CAP 2

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Adelia

- Vamos logo Lia, estamos atrasadas. - Essa aí é minha irmã, Andreia, gritando na porta com sua grande mochila nas costas.

- Calma ai bicho, to descendo.

Saio correndo apressada para ir a escola.

Eu e Andreia frenquentamos a mesma escola, e quase sempre estamos atrasadas, e o motivo? Sempre eu!

Essa sou eu, tenho dezessete anos, estou terminando o ensino médio, e sou o atraso em pessoa.

E a minha irmã caçula já é o oposto, essa odeia atrasos e odeia chegar atrasada.

Bom, essa briga acontece tuda vez que vamos sair juntas.

- Pronto, chata. - digo pegando a chave de casa e trancando a porta.

Começamos a andar, rindo da cara emburrada de Andreia e quase morrendo de ri quando ela tropeça na calçada e cai.

- Se .. Machucou? - Pergunto com dificuldade por estar rindo e tentando levantar ela mas minha mochila, que estava nas minhas costas, cai para frente quando eu me abaixo e fazendo assim eu me desequilibrar e cair por cima dela, de quatro.

Agora imaginem, duas doidas, as 06h30 da manhã, caidas no chão se matando de rir.

Nossa sorte que não tem uma alma viva nessa rua.

Ela se levanta pega sua mochila e sai andando, me deixando para trás.

Eu tenho que correr para chegar até ela.

****

Escuto o sino da escola tocar e dou um suspiro de alívio por já estar na hora de ir para casa.

- Você vai para casa ou direto pro boxer?

Elisa me pergunta.

- Vou para casa, hoje eu pego no boxer mais tarde.

Ela assente e se vai, dizendo que seu irmão a espera.

Elisa é minha amiga desde pequena, éramos vizinhas mais seus pais decidiram se mudar para o centro da cidade mas não a trocou de escola.

Hoje minha irmã tem balé depois da aula então eu vou para casa sozinha. Me pego pensando no policial que conversei esse final de semana.

Ele até hoje não me respondeu, mas, curtiu uma foto que postei no domingo de manhã.
Eu imagino que ele por ser policial se sinta mal e contra seus princípios se relacionar com uma menor de idade.

Me sinto mal com isso, pois ele é o primeiro a me fazer se sentir atraída por um homem.

Logico que já tive namoradinhos, mas nenhum me deixou como ele deixou.

Sinto meu celular vibrar, tiro ele do meu sutiã e vejo o que chegou.

Uma mensagem

Do

Benjamin

Meu Deeeeeus.

Olá, pequena.
Está linda com esses cabelos presos. 12h40

Meu Deus. ELE ESTÁ AQUI.

Olho para os lados para ver se encontro ele.

E vejo enfrente a uma lanchonete um carro da polícia. Como a lanchonete tinha a fachada de vidro consigo ver ele. Fardado.

Ele me olha e sorrir. Que sorriso lindo, sem nem perceber eu dou um sorriso também. Faço um movimento com a mão acenando para ele, mas sou interrompida com a chegada de uma moto na minha frente, tampando minha visão.

Arregalo meu olho achando que é assalto, mas reconheço e relaxo quando vejo que é meu primo.

- O fi de uma mãe boa, mata tua vó de susto, desgraça. - Falo colocando a mão no peito.

Reparo ele se curvando no tanque da moto rindo.

- Sobe, vou te levar. - diz parando de rir me olhando. - e eu vou contar pra vó que me chamou de desgraça.

Faço um biquinho imaginado a surra que eu poderia tomar.

- Se contar, eu conto que você pegou a calcinha de sorte dela e limpou o coco do Scott. - Scott é o seu cachorrinho.

- Adelia, só sobe na moto. - diz rendido e com medo.

Acabo sorrindo e subo na moto me agarrando a ele. Olho para o lado e Benjamin ainda me olha, dessa vez, bem sério.

Dou um sorriso e aceno, mas apenas sendo correspondida por um aceno de cabeça.

E Pablo sai cortando tudo com a moto.

Ai meu senhorzinho, esse menino vai me matar um dia.

Fardado. Where stories live. Discover now