Capítulo 3

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Meredith"- Addison sinalizou e eu forcei para mover minhas pernas rapidamente em direção ao banheiro para pegar o máximo de papel possível.
 
Se Addison estava infectada eu também estaria em breve, afinal estávamos juntas ali no quarto.
 
"Vamos colocar uma roupa, precisamos ir para a ambulância". - Eu sinalizei rapidamente e a deixei sentada de cabeça para cima enquanto pegava uma roupa para ela e uma peça para mim junto com a bolsa com nossos documentos.
 
Peguei os celulares mesmo descarregados e joguei na bolsa, quem sabe não conseguiria algum carregador no hospital? Ajudei Addison a se vestir e coloquei o tênis nela. Seus olhos estavam apavorados, tanto quanto os meus.
 
"Vai ficar tudo bem". - Eu tentei acalma-la sem saber se funcionaria e ela assentiu.
 
Coloquei mais um rolo de papel dentro da bolsa devido à quantidade de sangue que saía por seu nariz e enrolei uma quantidade maior na mão, visto que o que estava com ela já estava completamente sujo.
 
"Ande de cabeça para cima" - Sinalizei após sairmos e trancamos a porta do dormitório.
 
O corredor estava sem movimento, havia sangue pelo chão mas eu não sabia se era recente apenas fazia o máximo para não pisar em cima. Descemos as escadas e seguimos para o corredor em direção à saída.
 
Senti meu sangue gelar ao dar de cara com a ambulância vazia. Segui em direção a segunda e havia um motorista.
 
— Fiquem afastadas! - Ele falou alto e eu me afastei puxando Addison para trás, apertando seu corpo no meu.
 
— Quais são os sintomas? - Ele perguntou de forma rude ainda dentro do carro.
 
Se eu falasse que não tinha tido nenhum sintomas, poderiam nos colocar em lugares separados. Mas provavelmente os meus demorariam um pouco mais para aparecer.
 
— Febre...
 
— Cara você não está vendo essa sujeira? Leve-as logo. - Outro homem com o mesmo uniforme apareceu ao lado e falou revirando os olhos.
 
— Subam, rápido. - Ele mandou e eu ajudei a Addison subir na parte traseira da ambulância.
 
A porta bateu com força me fazendo aperta-la mais contra o meu corpo. Tudo o que eu queria era protegê-la como não fiz com Amélia.
 
Addison colocou a testa na curva do meu pescoço e passou a mão em meu rosto, só então percebi que eu estava chorando.
 
"Eu vou ficar bem" - Ela sinalizou de forma mais lenta e eu me senti pior vendo que ela estava mais fraca e a imagem do rapaz caído na rua veio em minha cabeça na mesma hora.
 
Passei a mão em sua testa, não precisava de termômetro para saber que a febre tinha aumentado, ela me olhou e eu tentei mudar minha feição para mais confiante possível. — Eu vou fazer o impossível pra você ficar bem Addie. - Beijei sua testa e ela se apoiou novamente em mim.
 
Minutos se passaram até que chegássemos ao Northwestern Memorial Hospital. Fomos escoltadas para dentro e pelo caminho pude ver várias pessoas ao lado de fora esperando atendimento e outras tantas dentro do hospital espalhadas por todos os lugares, inclusive algumas sentadas pelo chão.
 
Subimos com os enfermeiros e ficamos esperando ao lado de uma sala vermelha com o nome da universidade na porta.
 
— Doutora, elas estão com os sintomas. - O homem com uniforme do hospital falou com a médica que rapidamente pegou a ficha de sua mão para ler.
 
— Deixe elas comigo. - Ela falou e ele permaneceu parado nos olhando. — Vá, vá ajudar outras pessoas Nathan.
 
O homem nos olhou uma última vez antes de sair da sala.
 
— Olá, eu sou a doutora Hahn, vou cuidar de vocês. A quanto tempo estão com os sintomas?
 
Ela perguntou olhando para mim e para Addison.
 
— Addison começou a sentir os sintomas hoje.
 
— E você?
 
A doutora me perguntou e eu neguei com a cabeça e antes que pudesse falar senti o corpo de Addison escorregar pelo meu braço me fazendo cair junto no chão. Ela falava alguma coisa ao mesmo tempo em que bipava no pager, eu sentia minha vista embaçada e segurava o corpo pálido desacordado ao meu lado o mais forte que conseguia.
 
