Que vontade sinto de esticar minha alma pelos poros e escorrer todos os meus tons de amianto e ferrugem à caminho do enlace dos seus braços-barcos, que me puxam e acalentam meu corpo em colapso debaixo de uma vela puída em alto mar que sacode ao som da poeira cintilante do sistema solar.
A lua parece tão fraca, como se o tiro que levara na Viagem à Lua, de Georges Mélies, ainda reverberasse em ondas degeneradas pelas suas crateras que ameaçam derreter diante dos meus olhos.
Sinto que estou me desfazendo, assim como ela. Parado no centro de um barco que sequer me pertence, vendo a vela cortar o céu e aguardando para me afogar na lua que continua se dissolvendo e caindo, caindo no opaco das coisas que um dia foram.
Preciso pescar estrelas.
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A Arte de Comer e Derramar Estrelas
詩歌A união das centelhas luminosas que saem de mim, estalam no ar e se reúnem nas folhas de papel em forma de poesias e textos tão embaralhados quanto eu.