Meu alvo conheceu minha família

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  Eu acordei com o sol fraco batendo no meu rosto. O dia ainda estava nublado como se ameaçasse nevar, mas, por ser meio dia, não tinha como eu reclamar.

  Meio perdido e meio dormindo ainda, eu me revirei na cama buscando forças para abandoná-la, mas senti minha cintura ser segurada mais firmemente no abraço carinhoso daquele meu namorado bonito.

  Do nada a manhã ficou linda. Realmente muito, muito bonita.

  Eu não segurei um sorrisinho satisfeito por encontrar aquele cara na minha cama, mas me levantei para dar um jeito na vida mesmo assim.

  Eu precisava de um banho e um remédio para dor. Depois de dar um passe livre para o monstro que não transava há semanas eu estava completamente acabado.

  Me sentei cuidadosamente e esfreguei meu quadril tentando me acostumar até conseguir ficar de pé. Nesse meio tempo eu fiquei observando como Ayato era lindo.

  Não que eu não soubesse que ele era lindo, mas eram poucas raras chances onde eu podia vê-lo dormir, ainda mais sem roupa.

  Eu já observava e pensava muito sobre o rosto dele, era melhor mudar um pouco, então abaixei meus olhos lentamente, lutando contra minha própria consciência e moral.

  Os ombros dele eram largos e os bíceps musculosos, igual o peito que era forte e definido. Muito chamativo, mas não exageradamente. Sobre o abdômen havia um... dois... três pacotes bem trabalhados que me faziam salivar e descendo só um pouquinho mais havia a arma enorme e indomável.

  Quanto tempo esse cara passa na academia para manter esse físico comendo o tanto que come?

  Eu não resisti, enquanto pensava nessa questão sem solução toquei suavemente no centro do estômago dele. Bem firme e forte, muito gostoso.

  Meu rosto estava pegando fogo.

  Quando eu me tornei tão tarado!?

  Eu choraminguei silenciosamente, fazendo um minuto de silêncio para minha pureza há muito tempo morta e me arrastei para fora da cama para tomar um banho e vestir roupas menos sujas.

  O relógio marcava 11:30a.m.. Eu admirei porque era relativamente cedo visto que fomos dormir quando estava amanhecendo.

  Enquanto preparava um café da manhã/almoço, eu me perdi em pensamentos doces da noite.

  Dois terços dela nos perdemos em cima da cama, bagunçando os lençóis, mas teve uma última parte, perto do amanhecer, onde nos conversamos abraçados um no outro.

  Mesmo que não fizesse sentido para mim, Ayato sempre fazia questão de dizer "eu te amo muito". Claro, eu sempre retribuía porque também o amava demais, mas o fato do meu amor ser recíproco ainda era complicado para eu entender.

  Eu nunca me envolvi com alguém porque um: eu nunca quis, dois: eu nunca pude.

  Sobre o um: eu sempre idealizei o amor como algo especial e reservado para uma pessoa especial, então nunca procurei amar e sempre esperei ele chegar.

  Sempre fui um garoto idiota.

  Dois: meus pais, irmãos, tios, avós, minha décima quinta geração, todos são extremamente severos quando se trata de religião, então ter um gay na família era algo digno de morte, por isso sempre tive medo de assumir que sentia um pouco de atração por garotos e nenhuma por garotas.

  Mas quando eu finalmente encontrei meu príncipe encantado prometido ele era um menino.

  O que eu fiz?

Meu AlvoWhere stories live. Discover now