Olhei, sem emoção, o meu próprio reflexo no enorme espelho da suíte. Olhei atentamente para a mulher infeliz que o espelho refletia; o olhar perdido, a expressão de temor, o cansaço e esgotamento mental evidentes.
Deslumbrante, no entanto.
Por mais que a maquiagem consiga encobrir as profundas olheiras, e me torne bonita para este momento, não consegue disfarçar a infelicidade.
Estou pronta para cometer o pior erro da minha vida: casar com um homem que não amo.
Não sinto amor por Logan Bradford, o homem que neste momento espera por mim no altar. O que sinto não chega nem perto disso.
O que sinto pelo homem que, em instantes, se tornará meu marido, é ódio.
Sempre fui romântica; almejava viver um amor arrebatador, como nos contos de fadas.
Cresci ouvindo histórias de amor, com finais felizes, onde príncipes encantados, em cavalos brancos, resgataram a mulher amada, levando-a consigo para o castelo onde casaram e viveram felizes para sempre.
E, como nesses contos, também desejava um príncipe.
Não literalmente.
Não encontraria um jovem nobre em um cavalo alazão tão facilmente. A vida não é como as histórias que nossos pais lêem para nós na infância, ou como naquelas comédias românticas natalinas da Netflix. Eu não encontraria um príncipe encantado por acaso, e já havia me conformado com tal fato.
Mas a verdade é que eu desejava ardentemente viver um amor arrebatador, tal como nestes romances. Gostaria de ser admirada, venerada ou, melhor dizendo, tratada como uma verdadeira princesa. Gostaria de amar alguém, entregar-me por inteiro, ser o mundo de alguém e transformá-lo no meu mundo.
Transformá-lo no meu lar.
No silêncio do meu quarto, ainda adolescente, adorava imaginá-lo. Meu príncipe ideal. Seria alto. Cabelos escuros e olhos azuis como o mar, que perfuravam até a alma. Seria gentil. Tão gentil. Adoraria ler poesias para mim, à sombra de uma árvore, abraçados. Adoraria cantar e também tocar violino. Meu príncipe ideal seria doce, gentil e adorador...
No entanto, a realidade é difícil.
Este não é um casamento por amor, é somente uma união por contrato, para benefício de ambas famílias. Aparentemente, a posição social da família é mais importante que a minha própria felicidade.
Mas ainda torço por uma mudança nesta vida. Um resgate.
Um príncipe a cavalo, talvez.
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Desastre Perfeito | Em Andamento
RomanceApós ser abandonada no altar às vésperas do casamento e viver a noite mais insana da sua vida para superar a mágoa - regada à álcool e música country -, Olívia Scott, uma jovem garota com um gigantesco histórico de fazer m*rda quando está bêbada, de...