Capítulo 1

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Acordo com o som do galo cantando. Me levanto e corro pro banheiro, sabendo que o dia vai ser cheio. Me visto com um top, uma calça jeans e uma bota branca de pedreiro.

Pego a ração das galinhas e sigo para os galinheiros. Me agacho para colocar a ração nos comedouros para as galinhas, que fiz com um galão de água vazio e furei 5 buracos.

Depois de reabastecer os comedouros, vou para a cozinha, começo a fazer o cuscuz e o café. Coloco no fogo e saio para a plantação, pego pimenta de cheiro e coentro. Lavo os dois na cozinha e pico em pequenos pedaços. Pego uma panela, acendo o fogo, coloco manteiga, quebro 5 ovos e adiciono eles com a pimenta de cheiro e coentro.

Desligo o fogo, adiciono um pouco de sal, coloco o cuscuz e mecho. Coloco em uma vasilha e separo algumas colheres. Começo a coar o café, e despejo na garrafa dos trabalhadores. Pego tudo, inclusive alguns copos e levo para os trabalhadores, que estavam cuidando da roça.

-Bom dia! _Falo deixando a comida na mesa.

-Bom dia, Nana! _João responde.

-Tudo certo aqui?

-O de sempre. Matamo até cobra. _Seu Zé, um senhor de idade, me responde limpando sua testa suada.

-Ora, que diaxo de cobra foi essa?

-Minha fia, foi uma corre campo. _Diz se sentando na cadeira de plástico.

-E quem foi que matou essa diaba?

-Dionísio! Aquele homi faz tudo!

-Bom dia, madame. _Miguel passa por mim brincando e me abraça.

-Saí! Tu tá todo suado menino. Vai comer!

-A madame é muito carinhosa com o irmão. _Seu Mendes fala ironicamente.

-Eu fiz o cuscuz e café. Eu preciso me apressar porque preciso catar as manga.

-Eu quero! _Miguel grita enquanto eu vou embora.

-Fique querendo!

-Ah! Vai te lascar!

-Vai tu! _Respondo enquanto caminho para casa.

Pego uma sacola e corro para o pé de manga, que fica depois da plantação e perto do portão.

Mainha foi visitar uma amiga e meu pai foi na cidade, mas já deve estar voltando.

Enquanto cato as mangas, percebo um carro preto chique vindo. Corro até lá e pulo o portão. O carro abre as janelas e vejo um homem no motorista e outro atrás, porém não consigo ver seu rosto. Ambos estavam de terno.

-Do you speak English? (Você fala Inglês?) _O motorista pergunta, me fazendo pensar o que alguém que não sabe falar português estaria fazendo aqui.

-Oh... Yes, I do. What do you need? (Oh... Sim, eu falo. O que você precisa?) _Digo disfarçando meu sotaque.

-Is this where Honoraldo Oliveira lives? (É aqui onde Honoraldo Oliveira mora?)

-Yes, he is my father. What do you want with him? (Sim, ele é meu pai. O que quer com ele?)

-My boss wants the money your father owes him. Otherwise, we will take someone to work without getting paid until the debt is paid. (Meu chefe quer o dinheiro que seu pai lhe deve. Caso contrário, levaremos alguém para trabalhar sem receber até que a dívida seja paga.)

-I could be wrong, but isn't that illegal? (Posso estar errada, mas isso não é ilegal?) _Pergunto ainda simpática.

-No, since he's in debt. (Não, já que ele está endividado.)

-Okay, my dad's going to be late, he's gone to town. (Ok, meu pai vai se atrasar, ele foi para a cidade.)

O homem de traz cochicha para o motorista. Rapidamente um segurança que eu não tinha visto antes, saí do carro, escreve algo em um papel, prende no portão e me pega pelo braço. Me jogando no banco do carro.

O homem que ainda não consegui ver o rosto, vai para o banco do passageiro na frente.

-Como sabe falar inglês, o chefe decidiu que será você que trabalhará para ele. _O segurança fala baixo.

-N-não! Eu não posso ir! Eu não vou!

-Tem que ir ou seu pai será preso.

Penso em meu pai e o desespero de minha mãe. Então decido apenas ir e permanecer quieta. Me encolho no canto do carro, ficando longe do segurança.

Eles só vão me fazer trabalhar, e não machucar. Eles podem ser pessoas boas.

O segurança saí do quarto e faz minhas malas. Ele traz minha bolsa e entrega.

-Sua identidade e passaporte estão aí. Quando chegarmos, providenciarei seu Green Card. _Diz entregando a bolsa.

Apenas concordo com a cabeça e encosto a cabeça no vidro. Ficando exatamente assim a viagem inteira.

-Chegamos. _Todos saímos do carro e entramos no aeroporto.

Após muita conversa, procedimento padrão e etc, vamos para o avião e o segurança me guia para a primeira classe. Fico no lado do corredor, o homem que ainda nem havia olhado na minha cara fica no lado da janela e o segurança no meio. O motorista fica em um banco à nossa frente.

Isso é diferente pra mim. Nunca andei de avião e me sinto precionada. Guardo minhas emoções para mim mesma e tento dormir. A decolagem começa e me sinto um pouco tonta, mas relevo.

-Eh... Aqui. _Passa o braço por mim e levanta uma alavanca, que deita minha cadeira._ Tem filmes se quiser assistir. _Aponta para a telinha nas costas da cadeira da frente.

-Obrigada. Mas prefiro não assistir. Não sei mexer nessas coisas e prefiro dormir. _Digo tentando ser formal e me deito na cadeira, relaxando um pouco em seguida.

-Miss, do you want meet or fish? (Senhorita, deseja carne ou peixe?)_A aeromoça pergunta, com um carrinho.

-Thank you so much, but I'm not hungry. (Muito obrigada, mas eu não estou com fome.)

A moça oferece a comida para o segurança e o homem, mas nenhum dos dois aceitou.

-Ahm... Com o que eu vou trabalhar?

-Irá limpar a mansão, cozinhar, servir o chefe, checar o closet dele e arrumar tudo. Basicamente, fazer tudo o que ele mandar.

-Alguma regra?

-Não mentir, não xingar, não desrespeitar, ficar sem fazer o que lhe foi ordenado, fazer coisas triviais, sair da casa, ficar de bobeira e mais algumas coisas que conto depois.

-Entendi... Obrigada.

-Denada. Aliás, meu nome é Patrick. E o seu?

-Natalya. _Digo me calando em seguida.

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Oi gente!! Eu só vim avisar que no próximo capítulo eles vão estar falando em inglês, mas vou colocar em português porque não sou gringa e nem fluente. Coloquei o básico que sei hoje, então espero que tenham gostado.

Posto capítulos quando termino, então não tenho horário fixo para criatividade. Os capítulos podem ser médios ou longos, mínimo 1000 palavras, também não tenho algo fixo pra isso.

Enfim, bom dia a todos e bye bye!

Minha Empregada InocenteWhere stories live. Discover now