- 爸爸(pai) ?- Yibo perguntou incerto, coçando os olhinhos. Não se lembrava de Gian ter chegado durante a noite.

Ricardo abriu os olhos, percebendo que o pequeno sobrinho encontrava-se ao lado da cama, com carinha de sono.

- Não. É o tio Carlo! - ele conferiu o relógio - o que faz acordado tão cedo?

- Pesadelo! - ele disse emburrado, fazendo o tio rir- O que está fazendo na cama da mamma?

O sangue de Ricardo gelou. Olhou para o lado constatando que Paola ressonava tranquila depois de uma noite turbulenta. Por um momento tranquilizou-se de que fora Yibo quem invadira o quarto, e não o
irmão.

- Esse será o nosso pequeno segredinho... Consegue guardá-lo?

Ele fez uma carinha pensativa.

- Eu não sei se gosto disso.. E o lugar do papà...

- Se você contar para o seu pai, ele não vai deixar mais o Tio Ricardo ficar com vocês. E você gosta do Tio Carlo, não gosta?

- Sim!.

- Então!- Ricardo recomeçou, sentando-se
na cama, tentando colocar em ordem a roupa - Não tem problema eu ter dormido na cama da sua mamma, porque eu gosto dela.

Yibo olhou para ele desconfiado.

-Tio Carlo gosta da mamãe como o babbo
gosta?

- Talvez mais... Talvez menos... Mas são
amores diferentes. Pode entender isso?

- Acha que sim...

- Então, não tem problema o tio Ricardo estar aqui, porque ele gosta da mamma.

- Então a gente só pode dormir na cama de quem a gente gosta?

O tio riu, brincando com o cabelo do menino.

- Mais ou menos. Quando você crescer vai enternder melhor.- ele abaixou o tom de voz para um quase sussurrando e quando voltou afalar era mais para ele mesmo.- Espero que não tenha raiva de mim.

- Isso nunca vai acontece tio.

- Assim espero! Assim espero! Agora o que me diz de nós dois fazermos um café especial para a sua mamma? Ela anda tão nervosa, não é mesmo?

- Yibo, você está me ouvindo? Yibo? - a voz alterada chegou aos ouvidos do criminoso tirando-o da lembrança, foi virada por duas mãos em sua cintura para encarar os olhos castanhos do federal. Piscou algumas vezes tentando se acostumar com a realidade imposta.

Xiao estava pronto para soltar alguns muitos impropérios pela atitude do homem porém calou-se quando vislumbrou os olhos que pareciam estarem longe dali, alguma coisa dentro dele atingindo-o em
cheio.

- No que você está pensando? - ele perguntou, constatando que Yibo parecia em uma espécie de transe. - Me escute, Yibo. - ele começou calmo, porém seu tom impunha certo respeito, quase ecoando pelo banheiro - Eu não dormi na sua cama, está ouvindo?

- Não minta para mim!- ele sibilou tentando livrar-se de suas mãos, sem sucesso.

- Olhe para mim e veja se eu estou mentindo! - Xiao disse - Eu fiquei com você um pouco ontem a noite, mas quando vi que estava com muito sono fui para o sofá. Hoje pela, depois do café, voltei pro seu quarto.

Yibo viu que ele falava a verdade e começava a se sentir ridículo por toda a situação... Por que perdia o controle daquela maneira com ele? Por quê? Virou-se para o espelho tentando fugir do olhar de Xiao e tomou mais um susto.

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