Capítulo 23: Chris

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Assim que cheguei em casa vi meu irmão parado na porta,ele parecia preocupado,e por sua cara algo de ruim havia acontecido.

—O que foi?—Perguntei.

—Apenas entre,mamãe vai te explicar.

Dei de ombros e entrei,ao chegar na sala vi minha mãe andando de um lado para o outro enfrente ao sofá enquanto meu pai estava sentado na poltrona,seus olhos também fixados no sofá.

—Mãe?—A chamei confuso.

Ela apenas apontou para o objeto,ao cruzar a sala tomei um susto.

Miles?

Miles estava sentadinho no sofá segurando sua pequena mochila,olhei confuso para os lados em busca de Carly,mas não encontrei nada,ao olhar para meu pai ele apenas negou com a cabeça.

—Miles...

Ele me olhou já quase chorando,não permiti que Carly trouxesse as crianças para me ver,não queria que eles me vissem assim.

Me sentei ao seu lado com dificuldade,Miles veio até mim e me abraçou com força,já chorando.

—Está tudo bem pequeno.

—Senti sua falta tio Chris...

—Eu também pequeno.

—Mamãe disse que talvez você não voltasse pra gente...Achei que você fosse morrer...Eu não quero que você vá...

—Eu não vou pequeno...—Disse com os olhos marejados já.

Dentre todos os meus sobrinhos,Miles e eu sempre fomos os mais próximos,ele sempre foi o mais apegado a mim.

—Promete que não vai mais abandonar a gente?—Disse me olhando.

—Prometo!

Ele me abraçou com força e ficamos assim até que ele pegasse no sono.O ajeitei no sofá e o tapei com a manta que estava alí.

—Carly já está chegando?

—Sim...—Respondeu meu pai.

—Ele fugiu da escola Chris—Disse minha mãe.

—Como ele chegou aqui?

—De táxi.

—Ele pegou um táxi sozinho?—Disse preocupado.

—Não...Ele fugiu da escola Chris,pegou o metrô e tentou pegar um táxi,mas perdeu o dinheiro,então foi pro parque...

Fiquei apavorado,Carly mora do outro lado da cidade,ele poderia ter corrido sérios riscos.

—A taxista disse que uma mulher no parque o embarcou.

—Quem?

—Ele não disse o nome,só que conheceu ela no parque e que ela emprestou o dinheiro e ajudou ele a pegar o táxi...Imagina o meu susto quando ele passou por mim na cozinha perguntando,"Oi vovó,tio Chris está?"

Não pude deixar de rir da última parte,mas logo parei quando dona Lisa me metralhou com um olhar.

—Quem será essa mulher?

—Ele disse que ela se chama Anjo.

—É,ela deve ser um anjo mesmo...

Não demorou muito e Carly entrou esbravejando pela casa,mas suavizou ao vê-lo dormindo.

—Como você está?—Perguntou vindo até mim.

—Com dor—Respondi—Mas estou bem.

—Que bom...

—Ele te deu um susto e tanto.

—Imagina a minha alegria quando a diretora da escola ligou mais cedo,perguntando o motivo da falta dele.

Eu ri,Miles é um pestinha,assim como eu também era.

—Soube que a garota voltou...SN né?—Disse após um tempo em silêncio.

—Sim—Disse com um sorriso bobo.

—Gosta dela?

—É complicado,o que vai fazer com ele?

—Ainda não sei,o que ele fez foi muito grave Chris,algo sério podia ter acontecido.

—Só pega leve com ele tá bom?Ele só queria me ver,faz quase um ano que eles não me vêem.

—Eu sei,eles sentem muito a sua falta Chris...Acham que você morreu e não queremos contar.

Eu ri levemente.

—É sério Chris!

—Vamos fazer assim,no final de semana você traz eles pra dormirem aqui.

—Tem certeza disso?

—Sim,vai ser bom ter os três aqui no final de semana.

—Tá bom,eu trago eles.

—Obrigado.

Não demorou muito e Miles acordou,esfregando os olhos.

—Oi Bela Adormecida.

—Oi tio Chris.—Disse com um sorriso,mas paralisou ao ver Carly.

—Você está encrencado amigão.—Cochichei.

—Mamãe...

Carly se levantou e parou em sua frente.

—Desculpa ter fugido mamãe,mas eu precisava saber se o tio Chris estava bem...—Disse com olhos de gato.

—Miles o que você fez foi sério meu filho,você podia ter se machucado,alguém poderia ter te machucado.

—Eu sei mamãe...

—Não você não sabe Miles e,é isso o que me  preocupou,você é novo demais para entender certas coisas.

—Desculpa mamãe...

—Tudo bem meu amor,da próxima vez apenas ligue para o tio Chris e peça para um de nós te buscar,mas não faça mais isso ok?

—Ok...Então não estou de castigo?—Disse animado.

—A não mocinho,você está,e muito.

Sua carinha se desmanchou me fazendo rir.

—Sem videogame por uma semana.

—Tudo bem...—Disse com desânimo.

—Agora eu quero saber uma coisa.

—O que?

—Quem é a moça que te ajudou a pegar o táxi?

—Eu não lembro o nome dela mamãe,mas ela me deu dinheiro pro táxi,mas eu não pedi,eu nem queria,foi ela quem deu,"Encare isso como uma ajuda comunitária"—Fez sinal de aspas com as mãos.

—Você que a chamou?

—Não,ela quem veio até mim,ela ficou preocupada que eu estivesse sozinho no parque,ela me fez companhia na ponte,mas ela parecia estar triste,
parecia ter chorado,eu gostei dela mamãe,podemos a achar pra devolver o empréstimo?

—É claro querido,mas não hoje,já está muito tarde.

—Tá bom,podemos dormir no tio Chris hoje?

—Não,nós vamos pra casa.

—Por favor mamãe—Disse fazendo beicinho.

—Não,no final de semana voltamos e você vai poder ficar com seu tio.

—Sério tio Chris?—Disse me olhando todo alegre.

Assenti e pude ver sua felicidade,Miles saiu pulando,fazendo a sua dancinha da vitória.

—Que alegria toda é essa?—Minha mãe disse aparecendo na sala junto ao meu pai e meu irmão.

—Nem parece que levou um chingamento da sua mãe.

—Ela disse que vamos dormir aqui final de semana.—Disse pulando.

—É mesmo?

—Sim vovô,não vai ser legal?!

—Muito legal pequeno Evans.

Amores ao Acaso,Por Chris EvansWhere stories live. Discover now