Após ser abandonada no altar às vésperas do casamento e viver a noite mais insana da sua vida para superar a mágoa - regada à álcool e música country -, Olívia Scott, uma jovem garota com um gigantesco histórico de fazer m*rda quando está bêbada, de...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Quando você tem um rompante de adrenalina, coragem insana, no primeiro instante você age. Não reflete, só segue o instinto, o que acredita ser o certo.
Depois, você reflete. Então você pergunta-se o que está fazendo, se está certo, se é a melhor escolha. A dúvida atormenta, e não há o que fazer, porque você não pode voltar atrás.
Não sabia exatamente o que estava fazendo no momento em que adentrei o veículo, dirigindo até a cidade vizinha, River Oaks. Não refleti até estacionar em frente a mansão familiar, com uma exuberante fachada em tons claros ladeada por palmeiras imperiais.
O choque de realidade veio somente no momento em que estava em frente à porta, prestes a tocar a campainha.
O orgulho ferido por não ter a quem recorrer, doía mais do que o que ele havia feito comigo no passado. Não tinha um único tostão no bolso para pagar a diária no mais barato dos hotéis, quanto mais permanecer abrigada lá. Jade, a única com quem contava, estava tão — ou mais — falida.
Ou seja, restava a única pessoa a quem não queria recorrer. E a única que restava. Dante Callahan.
O italiano havia oferecido apoio a mim mais cedo, para não ter que enfrentar Ryle Scott e todo o covil de serpentes. Morar aqui, como se fôssemos um casal. O casal destruído pelo próprio Dante há nove anos.
Talvez Dante só estivesse sendo gentil. Talvez o convite fosse mera formalidade. Por que ele aceitaria abrigar a ex namorada que fez questão de abandonar no passado?
Sentia a insegurança aflorar, misturada com a humilhação. Parecia que, de repente, tudo havia virado de cabeça para baixo.
Se você não fosse tão otária em acreditar no 'felizes para sempre' e escolhesse um marido por dinheiro ao invés de amor, não passaria por 'perrengues' — o conselho que mamãe havia dado há tantos anos veio à mente.
Olhando a minha atual situação — falida, desempregada, sem-teto, abandonada no altar, casada com o imbecil do ex-namorado — via que, talvez, dona Amelie Scott estivesse certa.
Como se para provar o ponto, um trovão forte ressoou no céu antes límpido da pequena River Oaks. E, mostrando o quão azarada sou, começou a chover. E foi intensificando. Finas gotículas começaram a virar um temporal.
Misericórdia!
Corri dali até o carro que estava estacionado no meio fio, arrastando a mala de rodinhas comigo. Entretanto, provando que tudo o que está ruim pode — e vai — piorar, a rodinha direita acaba presa no chão úmido, fazendo-me desequilibrar e ir ao chão, tomando banho na poça de água suja. Trazendo o celular comigo.
Foi a gota d'água necessária. Sentei no chão encharcado, não ligando para o temporal que caia, abraço o meu corpo exausto e arranhado, chorando compulsivamente. Tremia, por frio e por temor. Sentia-me tão humilhada, tão destruída e cansada, tudo parecia piorar a cada instante, não sabia o que fazer. O lábio tremia violentamente, o frio aumentando com a ventania.