ENCHANTÉ [Daniel Ricciardo] ✓

06 | Dando uma chance... para a vida

"É realmente tão estranho se eu sempre quiser uma mudança?

E se apenas o tempo e o espaço entre nós não fosse solitário

Eu me desintegro em mil pedaços

Acho que estou cometendo um erro, mas se eu decidir partir

Quem preencherá o espaço vazio?"

— Ashley, Halsey.

MONTE CARLO, MÔNACO

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Não deveria ser uma coisa absurda.

Pessoas se conhecem, sentem atração física, passam um momento juntas e então cada um segue sua vida normalmente.

É o que deveria ter acontecido comigo e com Daniel Ricciardo. Eu percebi que tinha bebido pouco naquela noite quando as lembranças de suas mãos no meu corpo demoraram para sumir da minha cabeça. Na verdade, não posso dizer que sumiram, principalmente ao vê-lo mais uma vez tão perto e tão... Daniel. Mas ele não estava sozinho, e a belíssima morena ao seu lado agiu como um enorme sinal de alerta pros meus pensamentos hostis. Afinal de contas, eu estava certa, ele mal deveria se lembrar do que fizemos, ou de mim em geral.

Entretanto, seus olhos castanhos me diziam outra coisa, ele queria se aproximar, mas eu não seria capaz de permitir, definitivamente não na frente do meu irmão, de Lisa e Charles.

Eles não perceberam o piloto ali, e eu gostaria de manter daquela forma do que passar por uma situação constrangedora.

Segurei o braço de Pierre, fazendo com que ele andasse mais rápido enquanto conversava e sem olhar pra trás, continuei caminhando.

— Por que você ficou estranha do nada? — Lisa perguntou, percebendo meu comportamento e interrompendo a conversa sobre futebol dos rapazes.

— Eu não estou estranha... — respondi, fazendo o maior dos esforços para disfarçar minhas reações.

— Marge — chamou minha atenção, olhando pros lados em busca de respostas e senti meu rosto esquentar. Ela ia perceber, com certeza, Lisa sempre foi muito boa em identificar minhas mentiras.

Torci para que Daniel não estivesse mais a vista, pois não iria aguentar mais uma sessão de perguntas sobre ele, eu já precisei explicar pelo menos umas três vezes a cena da cozinha pra minha amiga e mesmo assim ela ainda não conseguia acreditar.

— Eu só estou cansada, quero ir pra casa logo, essa semana me desgastou — expliquei e tecnicamente não menti.

Nós tivemos nossos momentos de descanso, fizemos compras na quarta, na quinta passamos o dia na praia enquanto Pierre precisou trabalhar, e durante o Grande Prêmio nós conseguimos assistir tudo estando confortáveis, e nos entrosamos com o pessoal dentro do paddock. O melhor foi que ninguém me reconheceu como irmã de Pierre, ou se reconheceu não quis me chamar, então tive minha merecida paz nessa minha pequena folga.