2. Caça ao Tesouro

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Alexander

Novembro de 1718

2 anos depois

Arrependi-me de ter aceitado o convite de Jace no momento em que pisei os pés naquela taverna

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Arrependi-me de ter aceitado o convite de Jace no momento em que pisei os pés naquela taverna.

O cheiro de tabaco e cevada misturados não é um dos mais agradáveis para mim, apesar do meu costume a eles. Olhei ao redor e os vi. O ambiente é bem iluminado à luz das tochas penduradas em pontos estratégicos. Eu não sou um frequentador assíduo de lugares como aquele, pois, para mim, pareciam alcovas úmidas com cheiro de vala.

Aproximei-me da mesa onde estavam todos de minha tripulação. Fazia uns três meses que eu não os via em terra seca, e eu sei que aqueles olhares questionadores estavam cheios de ansiedade por informações. Inevitavelmente, lembrei do dia em meu pai confiou-me o seu precioso navio. Todos da tripulação, como em um ritual, deram-me coisas de valor para que eu tornasse-me o capitão. Deram-me um chapéu, alguns cordões de adorno, anéis e tantas outras coisas. Eles agora respeitavam-me como o novo Barba Negra.

A noite havia caído com uma certa frieza naquele dia. Quem visse-me superficialmente, poderia muito bem dizer que eu sou um nobre qualquer, confundindo-me como um almofadinha burguês. Na teoria, eu sou. Vestia-me com um casado de lã sem gola com punhos profundos. Eu sempre prefiro cores escuras, então ele é preto, assim como meus coturnos nos pés. Mesmo sabendo que teria que usar sapatos de dedo quadrado em algum momento, eu procrastinaria o máximo que eu pudesse. Minha camisa branca possui babados e meus cabelos estão penteados para trás e presos por uma fita de seda preta. Deixei a barba crescer, obviamente. Eu não uso perucas. A moda ditava cada vez mais perucas brancas de cachos mais apertados. Certamente piratas não acham usuais tal acessório devido ao uso frequente dos chapéus.

Dirigi-me à direita, mas antes de sentar-me, uma mulher pára em minha frente, e encara-me com um sorriso um tanto galanteador. Ela é morena, com cabelos pretos e longos. Em seu rosto, uma maquiagem que eu acredito ser da moda já que é a mesma estampada no rosto das donzelas de boa família. Uma base branca pesada feita de chumbo branco, clara de ovo e outros preparos que Izzy havia explicado-me em outra ocasião. Suas maçãs do rosto estavam tingidas de rouge e seus lábios cor de cereja. Seus dentes são perfeitos, pelo menos isso. Seu corpo mal cabe naquele minúsculo vestido de veludo vermelho em que se apresenta, mas ela exibe suas formas com orgulho. Peitos roliços e brancos, quase saltando do decote apertado. As mangas de seu vestido caindo dos ombros em pregas fluidas de renda que tinham o intento de facilitar na hora de despir-se. Seu corpete aperta sua cintura fina e, a saia, um pouco mais estreita do que as abóbodas usuais da sociedade estão levantadas para atrair a visão alheia para seus calcanhares, subindo para as pernas longas e grossas que estavam cobertas por um grosso meião branco.

__ Posso ser a sua anfitriã exclusiva hoje, meu senhor. __ ela diz, curvando um pouco a cabeça e entonando um charme à voz. __ O que em nome do Deus cristão o traz aqui esta noite, meu querido Barba Negra?

Barba NegraWhere stories live. Discover now