm: a noiva do seu pai ameaçou aquele rapaz, por isso ele fez isso com você. Eu tô te contando agora por que seria pior se escondesse.

Seus olhos me encaram cheios de água, com medo e tristeza. Levo minha mão á bochecha dela e seco a lágrima que começa a cair.

Mara: não é justo! O que foi que eu fiz pra merecer isso, mãe? Por que ela fez isso comigo?

Mai: metade...

Mara: desde que eu e a Maiara éramos adolescentes, ela faz da nossa vida um inferno! Mas a gente já é adulta, mãe...Por que ela não para? - sua última frase sai em um fio de voz -

Alm: por que vocês são a única coisa que ainda me liga ao Marco, meu amor...

Mai: mamãe, a gente não tem culpa! Eu juro que a gente tentou lidar com todas essas provocações, mas não dá mais! Não dá mais pra aguentar isso...

Maiara começa a chorar também e abro os braços, permitindo que as duas me abraçem e desabem. Eu sei que elas são adultas, mas são humanas e frágeis, toda essa maldade destruiu o psicológico delas. Mas eu vou fazer aquela cobra pagar caro por isso. 

(12:00) 

Pov Maiara

Depois de desabar no colo da mamãe mais cedo, minha irmã pediu pra deixarmos ela sozinha e assim o fizemos. Isso foi as oito da manhã, e desde então não ouvi mais um barulho vindo do quarto dela. Preocupada, subi as escadas me apoiando no corrimão e entrei no quarto, constatando que minha metade não está aqui. Me aproximo da cama e vejo um envelope sobre o edredom arrumado. O abro e, vendo que se trata de uma carta, começo a lê-la. 

Mai, 

não me lembro de ter te falado isso alguma vez, mas você é minha pessoa favorita. Sinceramente, tenho certeza que as outras tem inveja de você. Você é tão...tão incrível, eu realmente não sei como consegue me amar tanto assim. Não sei como consegue encontrar alegria mesmo estando tão sufocada e cansada dessas tramas da nossa madrasta quanto eu. Se você está lendo isso, eu não devo estar mais tão sufocada assim. Eu aguentei demais, me machuquei demais por você, por mim...por nós. Mas quero que saiba que agora eu tô feliz, cantando em um lugar maravilhoso. Me desculpa...eu juro que tentei aguentar mais...Você sabe, aguentamos isso desde os 15 anos. Por favor, não chora, tá legal? a Paulinha não iria gostar. Obrigada por esses 34 anos juntas, por todas as coisas que passamos e por ter realizado esse sonho comigo. Cuida do Bruno pra mim, tá? E da mamãe também. E pra encerrar, eu te amo. Desculpa por quebrar nossa promessa.

Adeus, 

Sua Maraisa de merda




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