A queda de Carl

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Por Jessica

_ Como está sendo morar na casa do seu tio, Luna? - Pergunto e vejo a menina abrir um grande sorriso.

_ Gosto muito - Diz ela, mas de repente seu sorriso desaparece e seus olhos ficam cheios de lágrimas. - Meu tio Patrick está muito doente.

Me levanto de onde estou e fico de joelhos em frente da garota. Luna já sofreu tanto com os pais adotivos, a perda do tio pode mexer muito com o psicológico dela, já que o tio era na verdade melhor amigo do pai.

_ Você ficar assim não vai ajudar seu tio. Imagina só ele achar que você tem pena dele? Você precisa ser forte e ajudar seu tio Brad a cuidar das coisas. - A menina parece refletir sobre minha fala.

_ Você está certa - Converso mais um pouco com Luna e logo depois ela vai embora.

Termino meu relatório sobre o atendimento com Luna e deixo em cima da mesa. A ONG está trabalhando em parceria com o conselho tutelar, eles pediram nossa ajuda depois de tentar falar com Luna e não conseguir nenhum resultado. Pego minha bolsa e vou até a sala da minha sogra desejar bom final de semana. Assim que entro pela porta de sua sala, vejo Sônia separando os esmaltes e montando as lembrancinhas para a comemoração do  dia das mães.

_ Oi querida, como anda as coisas? Você e o Adrian não apareceram mais. Eu mesmo só vejo você aqui no trabalho e quase não conversamos.- Diz ela com um leve tom de mágoa na voz.

_ Desculpa Sônia as coisas andam um pouco corridas e Adrian anda trabalhando muito. - Ela sorri e segura minha mão.

_ Quero ver vocês lá essa semana.

_ Você quer ajuda pra terminar isso aí? - Pergunto e a mesma  nega.

_ Allan ainda  não chegou então de qualquer forma vou ter que esperar. Vai pra sua casa e bom descanso.

Não demora muito para Jessica chegar em sua casa.  Casa esse pensamento faz ela se lembrar da fala de Adrian hoje de manhã. Ela consegue se imaginar morando com o homem e construindo sua própria família.  Jessica sabia que uma família poderia não ser perfeita, mas ela tentaria ao máximo fazer do seu lar um lugar feliz. Ao abrir a porta de casa ela vê Bob brincando com Eloysa.

_ Você gosta mesmo desse negócio de ser vô. - Falo rindo e o mesmo parece não ligar muito. Ele coloca Eloysa no chão.

_ Deu tudo certo pelo jeito - Fala ele com um sorriso malicioso que logo some- Jessica desculpa pelas piadas aquele dia, você sabe que não é fácil pra gente.

_ Eu sei, mas gosto do Adrian e não vou deixar ninguém- Ele não deixa eu conclui.

_ Eu também não vou deixar. Se aquele rato faz você feliz quem somos  nós pra dizer alguma coisa. Sabe nesta vida eu aprendi que gosto é igual - Ele olha para Eloysa e suspira.  - Boca de fogão cada um tem o seu.

Minha mãe aparece logo depois e abraça meu corpo. Ela me conforta dizendo vai ficar bem. Sinto lágrimas caírem dos meus olhos ao se lembrar de tudo que fiz com minha mãe anos atrás. Nunca fui boa filha, mas tento ser agora a melhor versão de mim mesma.

Por Dean

Observo a imagem que passa no vídeo e só penso em como estou fudido. Um vídeo meu transando com um garoto de 15 anos está no celular de Brad.

_ Sabe a mãe dele quer denunciar você por estupro de vulneráveis e você sabe que com esse vídeo você vai ser condenado na hora. - Diz Brad sentando em cima da mesa.

_ Brad eu posso ser preso - Eu sabia que não deveria ter ficado com aquela desgraça. 

_ Você vai ser condenado sem direito a julgamento e é certeza que Melissa não vai nunca mais querer saber de você.  - Ele se levanta e vai até a máquina de café. O cheiro de café se faz presente e combina perfeitamente com o tempo chuvoso do lado de fora.

_ Eu faço qualquer coisa - Imploro já sabendo o que ele vai querer.

_ Certo. Tem algo que você pode com certeza fazer por mim.

2 semanas depois

Por Carl

O clube sempre foi algo de família,  nascemos para conquista qualquer glória que nos seja oferecida. Se é perigoso? Com certeza, mas fazer o que isso faz parte. Não vejo a hora de chegar em casa e depois ir encontrar minha garota. Passei 2 meses na estrada e já não estava aguentando mais. Vejo duas viaturas  paradas na beira na estrada, mas não ligo muito. Quando estou para dar entrada na cidade escuto barulho de sirenes e quando olho pelo retrovisor vejo o sinal da viatura.  Paro o caminhão e desço do mesmo achando tudo aquilo uma perda de tempo. Com certeza é o Dean fazendo graça. Dean está acompanhado de outro policial que não conheço provavelmente é um dos que chegaram novos.

_ Abre - Diz Dean - Abre a parte de trás.

Ele não olha em meus olhos. Ele sabe o que tem ali e eu também sei que estou fudido. Abro a parte traseira do caminhão e já coloco as mãos atrás na nuca. O policial que não conheço entrar e Dean para ao meu lado.

_ Desculpa, Carl. - Diz ele

O policial desconhecido para em minha frente e ali escuto minha ordem de prisão.

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 Os corruptos 01: Caça aos porcosWhere stories live. Discover now