— Qual cor essa capa vai ficar?
Ele lembrava das memórias vistas na penseira. Depois da seleção, o uniforme dos alunos se transformava. O brasão da casa aparecia bordado no suéter e na capa. O forro antes negro ganhava as cores da casa escolhida. Gravatas e cachecóis viriam depois, mas esse momento... esse instante era o que ele mais ansiava.
Vozes ao longe começaram a soar. Estava quase na hora.
Harry saiu do banheiro e foi surpreendido por um elfo doméstico esperando por ele.
— Me mandaram te levar até o Grande Salão.
O moreno já estava acostumado com aquelas criaturas, mas não esperava encontrar um ali. Apenas assentiu e seguiu o elfo até as portas do salão.
Através da madeira maciça, ouviu as vozes dos alunos e o burburinho típico da cerimônia de seleção.
Os nomes sendo chamados. O silêncio antes do Chapéu fazer seu julgamento. O clamor das casas ao receberem seus novos membros.
O coração de Harry martelava no peito.
As palmas estavam suadas.
Sem pensar, levou a mão até o pingente e respirou fundo.
"Não sei se esse nervosismo é só meu ou se é do Draco também... mas eu sei que estou quase morrendo aqui."
Então, de repente, o salão ficou em silêncio.
Harry ficou tenso.
A voz de Dumbledore ecoou pela imensidão do Grande Salão.
— Este ano, teremos algo inédito. A seleção das casas não será feita apenas para os primeiranistas. Hoje, damos as boas-vindas a um aluno que, até agora, estudou sob a tutoria de grandes mestres. Esta será sua primeira vez em Hogwarts, cercado por tantos colegas, mas estou certo de que todos serão receptivos.
O silêncio era absoluto.
— Seus pais foram alunos honrados. E tenho certeza de que ele seguirá os mesmos passos.
Harry fechou os olhos por um segundo.
Esse era o momento.
A porta se abriu, e Harry teve exatamente três segundos para esconder todo o nervosismo sob uma expressão séria.
Ele deu um passo à frente.
No topo do salão, uma bruxa ao lado de Dumbledore pegou o pergaminho com o nome do aluno misterioso. Assim que leu, seus olhos se arregalaram de surpresa.
Ela cochichou algo para o diretor, que apenas assentiu levemente.
Um pequeno sorriso escapou pelos lábios da mulher antes de ela anunciar:
— Harry Potter.
O salão mergulhou em um silêncio sepulcral.
Harry estufou o peito e começou a andar. Seu olhar não desviava da mesa dos professores, e seu rosto não demonstrava nada além de controle absoluto.
Mas ele viu.
No canto do olho, avistou Pansy Parkinson com o queixo quase caído.
A vontade de rir foi imensa.
Ele se sentou na cadeira de seleção, sentindo os olhos de todos sobre ele. O burburinho começou quase imediatamente.
— Achei que ele estivesse morto.
— Ouvi dizer que ele cresceu longe de todos e tem medo dos trouxas.
— Dizem que bruxos das Trevas ainda o perseguem... que os trouxas foram enfeitiçados para matar sua família.
A mandíbula de Harry se tensionou. Um nervosismo crescente o tomou, seguido por algo mais intenso, mais ardente... irritação.
Mas esse sentimento não era só dele.
Ele olhou discretamente para a mesa da Sonserina e encontrou Draco — os punhos cerrados, os olhos faiscando de fúria.
"Então, ele também está sentindo isso."
O Chapéu foi colocado em sua cabeça.
O silêncio foi instantâneo.
E então, a voz sussurrante ressoou dentro de sua mente.
— Difícil. Muito difícil. Tem coragem, estou vendo. Uma mente brilhante. Talento, se tem. E uma grande sede de provar seu valor... Mas onde vou colocá-lo?
Harry permaneceu imóvel.
— Ele vai para a Grifinória, com certeza! A família toda dele era de lá!
A voz animada de alguém na mesa vermelha ecoou pelo salão, mas Harry não se virou.
O Chapéu ignorou.
— Você será grande. Está tudo aqui... dentro de você. Uma casa pode te ajudar a alcançar essa grandeza.
O coração de Harry martelava.
— SONSERINA!
O tempo pareceu pausar por um segundo.
Então, o brasão esmeralda surgiu em sua capa.
A mesa da Sonserina explodiu em comemorações tão altas que abafaram qualquer reação das outras casas.
Harry se ergueu. Com passos confiantes, atravessou o salão e se sentou ao lado de Draco e Pansy.
— Eu sabia que você viria pra cá. — Draco murmurou, satisfeito.
Já Pansy... não parecia nem um pouco satisfeita.
O queixo erguido, os olhos faiscando, ela se levantou bruscamente, chamando a atenção de todos.
— Você é um trasgo, sabia? O que te dá o direito de vir para Hogwarts e não me contar nada? Eu sou uma piada pra você, Potter?!
Harry sabia exatamente o que ela queria.
Ele ergueu uma sobrancelha, cruzou os braços e respondeu, no tom mais despreocupado possível:
— Parkinson, se controla. Você não tem nem altura pra fazer um show desses.
Um silêncio constrangedor caiu sobre a mesa.
Os alunos próximos o encararam, boquiabertos. Ninguém — absolutamente ninguém — falava assim com Pansy Parkinson e saía ileso.
Mas, para a surpresa de todos, em vez de explodir, ela sorriu.
Um sorriso perigoso, cheio de uma indignação afetuosa.
Então, bufou e o puxou para um abraço apertado.
Os olhares de espanto ao redor se multiplicaram.
Ninguém jamais viu Pansy Parkinson demonstrar afeto em público — exceto por Draco e Blaise.
Mas Harry Potter?
Harry Potter era um mistério.
Pansy se afastou e o olhou nos olhos, semicerrando-os.
— Se eu não te amasse tanto, eu te amaldiçoaria agora mesmo.
Harry apenas sorriu.
༒
Pensei em colocar o Harry na Grifinória, mas Harry Sonserino é minha religião
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All This Time
Детектив / ТриллерTentaram lhe deixar sem nada, sem a família, sem uma casa para morar. Pensaram que ele estava sozinho, só não sabiam que Harry Potter nunca esteve só. "Minha família não acabou naquela noite, ela se tornou mais forte" Obra criada baseada nos livros...
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