Epílogo

684 103 63
                                    

#

A ficha de Louis só caiu quando ele sentiu seu pequeno filhote chutar sua barriga pela primeira vez.

Ele já tinha uma protuberância considerável, já tinha feito três ultrassons e já tinha ouvido o coraçãozinho batendo acelerado, mas nada disso o fez realmente acreditar que havia uma criança ali.

Até que, em uma quarta-feira do seu quarto mês, enquanto o ômega comia torta de limão no sofá da sala, ele sentiu algo mexendo dentro de si.

Era um chute tímido, pequeno, quase como se o filhote estivesse apenas avisando que estava ali, relembrando Louis.

O ômega soltou o prato ao seu lado e esfregou os dedos em seu ventre, sentindo-o chutar novamente. Seus olhos encheram-se de lágrimas e ele sorriu em silêncio.

Tina, sua psicóloga, estava o acompanhando desde que ele havia descoberto que estava carregando um bebê. Louis não conseguia assimilar tudo ainda, mas sabia que amava a pequena coisinha, sabia que amava o olhar em Harry quando chegava em casa e se abaixava para falar com o brotinho e sabia que, com esforço (que ele tinha de sobra) aquele bebê seria o mais feliz do mundo.

Louis nunca havia se sentido uma mamãe, até aquele pequeno serzinho decidir dar um sinal de vida.

Quando o seu brotinho chutou pela terceira vez, ele sacou o celular e ligou para Harry.

— Eu já ia ligar pra você — O alfa disse assim que atendeu — O que houve, você tá chorando?

— Amor… o brotinho se mexeu. Me chutou duas vezes — Louis respondeu sussurrando, sentindo as lágrimas descendo pelo seu rosto e banhando suas lágrimas.

— Meu bem… Você quer que eu volte pra casa?

Louis acenou como se Harry pudesse vê-lo, antes de dizer que sim e desligar o celular.

Segurando sua barriga, ele sorriu grande.

— Nós vamos ser muito felizes — Louis sussurrou para baixo, erguendo a camisa e fazendo carinho em seu filhotinho.

Só seu.

#

Quando Harry chegou, quase meia hora depois, Louis estava encolhido no meio do sofá, com os dedos ainda perdidos na pequena barriga.

Seu esposo tentou chegar perto de si, mas o seu lobo se agitou rapidamente e ele rosnou.

Baixinho e fraco.

Louis nunca havia rosnado antes.

— Louis… — Harry alarmado.

— Desculpa — O ômega respondeu — Não quero você perto do meu filhote agora.

Louis sentiu Harry ficar inquieto através da marca e se afastou no sofá.

— Nosso filhote, Louis — Harry sussurrou, antes de levantar e se dirigir até o quarto.

O de olhos azuis não acreditou quando a sua médica disse que seu humor poderia sofrer alterações, e nem quando ela disse que o seu lobo ficaria mais inquieto, protetor e carente do que nunca.

Mas, quando ele ouviu Harry fechar a porta do quarto deles, o seu lobo lamentou e Louis sentiu os olhos encherem de lágrimas. Dessa vez, lágrimas tristes.

Harry não podia deixar de amá-lo logo agora que ele estava carregando o brotinho deles!

O ômega levantou rapidamente, já sentindo o rosto encharcado pelo choro repentino que atingiu-o.

— Alfa… — Ele falou baixinho, depois de entrar no quarto e ver Harry sentado na ponta da cama com a testa franzida — Me desculpa… Você não pode parar de me amar logo agora que vou ter o seu filhote.

some things just make sense and one of those is you and i {l.s.}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora