Capítulo Vinte

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Abro os meus olhos e vejo a luz da lua invadindo as janelas da casa, fecho os olhos tentando me adaptar ao escuro, procuro com a mão a garrafa de whisky que tinha deixado na noite passada, assim que acho levo para a minha boca sentindo o gosto ama...

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Abro os meus olhos e vejo a luz da lua invadindo as janelas da casa, fecho os olhos tentando me adaptar ao escuro, procuro com a mão a garrafa de whisky que tinha deixado na noite passada, assim que acho levo para a minha boca sentindo o gosto amargo com o qual já tinha me acostumado, tomo o resto que tinha naquela maldita garrafa e jogo com força na parede assim que acaba.

— Porra! - digo em alemão, me sento no sofá e vejo algumas garrafas de cerveja no chão, tinha apagado depois de beber a metade do estoque de bebida que tinha comprado ontem.

Me levanto cansado, os meus cabelos estavam enormes, conseguia sentir os fios rebeldes e estava caindo em meu rosto de um jeito desleixado, pego o meu remédio pra dor de cabeça e engulo seco.

— Preciso comprar mais café - digo vendo o pacote no meio, sabia que aquilo não iria durar muito... Vejo uma pilha de prato sujos na pia, precisava dar um jeito em tudo isso, coloco um pouco de café na máquina de café.

Tiro a minha camisa verde escura, colocando a mesma no ombro e andando para o lado de fora, o frio batia em meu corpo me trazendo uma sensação de solidão. Ando até uma árvore que estava envolta de um colchão, alongo as minhas mãos, estalando todos meus dedos e soco aquele coxão fino com toda a força que restava em meu corpo.

Os meus olhos toda vez que se fechavam, lembrava daquele maldito carro, as palavras dela soavam ainda em minha mente...

— Eu posso? - pergunta ao Mark, dois dias depois do funeral, estávamos na sala do reitor da faculdade, não conseguia olhar nos olhos do Mark naquele momento — Aly?

— Sim, pode - digo, o reitor estava anunciando o ganhador do prêmio acadêmico para O Aluno Proeminente de 2016 — Ela iria amar isso.

— Prêmio Sarah Collins para o melhor aluno do ano de 2016 - diz o Mark olhando para uma petição — Pode assinar?- ele pergunta segurando a petição para mim — Não queria que ninguém assinasse, se você não quiser eu não faço isso...

— Tudo bem... - digo assinando o meu nome e olhando uma foto da Sarah que ficava embaixo daquela petição.

A lua brilhava em seu máximo esplendor, a minha mente viajava enquanto tentava aliviar a dor, com mais dor.

— C'était moi... - digo em francês ( fui eu), vim pra França depois do funeral da Sarah, tinha deixado praticamente tudo no Canadá, trazendo uma mochila com algumas coisas e roupas.

O corpo dela sendo depositado na terra enquanto o choro do Mark caía sobre o seu rosto.

Era a primeira vez que o via chorar assim, as lágrimas dele caiam no chão, escutava os pássaros cantando ao fundo, meu estômago se embrulhou totalmente e vejo David, Mark, Karol e a senhora Collins segurando um pouco de terra.

— Aly - me chama a senhora Collins, não conseguia me sentir bem junto a ela — Pegue um pouco - ela diz e confirmo, jogo em cima do caixão marrom com pequenos detalhes de flores esculpidas.

A foto da sua AlmaWhere stories live. Discover now