𝐌y 𝐃emon 𖤐 HyunLix.

cinco (segunda temporada)

Felix acordou em sua cama, com a cabeça pesada e muita dor no corpo, então, lembrou da possível noite passada. Seu pai tinha lhe batido muito então quando levantou o tronco da cama e ergueu o edredom pesado, não deixou de ficar meio assustado ao ver os cortes e manchas roxas com vermelhas pelo seu corpo. Estranhamente estava totalmente sem roupas, coisa que provavelmente foi sua mãe que fez. No exato momento que tentou levantar da cama, as memórias vieram à tona e automaticamente se lembrou de Hyunjin. Ele pode ter falado ao contrário, mas estava morrendo de saudade dele, aquela hora que falou que o odiava era uma mentira que sua mente medrosa tinha lhe pregado. O Lee sentiu com Hwang algo nunca sentiu com mais ninguém em toda a sua vida. Seu jeitinho quieto e meio ácido o encantava, o fazendo querer se aconchegar ainda mais no peito confortável que Hyunjin tinha, mesmo que na maioria das vezes estivesse coberto.

Lembrou-se de uns de seus últimos dias ao lado dele, quando se transformou, e percebeu que na pior das hipóteses, continuaria amando ele, não importa o que acontecesse. Esse é o amor verdadeiro, o amor que tanto tinha curiosidade de sentir.

Felix começou a achar que a adrenalina que seu cérebro enviava ao seu corpo como mecanismo de defesa, o fazendo sentir borboletas no estômago, era a melhor das sensações, principalmente quando presenciada ao lado da pessoa que ama.

Mas seus pensamentos foram interrompidos quando sua mãe entrou no seu quarto enfurecida.

– Escuta só Lee Felix, você nunca mais vai sair desse quarto, tá me entendendo?Nem mesmo que seja para estudar. - Ela disse enquanto pegava alguns pertences do quarto do menor, como tablet e notebook. O Lee tinha se assustado com a entrada repentina da mulher em seu quarto, e a única coisa que pensou foi em tapar seu corpo que ainda estava nu. – Já não bastava ser doente mental, agora é do "Diabo" e sai de casa 'pra se prostituir.

Enquanto sua mãe falava, Felix começou a colocar a roupa que estava em cima de sua cômoda. Não conseguia escutar nada a mais que xingamentos e ofensas vindas da própria mãe, era exaustivo.

– Por que no final de tudo, Lee Felix, você é tão pecador que vai ir para o Inferno, sem nem passar pelo juízo final. - Ela falou com raiva, olhando no fundo dos olhos vazios do loiro.

– E eu vou fazer questão de te levar junto, mamãe, e eu realmente adoraria te assistir sofrer, implorando pelo meu perdão. Eu realmente espero que eu seja convidado pelo senhor Diabo para acompanhar esse momento tão... gratificante? - Ele disse, cínico, se perguntando mentalmente de onde essas palavras saíram.

– Eu ainda tinha esperanças de te ver melhorar, mas vejo que não tem mais volta. Eu irei conversar com o seu pai, e iremos ver o que vamos fazer com você, sua peste pecadora. - Ele escutou sua mãe falar antes de sair do quarto batendo a porta.

☮️

– Lee Felix! Desça! - Escutou seu pai gritar, e sem o mínimo de vontade, desceu as escadas praticamente se arrastando. – Eu e sua mãe estavamos conversando sobre as palavras que dirigiu a ela mais cedo, e decidimos que a partir de hoje, você irá começar a ir nas missas da igreja com a gente,  e Deus o livre se você negar. - O homem disse com um timbre alto e agressivo, fazendo o Lee dar um passo para trás.

– Por que eu tenho que fazer isso? - Perguntou baixo, dessa vez, com medo de seu pai fazer algo como fez da última vez.

– Porque você precisa de mais Deus no seu coração, ande, se apresse e vá se arrumar!

⛪

Felix entrava no local com o coração acelerado, como se estivesse prestes a ter um ataque cardíaco. Sentia-se como se não fosse pertencente a aquele lugar, como se algo estivesse querendo o expulsar. Quando sentaram-se nos lugares do grande banco, observou todas as pessoas daquele ligar, e algo o falava que elas não eram felizes, sendo praticamente presas pelos mandamentos de uma religião.

Estar naquele lugar, não lhe trazia apenas repulsa ou nervosismo, mas também a adrenalina de estar em um lugar proibido para si. Apesar de não ser bem-vindo naquela casa cheia de regras absurdas, ainda se sentia vivo.

Sua mãe lhe cutucou para prestar atenção no padre que acabava de entrar no altar para começar a fazer o seu "trabalho".

O Lee não sabia se queria sair correndo, ou apenas ficar e seguir a sensação estranha que seu coração estava lhe fazendo ter.

🎲

A missa já estava no fim, e o padre pedia para que todos dentro da igreja se abaixassem e fizessem uma oração. Felix acompanhou o "superior" fazer o mesmo que todos mas estranhou em o ver se levantar bem antes do que o normal e olhar diretamente para si. O olhar do homem que usava uma bata branca chegava a ser assustador, como se fosse obcecado pelo Lee. Todos os sensores possíveis de defesa de Felix se ativaram, pelo medo que começava a sentir, já que obviamente, tinha algo de errado.

Devagar, observou o homem de em média 70 anos fazer um sinal da cruz em sua direção e automaticamente sentiu uma dor forte na região do coração, como se fosse uma estaca lhe atravessando o peito, e após isso, começou a tossir como se fosse o último dia de sua vida. Observou todos em volta começarem a olhar para si espantados e só ai percebeu que tinha começado a tossir sangue junto. Sua mãe havia entrado em desespero e seu pai apenas lhe acudia, antes que tudo tivesse se apagado.

🕯

– Ele está sentindo dor, Jisung, tente ajudar ele mais uma vez, por favor... - Hyunjin disse fraco. Já faziam anos que Hyunjin não fazia posse de alguma energia sexual humana, então, recentemente começou a ficar doente, a ponto de não conseguir mais se levantar da grande cama.

Minho não deixava de ficar preocupado, tudo aconteceu tão rápido, que não teve tempo de processar o que tinha acontecido.

Não é como se o Hwang pudesse morrer, mesmo porque, ele já estava morto, mas ele poderia entrar em coma, ou ficar debilitado até o fim dos tempos.

– Eu não posso ir, Hyunjin, ninguém pode fazer mais nada além de você. - O Han dizia, tentando fazer com que o mais velho o compreendesse.

– Eu não quero que ele volte para cá, eu apenas quero que ele se livre da dor - Parou de falar em meio a uma tosse. - Eu consigo sentir o que ele sente, e está doendo em mim também. - Terminou de falar, cansado.

– De uma forma ou de outra, ele é obrigado a voltar para cá. - Minho disse, deixando alguns ali confusos. - Felix é puro demais para continuar na Terra, e poluído demais para ir para o "Céu". Só lhe resta um lugar, e que aparentemente é o único que pode o acolher. - Encerrou a fala e saiu do quarto.

Não era de hoje que Felix estava em perigo.