A olhei de cima e logo apareceram alguns enfermeiros em meu campo de visão levantando Addison desacordada do chão e a colocando na maca. Um deles me segurou pelo braço e me ergueu me colocando em uma maca ao lado. Addison continuava desacordada e eu senti uma agulhada me causando uma dor aguda.
 
— Você vai ficar bem. - Uma mulher de cabelo escuro falou antes de tudo escurecer.
 
°
 
Acordei com uma luz forte na direção do meu rosto e demorei alguns segundos para conseguir abrir meus olhos completamente. Tentei me sentar, mas fui tomada por uma tontura e acabei por deitar de novo, olhando para o lado vi que eu estava sozinha naquele quarto.
 
O bip da máquina soava alto ao meu lado, eu respirei fundo e me levantei parcialmente sentindo uma leve tontura mas me forcei a permanecer sentada. Alguns segundos depois eu já conseguia ver tudo perfeitamente, o quarto finalmente havia parado de rodar.
 
Olhei novamente para o lado e vi uma porta tão branca quanto o restante do cômodo. Coloquei o pé para fora da cama alta e senti um leve repuxar no braço. O líquido transparente continuava a pingar vagarosamente. Retirei a fita que fixava a agulha na minha veia antes de puxa-la sentindo uma leve ardência.
 
Retirei alguns dos adesivos que me ligavam a máquina e um bip alto começou a soar. Eu tentei colocar o pé no chão novamente, mas antes que pudesse fazer isso a porta foi aberta.
 
— Senhorita, senhorita, não se levante! - Uma enfermeira falou andando em passos rápidos na minha direção me colocando deitada novamente.
 
— Me solta eu preciso encontrar Addison! - Eu gritei me debatendo mas no momento seguinte senti uma picada no braço e tudo escureceu.
 
Os olhos verdes pediam um socorro mudo e eu tentava me aproximar, ela esticava a mão na minha direção e por mais que eu tentasse tocá-la, Addison ficava cada vez mais distante de mim.
 
°
 
Forcei meus olhos a se abrirem, eu precisava me levantar e dar o meu máximo para sair daquele quarto. O sol batia na janela trazendo claridade e eu já não tinha noção de quanto tempo havia se passado. Puxei novamente a agulha do meu braço ignorando a dor e logo a máquina bipou alto, eu forcei meus pés para o chão e me apoiei na cama para me manter de pé.
 
— Precisa ficar deitada senhorita. - A voz de um rapaz com uniforme branco que usava máscara ecoou no cômodo, forcei minha mão na beirada da cama para me manter ereta.
 
— Eu preciso ver Addison. - Falei forçando minha voz sentindo um leve arranhão na garganta. — Eu preciso vê-la, me deixe saber como ela está. -  Continuei falando ao vê-lo parado me encarando.
 
Ele permaneceu quieto, mas logo andou em minha direção.
 
— Não... Por favor, me deixe vê-la. -  Implorei sentindo minhas lágrimas rolarem e ele parou três passos de mim.
 
— Se eu trouxer notícias dela, você ficará deitada? - Ele perguntou e eu neguei.
 
— Eu preciso vê-la com meus próprios olhos... por favor! - Pedi de novo e ele suspirou checando o celular.
 
— Preciso de autorização, vou checar se a doutora Hahn ainda está no hospital mas você terá que se deitar e me deixar fazer meu trabalho enquanto isso. - Concordei rapidamente e ele se aproximou colocando o acesso no meu braço, ignorei a dor e permaneci deitada na cama enquanto ele se afastava.
 
— Por favor, não me engane, volte assim que puder, eu só preciso ver como a Addison está. - Eu murmurei vendo seu corpo sair do meu campo de visão e a porta do quarto ser fechada.
 
Poucos minutos depois minha vista escureceu.
 
°
 
Eu sentia minha garganta seca, como se não bebesse água por dias. Abri meus olhos forçando para minha visão entrar em foco e era possível ver a coloração alaranjada na parede, como se o sol estivesse pronto para se pôr. Olhei para o lado na poltrona que havia no quarto e pude ver a doutora Hahn sentada, segurando uma revista médica.
 
