Adriano suspira e se levanta da cadeira, andando pelo escritório até o aparador. Ele agarra uma garrafa de whisky, arranca a tampa e bebe um gole generoso de uma só vez.

— E agora você simplesmente decidiu mudar de lado porque lembrou que é um Grey? — murmuro amargo e meu irmão faz uma careta.

— Eu queria pedir perdão e voltar para a família a anos, mas eu não conseguiria continuar vivendo com a eterna dúvida sobre a morte do papai.  Marcelo já planejava partir para cima de você de uma forma ou de outra, mas aí a Anastasia apareceu. Você sabe que ela foi uma grata surpresa para os seus inimigos, certo? Vulnerável, indefesa, seu ponto fraco, e quando ela ficou grávida então. — ele bufa e revira os olhos teatralmente.

— Corta a merda, Adriano. Tenho certeza que não veio aqui para pontuar a vulnerabilidade da minha esposa grávida.

— Certo, tem razão. — ele assente e toma mais um gole da bebida. — Marcelo não sabe que estou aqui, mas eu sei onde ele está. Eu quero te ajudar a trazer a Anastasia de volta, em segurança e assim poder resolver os nossos problemas.

— Não sei se confio em você.

— Pelo amor de Deus, Christian. — ele suspira. — É por isso que eu sou aqui, para tentar mudar isso, para te ajudar e também para abrir seus olhos.

— O quê, vai me falar que também sabe que temos um traidor na família? — rio sem humor. — Assunto velho, Adriano. Já percebi isso.

— Mas ainda são se tocou de quem é já que o Mario continua vivo. — arqueio uma sobrancelha. — Por favor, Christian, você já esqueceu da raiva dele quando você foi nomeado o chefe da família?

A expressão desgostosa e os comentários ácidos do Mario no dia da minha nomeação vêem a minha mente e rapidamente se alinham a tudo o que ele tem feito recentemente.

— Eu vou matar esse desgraçado. — saio de trás da minha mesa já destravando o revólver, mas Adriano se coloca na frente da porta interceptando o meu caminho.

— Christian, não. Não vamos resolver nada assim.

— O que você quer que eu faça, porra? A minha esposa foi sequestrada, caralho.

— Eu sei e imagino o seu desespero, mas fazer as coisas por impulso agora só vai piorar a situação.

Enfio a arma no cós da calça e puxo os meus cabelos exasperadamente, andando de um lado para o outro.

— O que eu devo fazer então?

Adriano puxa o celular do bolso e desbloqueia a tela.

— Eu vou ligar para o Marcelo antes que o Mario faça isso, vou dizer que estou aqui e que consegui te manipular. Ele vai acreditar, pode ficar tranquilo.

— E depois? — Adriano suspira e segura o meu ombro.

— Nós vamos ter que esperar o tempo dele, mas vai dar certo. Nós vamos acabar com isso. — ele me dá um sorriso pequeno e segura a garrafa com força, arremessando-a contra a parede. — Agora me dá um soco na cara, ninguém pode desconfiar que estamos do mesmo lado.

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Já fazem três dias que a minha dea está em Tenerife com o meu principal inimigo.

Adriano tem me mantido informado através de mensagens de um número privado que só ele sabe. A última que recebi foi ontem a noite, um áudio do Nacho reclamando pela Ana ainda estar dormindo por causa do sedativo.

Adriano me disse que ele ainda não tem certeza do que fará com ela, mas nenhuma das opções são boas.

Como por telepatia o meu celular vibra no bolso, o número secreto do meu irmão piscando na tela.

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