Estou supreso com esse meu alvo

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  Sete da manhã e eu já havia arrumado a cama, alimentado o gato e tomado café. Era hora de "trabalhar".

  Meu nome é Hiroshi, sou um franco atirador de elite da polícia federal e, com orgulho, tenho muitos prémios e records na minha ficha. Modéstia à parte, me chamam de prodígio.

  Mas, naquela missão em específico, eu faria algo que não estava no meu currículo: infiltrar-me na vida de um possível grande criminoso.

  O problema mesmo era que só fui designado para isso porque sou gay (desconfiança minha) e aquele cara se assumiu para a imprensa recentemente. Mas eu jamais reclamaria, não depois de "conhecer" meu alvo muito bem...

  Enfim, meu superior tinha seus contatos, então eu "fui transferido de outra sede para estagiar na do Senhor Ayato". Meu trabalho por enquanto era só fingir que eu era o funcionário novo e, quando a oportunidade chegar, me aproximar dele.

  Sobre os crimes dele, bem... Tecnicamente ele não era um criminoso ainda porque tudo que tínhamos eram suspeitas, mas eu estava lá para isso, para esclarecer as coisas que eram meio estranhas mesmas.

  Digo, um dia depois de Ayato ser admitido oficialmente como herdeiro da corporação o diretor é brutalmente assassinado em um evento. O que há? Não é óbvio demais? Ele também parecia ter dedos em propinas, adultério de votos políticos e tráfico internacional de armas. O cara é o cara, sabe?!

  Mas na festa ele pareceu tão adorável e divertido, sem dizer que a única coisa que ele fez comigo quando estávamos sozinho foi fazer eu duvidar dos meus próprios valores ao gemer para ele. Será que se tratava de um psicopata nato?

  Bem, assim que cheguei no prédio luxuoso a recepcionista me deu o meu andar e quem eu deveria achar. Essa pessoa parecia liderar toda a parte de segurança daquele lugar então, como eu ia trabalhar nessa área, ninguém mais apropriado para encontrar primeiro.

- Ah, Hiroshi, não é? É um prazer te conhecer pessoalmente. - O meu senpai deu um sorriso largo e caloroso e apertou minha mão.

  A princípio parecia alguém bem extrovertido e animado, mas eu ficava um pouquinho desconfortável com sua invasão de espaço pessoal, mas não recusei seu aperto de mão e sorri.

- Igualmente, senhor Ranpo. -

- Ah, não precisa usar senhor. Não gosto muito dessa hierarquia. - Admitiu.

- Mas venha comigo, vou te apresentar o pessoal e onde você vai trabalhar. Todos estavam animados com o novato. - Ranpo nem me dava tempo para acompanhar e já estava falando mais, então apenas sorri e confirmei durante o caminho.

- Aqui é nosso território. O departamento de segurança é o maior destaque da empresa e quem falar o contrário está mentindo. - Disse como um pai orgulhoso do seu filho.

- Ranpo, não assuste o novato. - Alguém do departamento pediu.

- Galera, esse é o Hiroshi. - Apresentou se aproximando da equipe de mais ou menos dez pessoas.

  Aquela sala era bem ampla e tinha uma das paredes feita completamente de vidro com a bela vista da metrópole agitada. A área era partilhada por todos, com várias mesas dispostas no espaço aberto e papéis por todos os lados.

  Com certeza parecia um lugar agradável, metade da minha ansiedade morreu só na apresentação. Todos foram gentis e acolhedores, tive ajuda para me instalar e entender os procedimentos básicos do meu trabalho.

  Confesso que eu quase me esqueci do meu verdadeiro trabalho porque todos ali eram amigáveis e me distraiam toda hora, mas, perto do almoço, eu me levantei para entregar a Ranpo alguns papéis e ele estava na única sala fechada do andar inteiro.

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