ENCHANTÉ [Daniel Ricciardo] ✓

08 | Eu posso segurar a sua mão, se quiser!

"Estou esperando que talvez você possa me dizer agora

Eu sou o único que está sentindo borboletas?

Eu sou mariposa em sua chama?

Você queima o mesmo que eu, quando eu olho nos seus olhos?"

— Butterflies, Abe Parker.

MONTE CARLO, MÔNACO

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— Daniel Ricciardo agindo como um adolescente é algo que nós já vimos, mas como um adolescente apaixonado é a primeira vez — Michael disse dando um tapinha na minha cabeça, e eu soltei o celular na mesa, me ajeitando para a reunião.

— Eu não estou apaixonado, você nem sabe com quem eu estava falando... — Levantei a tela do notebook, abrindo os aplicativos para a chamada de vídeo com a minha equipe de assessoria.

Meu celular se acendeu na mesa, o nome de Marjorie indicando mais algumas mensagens que ela havia me enviado. Não tive ao menos a chance de negar alguma coisa.

É claro, nosso encontro na França não foi dos mais esclarecedores ou confortáveis do mundo, e Pierre deixou isso bem claro ao não sair do lado da loira no domingo, como se me impedisse de tentar algo. Eu só sabia que não estava sozinho nessa loucura pelas mensagens e atenção que Marjorie estava dando para mim. E por mais que eu não quisesse admitir, Michael estava certo, eu parecia um adolescente, com frios na barriga, borboletas no estômago e tudo mais. Eu não fico ansioso nem mesmo ao entrar no carro para correr, e de algum jeito Marjorie Gasly em tão pouco tempo me deixou dessa forma: uma bagunça.

Nós não falamos sobre o beijo, ou discutimos a possibilidade de passarmos um tempo só nós dois, mas tinha algo nela que me fazia desejar essa opção como se eu tivesse treze anos e estivesse aprendendo a beijar. Eu estou disposto a conhecê-la melhor, e quem sabe não desenvolver algo além da atração física?

De alguma forma eu me sentia bem finalmente por ter esquecido das amarras que meu último relacionamento ainda me trazia, e não estar sendo obrigado a fazer algo contra a minha vontade me deixava ainda mais animado para conhecer pessoas novas.

— Devemos mencionar Marjorie Gasly para Oliver? — perguntou, se sentando ao meu lado e colocando uma garrafa d'água na mesa. Neguei na mesma hora.

— Não há necessidade, Michael. — Afirmei com seriedade, e para a minha felicidade a notificação de chamada apareceu na tela do notebook..

Eu tentei prestar atenção em tudo, tentei entender as soluções que eles tinham para o próximo anuncio de Abby, mas minha cabeça não queria ao menos focar em duas sentenças completas. A luz do meu celular se acendendo por notificações me entretém mais, ansioso para responder minha loira não-tão-misteriosa.