Acordo cedo e me banho, vestindo uma calça jeans e uma blusa justa, correndo para a cozinha em seguida. Lavo minhas mãos e amarro meu cabelo, fazendo um café e pães caseiros.
Sinto um olhar em minhas costas e ao me virar com o prato preparado em mãos, bato de frente com o senhor Willian.
-A-ah. Precisa de alguma, senhor? _Digo virando o olhar para o homem mais alto que eu.
-Eu não tomo café da manhã. Jogue isso no lixo.
-Posso entregar para os seguranças. Eles devem estar com fome, já que passam muito tempo trabalhand- _O homem me interrompe.
-Jogue isso no lixo. Imediatamente. _Diz com um tom de ordem.
Não consigo esconder minha reação, arregalo meus olhos, minha surpresa é clara e sincera, e a primeira coisa que penso, eu digo.
-Jogar comida fora? Você tá ficando louco? Eu passei esse tempo todo fazendo isso aqui pra você me fazer jogar fora? Isso vai ser dinheiro no lixo!
-Você ainda não entendeu que eu sou bem rico? _O homem ri de leve, sorrindo de lado.
-Tem gente que passa fome! Com todo respeito, mas o senhor vai tomar café da manhã. Nem que seja só hoje! _Digo o encarando nos fundo dos olhos.
Passamos quase um minuto se encarando sem nem piscar. Até que ele pisca e vai até a porta da cozinha, parando em seguida e se virando para mim.
-Sirva o café à mesa. Você tem cinco minutos. Entendeu? _Diz saindo da cozinha em seguida.
-Mas... Ele não comia café da manhã... Ele é bipolar? _Digo colocando café sem açúcar em uma xícara e servindo na mesa de jantar.
O senhor Willian se senta e come, olha para mim, que estava dois ou três metros atrás dele um pouco para a direita.
-Coloque café em minha garrafa térmica. _Se levanta e vai para seu quarto.
Pego uma garrafa térmica na cozinha e fico com medo de quebrar de tão chique que é (Caso queiram uma imagem da garrafa, é a Garrafa Térmica Inteligente Thermos com Display de Temperatura preta, sim, é bem específico). Coloco o café e Patrick me chama, logo vou até ele.
-O senhor Willian vai para o trabalho agora e só volta oito da noite. Pode me entregar o café, eu irei levar para ele. _Pega a garrafa de minhas mãos delicadamente e saí, em direção ao carro na garagem.
Lavo a louça, limpo a casa inteira, quase perco meus braços passando o pano e vassoura nesse chão e lembro que ainda falta limpar o quarto do senhor Willian.
-Casa grande. É maior que a roça. _Entro no quarto que é inteiro decorado em uma escala de preto/cinza e branco.
Arrumo a cama completamente bagunçada, limpo o chão e móveis e vou para o closet.
-Pra quê um armário desse tamanho? Povo exagerado. _Digo limpando as portas de vidro._ É muita falta do que gastar mesmo.
Abro o armário e abro as gavetas, para ver se preciso arrumar algo e acabo me deparando com cuecas vermelhas. Como não há algo para organizar, fecho a gaveta e continuo limpando.
Vejo um frigobar e sinto um cheiro de doce repugnante. Meu olfato para algo que odeio é perfeito. Mesmo com o frigobar fechado, o leve aroma de doce invade minhas narinas, me fazendo enjoar na hora.
Após terminar, já é hora do almoço, estou sem fome e não tem ninguém para servir, então vou para o jardim. Faço amizade com um jardineiro, que estava podando alguns arbustos e sinto alguém tocando no meu ombro.
-Senhorita Natalya? O senhor Willian está lhe chamando para ir até a empresa imediatamente.
-An... Sim, claro. _Vou para o carro com o motorista e o mesmo para na frente de um local enorme, murado, com quatro grandes prédios._ Meu pai amado, que lindo. _Digo descendo e sendo guiada para um prédio principal.
Acabo parando na copa, onde fica a cozinha dos funcionários. O motorista fala que o senhor Willian quer um filé mal passado com purê de batata e organização na montagem do prato. De sobremesa pudim de banana com caramelo.
Faço o que ele pede e coloco tudo em uma bandeja. Peço informações para ir até a sala do meu chefe e acabo a encontrando. Bato duas vezes na porta e escuto um "entre".
-Com licença senhor... Aqui está o seu almoço. _Digo percebendo pratos com marca de restaurante no lixo. Coloco a bandeja na frente do chefe, do qual havia aberto um espaço para a mesma. Sigo em direção a porta mas sou interrompida.
-Fique. Não irá precisar voltar para levar a bandeja. _Diz já começando a comer.
Aceno com a cabeça e fico ao lado da mesa, completamente paralisada, admirando a vista pela janela. Grandes prédios com outros atrás em seguida.
-Gosta da vista? _Senhor Willian pergunta, se virando para mim. E alternando os olhares entre a janela e meu rosto.
-Hm, sim. É uma vista incrível... Deve ser bom poder apreciar todo dia a cidade. Mas, claro, o senhor não tem tempo, já que trabalha muito e é bem ocupado.
-Sim, é uma boa ideia apreciar essa vista. Aliás, já arrumou meu quarto? _Diz voltando a comer.
-Sim senhor.
-Se certificou que nada ficou fora do lugar?
-Sim senh- _Me assusto com uma mulher que entra de repente. Ela tem os olhos fixos no senhor Willian, enquanto desabotoa sua camisa, ignorando completamente minha existência.
-Senhorita Tiffany, não percebeu que há uma outra pessoa nesta sala? _Senhor Willian fala autoritário.
A mulher de cabelos claramente pintados de ruivo desbotado me olha de cima a baixo e abotoa novamente sua camisa.
Ela pensou que aqui era o banheiro? Pode ser né. Vai que o sutiã dela soltou e ela confundiu.
-Pode levar a bandeja ,senhorita Natalya. Já terminei. Avise a secretária para não permitir que ninguém entre nessa sala até eu permitir.
Acinto com a cabeça e pego a bandeja, indo em direção a porta e dando um sorriso para a mulher, mas a mesma me olha com nojo e repulsa.
Quando saio, me viro para a rececionista, que estava concentrada em seu computador.
-Boa tarde. O senhor Willian me mandou avisar que não é para permitir a entrada de ninguém na sala dele.
-Ah, você é a nova... _Ela finalmente me olha, percebendo a bandeja em minhas mãos.
-É que a senhorita Tiffany deve estar conversando e ele provavelmente não quer que o incomode.
-Você realmente não sabe o que eles vão fazer? _Nego com a cabeça e ela rapidamente me convida para sentar ao lado dela.
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Minha Empregada Inocente
FanfictionNatalya Brown, uma garota simples do interior do Brasil que acaba sendo vendida para um empresário Estadunidense, pois seu pai estava devendo ao homem. Por sorte, ela é fluente em inglês, pois morou na cidade por um tempo e fez curso. Willian Kase...