— Doutora... - Eu chamei vendo seu rosto se erguer por trás da revista e sua atenção ser completamente minha. — Como... Como está Addison? - Eu forcei minha voz a sair de forma audível e ela deu um pequeno sorriso sem mostrar os dentes enquanto abaixava a revista deixando no colo.
 
— Você realmente se importa com essa garota. - Ela murmurou e eu não respondi, permaneci encarando seu rosto sério. — Ela está bem, ela vai ficar bem. Nós quase a perdemos a semanas atrás, mas conseguimos fazer com que seu corpo se mantivesse firme.
 
Quase a perdemos? Semanas atrás?
 
Senti meu corpo dolorido quando tentei me mover, a dor da minha garganta estava pior, mas isso não era absolutamente nada comparado ao medo que estava de perde-la, de acontecer alguma coisa com Addison sem que eu pudesse estar lá. Eu sentia meus batimentos aumentando, como se meu coração estivesse a ponto de explodir enquanto as lágrimas invadiam meus olhos e escorriam por minha bochecha.
 
— Meredith, você precisa se manter calma. - Ela falou se levantando, caminhando em direção a máquina. — Se você não se acalmar, vou precisar sedá-la. - Ela me deu um olhar frio e eu tentei controlar minha respiração.
 
O barulho da máquina diminuiu gradativamente até os "bip's" se tornarem apenas um barulho regular. A doutora permanecia parada ao meu lado, como se me conferisse.
 
— Você tem sentido algum sintoma do vírus ou alguma outra coisa? - Ela perguntou ficando agora de frente para a cama onde havia a prancheta com minhas informações.
 
— Não, nenhum sintoma. - Respirei fundo tentando colocar minha cabeça no lugar enquanto seus dedos se moviam por cima da prancheta. — Eu mal consigo ficar meia parte do dia acordada por completo de qualquer forma. - Falei a última parte de forma dura e ela suspirou.
 
— É necessário para que não tenha alterações em sua pressão. Nós precisamos desses resultados para concluir os testes. - Ela respondeu checando o celular.
 
— Testes? Que testes precisam ser concluídos?
 
— Eu preciso checar outros pacientes agora. Você consegue se manter calma? - Ela perguntou parando ao meu lado ainda segurando o aparelho.
 
Eu assenti e ela negou com a cabeça.
 
— Doutora Hahn, eu consigo por favor, me deixe acordada. - Pedi desesperada e meus batimentos voltaram a aumentar fazendo o bip da máquina soar cada vez mais rápido.
 
Ela negou novamente checando o aparelho e me deu uma última olhada enquanto retirava do bolso jaleco uma injeção com um líquido alaranjado dentro e aplicava no acesso que estava fixado no meu braço.
 
— Isso é necessário Meredith, durma bem. - Falou colocando o objeto no bolso e antes que pudesse chegar a porta do quarto minha vista havia escurecido novamente.
 
°
 
Eu sabia que não podia me alterar, ou mostrar alguma emoção. Qualquer maldito pensamento fazia meu coração acelerar e os enfermeiros apareciam como fumaça para me sedar. Eu só não conseguia entender o motivo.
 
Durante as visitas de rotina, percebi que somente Alex parecia receoso ao aplicar alguma medicação ou com minha situação naquele quarto. Ele não me dava muitas informações sobre Addison, apenas garantia que estava tudo sob controle, o que era mais informação do que qualquer um me passava.
 
Aproveitei a distração dele com o celular e continuei apertando a sonda com a unha. Eu já havia conseguido fazer um pequeno furo, o que eu precisava era rasgar o suficiente para a medicação não ir totalmente para minha veia.
 
Assim que ele se despediu forcei meu melhor sorriso e o vi saindo, quatro segundos depois ouvi o barulho da tranca. Me desenrolei e olhei para o lado da minha cintura, a cama estava parcialmente manchada com a mistura de soro e remédio. Eu me sentia sonolenta, mas não dopada como das outras vezes.
 
Sentia minha roupa molhada na parte lateral e permaneci com bons pensamentos para que o bip não soasse. Minha vontade era se rasgar com os dentes, mas caso fizesse, todo o líquido iria correr e a máquina soaria desesperadamente. Então eu aguardei a próxima ronda.
 
Quando ouvi o clique na porta fechei meus olhos para fingir que dormia.
 
— Está tudo sob controle doutora. Ela está dormindo. Ok, assim que repor no soro vou até a ala C. Entendido.
 
