O Golpista 1

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— Chefe Koo, posso te perguntar uma coisa? – Si-eun se aproximou da chefe lentamente, sentando de frente para ela.

Koo Ryeon desviou o olhar dos papéis que analisava e a olhou, assentindo.

— Hm, durante anos eu tenho sonhado com uma pessoa que eu nunca vi. E os sonhos são muito realistas. Você sabe se isso tem algum significado?

Obviamente ela ocultou a parte de que aquela pessoa era um certo ceifador chamado Joong-Gil. Por quê? Ela não sabia direito.

Ela observou a mulher suspirar, e então voltar a se concentrar nos papéis que estavam sobre a mesa.

— Provavelmente são memórias da sua vida passada. Alguns humanos conseguem se lembrar de certas coisas. - Koo Ryeon a olhou brevemente, vendo o olhar curioso de Si-eun. — Geralmente as pessoas só se lembram de momentos marcantes. Você deve ter um fio vermelho ligando-a a pessoa dos sonhos, e por isso se lembra dela.

Si-eun quase engasgou, mesmo que não estivesse bebendo nada.

Isso significava que ela e Joong-Gil...

Impossível.

— Você nunca viu mesmo essa pessoa?  - Koo Ryeon perguntou, sua voz denunciando a curiosidade que tinha.

Si-eun hesitou por um instante, e então negou com a cabeça.

Encerrando o assunto, ela voltou para sua mesa, tentando se distrair para que parasse de pensar no que sua chefe tinha dito.

Si-eun estava trabalhando em um relatório, enquanto Ryung-gu e Koo Ryeon conversavam, quando Jun-woong entrou na sala, agitado.

— Eu encontrei pessoas que usam suicídio como uma forma de ganhar dinheiro.

Sem conter a curiosidade, Si-eun se aproximou de Jun-woong, olhando para a tela de celular dele.

— São similares as coisas que encontrei no quarto da Srta. Shin Yenah. Eles só aceitam criptomoedas, para que não possam ser rastreados.

— Vamos pegar esses bastardos. - ela disse após ouvir a explicação dele.

Jun-woong assentiu, mas foi interrompido por Koo Ryeon.

— Não! Não façam nada precipitado.

Si-eun franziu o cenho.

— Como isso é precipitado?

Koo Ryeon voltou para sua mesa, se sentando.

— O quê? Vocês querem encontrar eles e trazer justiça? Não se iludam. Esse não é o nosso trabalho.

— Mas... eles estão ajudando pessoas a se matarem. Não deveríamos impedir? – Si-eun perguntou confusa. — Não entendo como isso não é nosso trabalho.

— Nós impedimos os casos de suicídio, mas não nos envolvemos na terra dos vivos. Não podemos interferir em casos assim.

Ela ficou quieta. Sabia que Koo Ryeon estava certa, e tentar argumentar contra aquilo não levaria a lugar nenhum.

Voltando a se sentar, ela observou Jun-woong tentar debater com os outros colegas.

Às vezes ela achava admirável o senso moral que ele tinha, mas até mesmo ela sabia reconhecer que ele estava passando dos limites.

Vendo Jun-woong sair irritado do escritório, Si-eun se levantou.

— Vou atrás dele.

Depois de correr por alguns minutos ela finalmente o alcançou.
Respirando fundo, colocou a mão sobre o peito, sentindo seu coração bater rapidamente.

Fio InvisívelWhere stories live. Discover now