- Sério que ela te disse isso? Nah...Quem me dera ter pensado nisso na época. Mas é verdade eu coloquei fogo na casa, mas porque eu achei que se a casa pegasse fogo e a gente não tivesse onde morar, eu ia poder morar em outro lugar. Eu tinha sei lá, uns 10 anos, e foi um pensamento meio simplista. Eu vi um motorista da Guinevere falando que álcool era perigoso porque pegava fogo. Então eu tive a brilhante ideia de jogar algo e fogo no tapete da sala. Mas nem pensei na Guinevere, na verdade, nem em mim mesmo, porque eu fiquei lá olhando o fogo ao invés de sair de lá, e obviamente que não deu certo, porque a casa tinham dezenas de funcionários, e algum jardineiro, motorista, cozinheira, sei lá, conseguiu apagar tudo. O resultado foi só um PT no tapete e um sofá que precisou trocar o estofado... Ah! A mesinha de centro de madeira morreu também.

- Existe uma distância grande entre o que você está me contando e o que ela disse - Eu arqueio a minha sobrancelha, mas a esta altura estou mais provocando meu marido que de fato inspecionando a sua verdade.

- Porque ela transformaria qualquer ato meu em algo sobre ela - Ela revira os olhos - Guinevere ficou dizendo que eu queria matá-la porque havia um tapete no corredor dos quartos também, e se o fogo tivesse alastrado para lá, ela poderia ter ficado presa no quarto. Mas isso era drama, porque o quarto dela tinha uma enorme janela por onde ela poderia sair facilmente. Mas você realmente achou que eu queria matar a velha? - Louis me olha arqueando a sobrancelha

- Em nenhum momento acreditei. Na verdade, mandei ela se foder. Mas fiquei curioso para saber a sua versão, e me lembrei disso hoje.

- Você mandou a Guinevere se foder? - Louis me olha com os olhos arregalados e incrédulo

- Talvez apenas mentalmente - Eu respondo virando os olhos para baixo, encarando o meu colo enquanto mexo com os meus dedos e Louis ri - Mas serve, né?

- Serve - Louis me puxa de novo para o abraço

Eu queria muito contar a verdade para Louis sobre o Liam. Mas tenho receio de como isso vai afetá-lo, e sinceramente, às vezes Louis é um pouco impulsivo e tenho medo que isso reverta contra ele. Melhor jogar a culpa em uma pessoa que já está morta.

Mas achei a versão do Louis bem mais crível que a versão de Liam/Guinevere, e isso me basta.

- Eu te prometi ontem que eu sempre iria te ouvir primeiro antes de concluir algo, esqueceu?

- Você se lembra daquilo?

- Lembro

- Meu Deus! Eu tava muito sensível por causa do álcool ontem. Esquece aquilo, nem sei o que eu estava falando.

- E eu to sensível hoje sem álcool - Eu resmungo ainda emburrado e Louis riu me apertando

- Você tá sensível? Que dó. Mas nem tem cerveja, a gente bebeu tudo ontem, tô vendo futebol a seco.

- Futebol é chato - resmungo de novo, porque sim, eu estou insuportável hoje. E um dia Louis me prometeu de dedinho que não ia deixar de me amar por eu ser um completo chato. E nossas promessas de dedinho valem para a vida. Ele que me aguente

- E o que você sugere para a gente fazer num final de domingo sem álcool? - Louis pergunta carregando sua voz com malícia e finalmente me lembrei da única coisa que poderia me animar, e por isso devolvo o sorriso malicioso para ele.

O meu sorriso é o suficiente para Louis entender que eu estava deixando espaço para ele largar aquele jogo insuportável, e realmente dar atenção para mim.

Eu precisava sentir Louis perto de mim, para me ajudar a afastar o Liam da minha consciência. Eu precisava ter Louis nos meus braços para sentir que ele ainda era o meu Louis e não aquele Louis que o Liam estava tentando me fazer acreditar. Eu precisava urgentemente do meu Louis me lembrando quem ele era. O marido que me ama. Um cara especial que está sempre disponível para mim. Que me entende, mesmo quando estou sendo um pé no saco e querendo que ele pare de ver futebol para transar comigo, e que faça isso sem reclamar, porque ele realmente me ama. e que ele nunca me machucaria, nunca me colocaria em risco.

W - [Larry Stylinson]Where stories live. Discover now