— Não tô com fome.

— Eu enfio na sua boca ou o quê? — ele vira a cabeça pra mim, falando sério — Se colocou alguma coisa na comida estamos os dois fodidos, caipira — reviro os olhos — Seu namorado consegue te fazer revirar os olhos assim quando te fode também ou você revira o tempo todo pra recompensar por ele ser broxa?

Fico com as bochechas vermelhas.

— Não é da sua conta — digo e viro de costas pondo comida em um prato. Eu nem tinha um namorado e sei lá se ele iria me fazer revirar os olhos. Ninguém nunca me fez revirar. Eu sou virgem. Mas não digo nada a ele. Miller já se metia muito na minha vida. E de onde ele tirou isso de namorado? Lembro da camisa do meu irmão mais velho que eu vestia na última vez que Miller invadiu meu quarto no dormitório.

— Não me dá as costas quando eu tiver falando com você — diz bem perto do meu ouvido com a mão em meu rabo de cavalo. Eu vou acabar cortando o meu cabelo. O prato chega treme de tanta raiva e a porcaria do medo mesmo que agora e quase sempre a raiva e ódio sejam maior — Responde — manda me virando pra ele, a outra mão ele colocou na minha cintura. Eu tenho que levantar a cabeça pra olhar pra ele e encaro aqueles olhos mortos. Eu não devia, mas me dá um pouco de pena. Ser assim como ele, ter tudo e nada ao mesmo tempo. Já ouvi que os olhos são as janelas da alma, imagina ter uma alma sem vida?

É triste.

É digno de pena mesmo.

Mas meu ódio é maior, então eu não ligo muito.

Ele só colhendo o que planta.

— Você é quem tenta recompensar aqui.

— Tô começando a pensar que você pensa muito sobre o meu pau. Como seu namorado lida com isso?

— Mesmo quando eu tiver um, você nunca saberá, pois você nunca estará em minha mente. Quer dizer, só o quanto eu te odeio, mas isso não é surpresa pra ninguém.

— De quem é aquela camisa então? Roubou? Tá tão necessitada assim, caipira?

Rir por zombar de mim.

Sem graça.

Escroto.

Imbecil.

Vou pra jogar o macarrão nele, mas segura minha mão rápido, tirando a que tem na minha cintura.

Tô ferrada.






Lucas

Ela só fica me olhando com aqueles olhos grandões verdes arregalados já brilhando com lágrimas. Puxo o prato e derruba um pouco do macarrão no chão porque ela não solta fácil.

— Onde você quer? — deixo ela escolher porquê tô bonzinho.

— No seu rabo — responde bocuda.

Rio.

— Boa escolha.

Empurro ela até o balcão do armário, deixando ela presa entre ele e o meu corpo e no canto da cozinha, não tem como ela fugir.

— Lucas — chama desesperada — Isso tá quente.

— Eu posso me queimar, né?

— Desculpa.

Ignoro.

O que desculpa resolvia?

Nada.

— Isso não resolve nada.

— Não penso assim — diz e sei que é só pra tentar dar um jeito de escapar — Por favor — pede com desespero quando viro ela de costas e puxo o cós da calça de moletom que usa — Lucas — chora.

Eu gosto.

E não gosto.

Mas a parte que gosto, gosta menos ainda que um pedaço meu não goste.

— De quem é a camisa?

Eu tinha tirado a mão do cabelo dela e volta a ele. Meu corpo mais próximo ainda ao dela. Eu gosto e não gosto.

— Meu irmão. Eu peguei pra dormir uma noite que estava bem quente lá na fazenda e ele me deixou ficar com ela.

— Se tiver mentindo...

— Não tô — me corta e diz rápido.

Solto o cós e viro ela, jogando o prato com a comida no chão.

— Limpa tudo.

Ela balança a cabeça que sim, mas isso não esconde a raiva.

Saio da sua frente e fico vendo ela limpar tudo diante de mim, de joelhos.

De novo.

Eu gosto.

E não gosto.

Saio dali.

Nas Mãos Do Badboy - 1º da série Nas Mãos Do Amor {COMPLETA 🔞 - BULLY ROMANCE}Where stories live. Discover now