Eu escutava atentamente e assim que ela se aproximou eu abri meus olhos vendo a seringa completamente cheia pronta para ser inserida junto com o soro. Empurrei a enfermeira que caiu sentada na cadeira e puxei toda aparelhagem que me ligava a máquina. O bip soou alto e a enfermeira começou a gritar, antes que ela pudesse se aproximar consegui sair do quarto e tranquei a porta a deixando presa na parte de dentro.
 
Andei pelo corredor largo e mais a frente avistei dois corredores estreitos.
Fiz impulso para ir pelo lado direito mas havia uma voz alterada vindo naquela direção, então ignorei a tontura e fui me apoiando nas paredes para o lado esquerdo. Ouvi alguns gritos pelos corredores, sendo uma das vozes a da enfermeira que estava trancada e entrei na primeira porta que eu vi.
 
Assim que encostei a porta prendi minha respiração. Haviam dois enfermeiros dormindo e um outro de costa mexendo no celular com fones de ouvido. Ouvi passadas rápidas pelo corredor e abri a porta cuidadosamente vendo outro enfermeiro voltando do corredor que eu iria seguir.
 
Merda, merda, merda!
 
Fechei a porta e fui pelo corredor que o rapaz acabará de ter voltado. Se eu voltasse para o outro em direção ao quarto a possibilidade de ter mais deles era muito maior. Andei o mais rápido que pude nas condições que eu estava e vi uma placa informando a ala C, outra placa informando a ala E e no final a ala D. Passei na frente da ala C pensando o que faria a seguir quando ouvi a voz conhecida por mim.
 
— EU VOU MATAR VOCÊ, ESTÁ ME OUVIDO CRETINA? - Segui pelo corredor largo e vi minha amiga em pé, xingando a enfermeira que estava parada na frente dela. Elas estavam separadas somente pelo vidro grosso.
 
Amélia continuou falando alto enquanto eu tentava procurar com os olhos algo que pudesse acertar a enfermeira que permanecia de costas. Em algum momento eu olhei Amélia e ela me viu. Os olhos castanhos dobraram de tamanho e eu comecei a negar com a cabeça e com as mãos de forma desesperada pra que ela não gritasse.
 
Ela desviou o olhar e fez um movimento com a mão que passou despercebido para a enfermeira que segurava a prancheta fazendo anotações. Eu olhei para a mesma direção e vi uma porta, caminhei em passos cuidadosos e Amélia começou a xingar mais alto. Eu empurrei a porta e entrei me deparando com um banheiro simples, deixei a porta entreaberta e vi minha amiga ficar calada.
 
— Já acabou? - A enfermeira perguntou debochada e minha amiga fez uma careta de dor.
 
— Na verdade eu... Eu não sei, eu estou me sentindo mal. - Amélia falou com a voz sofrida e eu teria ficado preocupada se já não conhecesse aquele teatro que ela fazia para tia Carolyn quando não queria ir pra escola.
 
— Você está mentindo. - A enfermeira falou mas a voz não soou firme.
 
— É sério, eu.. Eu preciso ser medicada, tem alguma... Coisa errada comigo. - Amélia falou, estava a ponto de chorar e pude ver o desespero da enfermeira e a pose antes ereta ficou completamente tensa.
 
A enfermeira retirou do bolso uma chave cuja a forma nunca havia visto e pressionou no cadeado.
 
— O que você está fazendo? - A voz grossa soou assustando a enfermeira que abriu a trava da porta.
 
— Ela.. Merda, ela está reclamando de mal estar. - A voz agora estava completamente tensa.
 
O enfermeiro grandão que fazia meus turnos se aproximou e Amélia fez outra cara de dor colocando a mão no estômago.
 
— Seu exame está em ordem Sadie? Ou você foi burra o suficiente para infecta-la? - Ele perguntou e a enfermeira passou a mão nervosamente no cabelo.
 
— Ontem.. Eu.. Acabei esquecendo, eu cheguei atrasada, achei que não tivesse problema e...
 
— Eu não acredito nisso! Ande, vamos buscar a doutora Hahn. Ela não está respondendo o bip, deve estar procurando pela paciente da ala A.
 
— Ela conseguiu escapar? - A enfermeira perguntou enquanto encaixava o cadeado.
 
