023. O servo de Lord Voldemort

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       Hermione gritou. Black se levantou em um salto. E Anne exclamou alto:

— Papai!

— Encontrei isso ao pé do Salgueiro Lutador — disse Snape, atirando a capa para o lado, mas tendo o cuidado de manter a varinha apontada diretamente para o peito de
Lupin.

— Muito útil, Potter, obrigado...

       Snape estava ligeiramente sem fôlego, mas o rosto expressava contido triunfo.

— Vocês talvez estejam se perguntando como foi que eu soube que estavam aqui — disse com os olhos brilhantes. — Acabei de passar por sua sala, Lupin. Você esqueceu de tomar sua poção hoje à noite, então resolvi lhe levar um cálice. E foi uma sorte... sorte para mim, quero dizer. Encontrei em cima de sua mesa um certo mapa. Bastou uma olhada para me dizer tudo que eu precisava saber. Vi você correr por essa passagem e desaparecer de vista.

— Severo... — começou Lupin, mas Snape atropelou-o.

— Eu disse ao diretor várias vezes que você estava ajudando o seu velho amigo  Black a entrar no castelo, Lupin, e aqui tenho a prova. Nem mesmo eu poderia sonhar que você teria o topete de usar este lugar antigo como esconderijo...

— Papai...

— Severo, você está cometendo um engano — disse Lupin com urgência na voz. —  Você não sabe de tudo, posso explicar, Sirius não está aqui para matar Harry...

— Mais dois para Azkaban esta noite — disse Snape, os olhos agora brilhando de fanatismo. — Vou ficar curioso para saber como é que Dumbledore vai encarar isso...
Ele estava convencido de que você era inofensivo, sabe, Lupin... um lobisomem manso...

— Seu tolo — disse Lupin com brandura. — Será que um ressentimento de criança é suficiente para mandar um homem inocente de volta a Azkaban?

      BANGUE! Cordas finas que lembravam cobras jorraram da ponta da varinha de Snape e se enrolaram em torno da boca de Lupin, dos seus punhos e tornozelos; ele
perdeu o equilíbrio e caiu no chão, incapaz de se mexer. Com um rugido de cólera, Black avançou para Snape, mas este apontou a varinha entre os olhos de Black.

— É só me dar mais um motivo — sussurrou o professor. — É só me dar um motivo, e juro que faço.

— Papai — Anne começou com urgência — Nós não podemos...

— Silêncio, Anne! Você não sabe de nada!

       Anne se encolheu e Sirius viu a vergonha em seu rosto.

— Mas se... se houve um engano... — Começou Hermione

— FIQUE QUIETA, SUA BURRINHA! — berrou Snape, parecendo de repente muito perturbado. — NÃO FALE DO QUE NÃO ENTENDE! — Saíram algumas fagulhas da ponta de sua varinha, que continuava apontada para o rosto de Black. Hermione se calou.

"A vingança é muito doce", sussurrou Snape para Black. "Como desejei ter o privilégio de apanhá-lo..."

— Você é que vai fazer papel de tolo outra vez, Severus — rosnou Black. — Se esse garoto levar o rato dele até o castelo – e indicou Rony com a cabeça... — Eu vou sem criar caso...

— Até o castelo? – retrucou Snape, com voz insinuante. — Acho que não precisamos ir tão longe. Basta eu chamar os dementadores quando sairmos do salgueiro. Eles vão ficar muito satisfeitos em vê-lo, Black... satisfeitos o suficiente para lhe dar um beijinho, eu me arriscaria a dizer...

— PAPAI! — Anne gritou, seu rosto vermelho de raiva. Snape olhou-a surpreso, ele abriu a boca para falar, mas Anne continuou: — ME DEIXE FALAR! Como você pode? Esse homem pode ser inocente e em vez de descobrir a verdade você quer vendê-lo para dementadores? Aqueles bichos são horríveis, ninguém merece isso, seu idiota!

O Filho de Regulus Black: Sirius BlackOnde as histórias ganham vida. Descobre agora