— Ah, você pode me chamar de Tim — estende a mão. Eu aperto. Minha mão não some na dele como faz na mão do Miller.

É bom.

E estranho.


(...)

Quando chego no apartamento do Miller me adianto até o corredor dos dois quartos e banheiro, tem alguém gritando parecendo que tá sofrendo muito. Paro quando chego perto da porta dele. Eu não sei se entro. E se ele mandar a pessoa que tá fazendo gritar lá dentro embora e me machucar por interromper?

Mas aí a pessoa grita de novo e é mais forte que eu, abro a porta um pouco triste por não tá trancada e surpresa por não ter duas pessoas. É ele que grita. Se mexe e grita na cama grande dele. Eu até fico sem reação.

Olho pra trás e pra ele naquele jeito sem saber o que fazer, se dou meia volta ou ajudo. Ele não merece, mas não sou igual a ele, mas também ninguém pode me julgar por não fazer nada, Miller me machuca o tempo todo e se fosse eu sofrendo daquele jeito ele só iria filmar e zombar de mim.

Puxo meu celular do bolso na parte de trás do meu jeans e ligo a câmera, meu dedo ao invés de ir pra gravar, bloqueia a tela e volto a guardar o aparelho e caminho até ele ainda pensando em sair correndo dali.

Quê que eu tô fazendo?

Sou muito burra.

Corre, Emma.

Lucas

O jeito que meu nome é falado muda, as mãos frias no meu corpo também elas não são grandes e nem frias, a voz muda cada vez mais, o toque também, até o cheiro e quando abro meus olhos ainda no escuro, a visão também. Não são olhos iguais os meus, são olhos grandes e verdes assustados e também decididos, são olhos bonitos e olhos que não deveria tá aqui.

— Saí — grito empurrando ela — Saí, sua caipira nojenta.

— Lucas...

— Saí, Parker, sai porra.

Levanto e grito de novo na cara dela que ainda tá no chão do meu quarto.

— Imbecil.

Levanta e seguro bem apertado o braço dela.

— Se dizer pra alguém...

— Imbecil — repete e a solto.

— Some da minha frente. Vai pro seu carro — ela me olha sem acreditar.

Não sei porquê.

Ela acha que eu ligo?

(...)

— Festa hoje? — Chris pergunta com uma bandeja cheia de comida, esse viciado do caralho come por umas mil pessoas.

Dou de ombros.

— Tá precisando foder, cara — Mark diz do lado do drogado — Tá péssimo.

A tarde tava só começando quando deitei já pra evitar o episódio de ontem a noite, por isso gosto de dormir durante o dia e acordar quando a noite tá pra começar, mas tava tão cansado que não consegui acordar logo nem ouvi o despertador tocar. E aquela bocuda viu. Se ela abrir a boca eu nem sei o que faço com a caipira.

Ignoro Mark e viro meu café.

— Olha lá sua namorada — não viro pra ver quem é, Chris sempre me enche com esse papo e hoje minha cabeça tava doendo muito até pra mandar ele se foder.

Até parece.

Eu e Emma.

É até de rir.

— E tá te traindo — Mark rir junto com o Chris.

Olho pra trás e ela tá toda animadinha com um cara pouca coisa maior que ela do lado, os dois falando algo que deve ser bem divertido. E a cadela dizendo que não tinha um namorado. Vamos ver até quanto vai durar.

Pego a maçã que tem na bandeja de Chris e acerto em cheio a lata de refrigerante na mão dele que resmunga e acho que por ter doído um pouco. Frouxo. Os dois juntos com o povo do refeitório olham pra mim. O sorriso dela morre logo assim como o dele.

Ela diz alguma coisa pra ele que balança a cabeça concordando e dão meia volta. Pego a gelatina de Chris também e consigo acertar a parte de trás da cabeça dela. Acerta o coque que até uns cachos deslizam pra fora. Ele dá uma olhada na cabeça dela e pergunta se tá tudo bem, olha pra mim e penso que vai tirar satisfação, mas ela segura a mão dele, me encara com raiva e saem. Ela não era bocuda na frente dos outros.

Quando as pessoas se dão conta que não terá mais nada voltam pra vida deles e nem sinal dela e o namoradinho. Mark já tá falando sobre a festa e quantas garotas pretende comer. Chris me encara com as sobrancelhas erguidas. O encaro de volta. Sem entender porra nenhuma, acho que se dá por satisfeito da brisa dele e sorrir pra mim balançando a cabeça antes de enfiar uma garfada da porcaria que servem aqui no refeitório em sua boca.

Nóia do caralho.

Nas Mãos Do Badboy - 1º da série Nas Mãos Do Amor {COMPLETA 🔞 - BULLY ROMANCE}Where stories live. Discover now