- Tudo bem. - nos levantamos juntas e saímos do quarto.

A casa tinha espaço de sobra e minha curiosidade já havia conhecido parte dela. Algumas vezes fui impedida de olhar alguns cômodos, com a justificativa que não era local de uma mulher estar e eu não sabia se gritava com eles ou se simplesmente ignorava. Peter e Ronan passavam muito tempo fora e quando estavam em casa, queriam que ficássemos todos juntos.

Amélia me contou que a família de Ronan tinha seus problemas. Antes era um casal e três filhos e agora, essa analogia era um problema de difícil solução. Entrei acompanhada da minha irmã em uma sala que tinha várias roupas espalhadas, máquinas de costura de alta qualidade e desenhos na parede. Diria que estava indo falar com uma estilista de moda de inverno e seus desenhos eram de tirar o fôlego de qualquer mulher.

- Senhora Lancaster? - Amélia chamou.

- Lancaster? - eu sussurrei. - Saiu quase um Lacoste.

- Maturidade, Esther. - ela disse, mas não deixou de sorrir.

- Não dá para ter maturidade o tempo todo.

A cabeleira grisalha apareceu no meu campo de visão e a mulher idosa - e elegante - nos olhou de cima a baixo saindo de trás de um manequim preto. Ela ficou em silêncio e apenas encarou-me seriamente. Era a primeira vez que me via, já estava claro que já estava confortável com minha irmã.

Raika Lancaster, avó materna de Ronan e Peter Hoffmann.

- Quem é você? - perguntou com a voz fraca. - Grávida também?

Levantei as sobrancelhas surpresa e tive que rir de lado.

- Não, senhora. Apenas a irmã da grávida. - esclareci e ela estreitou os olhos.

- Imaginei. - resmungou enquanto andava devagar para perto dos desenhos na parede. - Você é muito bonita.

Amélia me fitou sorrindo como se eu tivesse recebido uma aprovação medonha da avó dos Hoffmann.

- Ficaria muito mais bonita usando os vestidos que produzo. - me estendeu a folha e eu peguei o desenho analisando-o.

Era deslumbrante. Longo com uma fenda lateral extensa, alças médias e um decote bem nítido. O desenho era delicado e provocativo, elegante e fogoso, era uma mistura de sabores excelentes.

- É estilista? - perguntei maravilhada.

- Apenas para a família. - disse e eu a olhei. - Quem sabe você tenha sorte.

A senhora Lacoste tomou-me seu desenho e me virou as costas.

- Oh, que senhora estranha. - resmunguei de volta e ouvimos três toques na porta.

O loiro que tinha meus pensamentos mais conflitantes nos olhou desconfiado e pediu licença para conversar com a avó. Não precisou de um segundo pedido, nós saímos depressa e a porta se trancou atrás de nós. Amélia e eu nos encaramos e demos de ombros. Não era da nossa conta.

Era esquisito ver Peter depois de tanto tempo. A sensação de excitação já estava presente nele em cada movimento que fazia. Para mim, ele era o símbolo vivo da tentação. Lindo e peculiar por fora e por dentro, misterioso e instigante.

A cada momento que ele passava por mim, meu corpo todo se acendia na mesma hora, sem que eu pudesse controlar.

Ele era a gasolina que incendiava todo meu ser, era o lobo fantasiado de ovelha, a pessoa que me fazia desejar me tocar e me aliviar para poder segurar a barra que era vê-lo dominante todos os dias.

Ele me dava tesão sem se esforçar.

Ele conseguia me fazer desejá-lo mesmo sabendo que era errado.

A Tentação Do Mafioso Alemão - (Degustação) Onde histórias criam vida. Descubra agora