— Não por muito tempo. - Ele respondeu mas os dois deram um passo para trás quando Amélia começou a fazer sons de vômito.
 
— Merda eu não posso ser demitida. - A enfermeira andou em direção ao corredor sendo acompanhada pelo grandalhão em passos rápidos.
 
Amélia levantou o olhar e fez movimentos rápidos me chamando.
 
— Meu Deus eu não acredito! - Ela murmurava e chorava ao mesmo tempo em que eu abria o cadeado que não foi fechado por desespero da enfermeira e destravava a porta, soltando minha amiga daquela espécie de quarto de vidro sentindo o abraço apertado. — Se eu estiver sonhando meu Deus, por favor não me acorde!
 
— Amy.. - Eu murmurei com a voz embargada e ela logo desfez o contato.
 
— Vem, vamos sair logo daqui. - Ela falou me puxando pelo corredor vazio olhando para os lados.
 
— Eu preciso encontrar a Addison, Amy.
 
— Merda, ela está aqui também? - Amélia perguntou e eu assenti.
 
— Certo, nós vamos ajudá-la, mas precisamos nos ajudar primeiro para que não sejamos pegas, eu não quero passar mais nenhum dia nesse inferno.
 
Ela sussurrava me puxando e murmurava algumas coisas, como se estivesse falando sozinha.
 
— Merda, merda. Pensa Amélia. Pensa! - Ela resmungou e me puxou assim que voltamos a escutar vozes.
 
Amélia me puxou por alguns corredores e saímos em uma porta preta. Haviam várias máquinas de lavar e pilhas de uniformes dentro de sacolas.
 
— ISSO! - Ela falou animada e puxou duas sacolas transparentes. — Toma, veste rápido.
 
Ela me entregou a sacola que continha uma calça azul e uma blusa branca com detalhes em vermelho no bolso. Era o mesmo uniforme que a mulher que levava as refeições usava.
 
— Amélia, que porra é essa que está acontecendo? - Eu perguntei enquanto colocava a touca que ela me entregou.
 
— Resumindo toda a merda que entendi... Algumas pessoas não ficam infectadas pelo vírus. Eles estão usando nosso sangue para saber o motivo de não ficarmos doentes e não sei, eu não entendi muito bem mas tem alguma coisa a ver com dinheiro. Nós não podemos ficar doentes em hipótese alguma e é por isso que eles nos mantém presas.
 
— Por isso o desespero quando você fingiu passar mal. - Divaguei e ela assentiu rapidamente olhando para os lados.
 
— Nós não podemos sequer pegar uma gripe Mer. - Amélia pediu silêncio e me puxou para outro corredor.
 
— Carina também está aqui em algum lugar. - Amélia sussurrou e arrumou a postura assim que uma mulher passou por nós. Eu repeti o ato.
 
Eu sentia meu corpo todo suado. Alguns enfermeiros passam rapidamente por nós indo em direção ao corredor que Amélia ficava enquanto nos duas tentávamos parecer parte do quadro de funcionários.
 
— O que estão fazendo aqui? Andem as duas. É hora da refeição na ala F.
 
— Estamos indo. - Amélia falou firme e demos dois passos.
 
— E vocês vão sem isso? - O rapaz perguntou balançando a prancheta e Amélia voltou, puxando da mão dele com normalidade.
 
— A chefia coloca cada vez mais funcionários despreparados. - O rapaz resmungou andando na direção contrária e eu pude respirar finalmente.
 
— O que nos vamos fazer? - Perguntei vendo Amélia mexer nas folhas da prancheta.
 
— Eu não estou encontrando o nome da Carina. - Ela resmungou aflita e apontou. - Addison é Morgan ou Montgomery?
 
— Montgomery, Montgomery. - Respondi rapidamente e tentei olhar para a folha.
 
— Ela está na ala F.
 
Dizendo isso, Caminhamos novamente em direção às alas fingindo normalidade, mas quase não éramos notadas devido ao uso do uniforme.
 
— A doutora Hahn sabe que eu vou atrás da Addison. Nós temos que pensar em algo. - Falei recebendo o olhar astuto da minha amiga.
 
— Ela sabe que você vai, mas não sabe que eu vou junto pra te ajudar. - Amélia falou apontando para a letra F pintada na parede.

[...]

que tensão, senhor😬

estão gostando da estória??

The V - MeddisonWhere stories live. Discover now