capítulo 19

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No dia seguinte...

Pov Maraisa

Embora eu queira muito, não consigo esquecer a ideia de adotar a Aurora. Isso não me sai da cabeça. Ser mãe sempre foi o meu sonho, mas agora não me parece o momento certo. As vezes, eu penso que esse momento nunca vai chegar, esse sonho ainda me parece muito distante. O fundo do poço é um lugar escuro e sombrio demais pra qualquer pessoa, o melhor é que eu continue nele sozinha. 

Mai: irmã, tá tudo bem? 

Mara: tá, tá sim. O que foi? - minha metade me desperta de meus pensamentos - 

Mai: a mamãe  tá chamando a gente pra almoçar em família lá na fazenda, mas você ainda não tá com cabeça pra isso né? 

Mara: pela nossa família eu faço um esforço...

Sorrio e começo a me trocar. Minutos depois, nós pegamos a estrada. Chegando lá, dona Almira já estava na cozinha preparando um Chambari delicioso, enquanto o Cesinha se joga no sofá. Eu e a Mai nos sentamos no tapete e começamos a jogar conversa fora, até que alguém chega pra estragar o nosso dia em família. 

Cesar F: Ô MÃE! A SENHORA CHAMOU A COBRA? 

Alm: o que que essa azeda tá fazendo aqui?! - mamãe surge com uma cara nada agrável - 

Bru: bom dia pra você também, fui eu que insisti pra vir com o Marco! Eu quero fazer as pazes com vocês!

A Mai, o rabinha e eu reviramos os olhos. 

Alm: e como você ficou sabendo do almoço, Marco? 

Mar: o porteiro do condomínio me avisou. Que falta de consideração, Almira! Me excluiu do almoço em família! - ele aumenta o tom de voz -

Alm: em primeiro lugar, abaixa o tom pra falar comigo, eu mereço respeito. E em segundo lugar, você deixou de fazer parte dessa família quando a abandonou, ou por acaso esqueceu que me deixou sozinha com três filhos pra criar por que o seu dinheiro era mais importante? Eu tenho nojo de você e dessa cobra que chama de noiva! - ela aponta o dedo na cara dele -

À essa altura, o rabinha pula do sofá e senta do meu lado esquerdo enquanto a Mai pega na minha mão, tentando não chorar.

Mar: você também teve culpa! Almira, você sabia que naquela época o dinheiro mal dava pra alimentar os três e insistia em apoiar aquela ideia estúpida de música! 

Alm: CALA A BOCA! - mamãe dá um tapa na cara dele - Eu tava fazendo o meu papel de mãe, apoiando os sonhos das minhas filhas! Eu fiz de tudo pra elas nunca sentirem a falta do pai, consolei todas as vezes que choraram por que as coisas estavam difíceis e não deixei faltar nada. Você não tem direito nenhum de desprezar o sonho das minhas meninas dessa maneira, elas lutaram muito pra conseguir realizar. Se você tivesse um pingo de consideração, teria acompanhado tudo. Vá embora daqui, não estrague mais ainda o dia de hoje. - diz sem paciência - 

Bru: querida, foi você que começou essa confusão toda. 

Alm: não me chama de querida, sua falsa. 

Cesar F:  BATE NELA, MÃE! 

Mai: QUEBRA A CARA DELA, MÃE! 

Bru: mal educados os seus filhos, né? Também, com a mãe que criou eles...

Mara: TIRA O NOME DA MINHA MÃE DA SUA BOCA IMUNDA! - parto pra cima dela, jogando ela no chão - 

Alm: filha, calma! 

Mai: metade! 

Mara: ISSO É POR VOCÊ TER ACABADO COM A MINHA VIDA! - dou um soco - ISSO É POR TUDO QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA IRMÃ! - dou outro soco - E ISSO É POR TER TORNADO A VIDA DA MINHA FAMÍLIA UM INFERNO! - quebro o nariz dela com um soco  - 

Sinto uma mão pesada me puxar e apertar meu braço com força, olho pra trás e vejo que é o meu pai. 

Marco: você já é grandinha demais pra agir dessa maneira, Carla Maraisa! Toma jeito!

Mai: LARGA A MINHA IRMÃ! 

A Maiara grita chorando e me puxa pra perto dela, me abraçando. Desabo e vejo que o rabinha também começa a chorar e o puxo pro abraço.  Meu pai vai embora com a Bruna, que precisa ir ao hospital depois do que eu fiz com ela. Mamãe vê os três filhos dela chorando abraçados no tapete da sala e vem até nós, já mais calma. 

Alm: queridos...

Cesar F: aquela mulher sempre estraga tudo...

Mai: a gente não aguenta mais ela, mãe...

Mara: eu quero sumir... 

Alm: se acalmem, eu prometo que ela vai ter o que merece. Venham aqui... - ela nos abraça - 

Mais tarde...

Pov Maiara

Eu estava descansando no meu quarto quando recebi uma mensagem com a melhor notícia do mundo e corri pra contar pra família. 

Mai: FAMÍLIA HENRIQUE! QUERO TODO MUNDO AQUI AGORA! 

Maraisa, Cesinha e dona Almira entram no meu quarto em tempo record.

Mara: que que foi, irmã? Por que cê tava gritanto?

Mai: eu recebi uma notícia maravilhosa! - pulo, me ajoelhando na cama - 

Cesar F: desembucha, baixinha! 

Mai: a surra que a metade deu na cobra foi tão braba que ela teve complicações cerebrais e os médicos induziram ela ao coma. 

Cesar: uhuuuu! - meu irmão começa a dançar - tem cabaré essa noite! ui! ai! 

Mai: haja chopp potiguar, por que hoje eu vou me acabar! A cobra se ferrou! A cobra se ferro-o-ou! - faço uma dançinha - 

Mara: estamos livres! Uhuuuu! - minha irmã pula em mim, sorrindo - 

Alm: eu disse que ela iria ter o que merecia









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