Capitulo 19: Chris

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—Bom dia mãe—Disse quando a vi na cozinha

—Bom dia filho.—Abaixei um pouquinho e ganhei um beijo na testa.

Minha mãe passou a morar aqui em casa junto com Scott depois do acidente.

—Como se sente meu amor?

—Com dor,como sempre...

—É só uma fase filho,já vai passar.

—Espero que sim,não quero mais depender disso!—Apontei para minha bengala.

—Você não está mais na cadeira de rodas,isso já é um progresso.

—Eu sei mãe...

—Senta meu amor,já estou terminando.

Me sentei na cadeira com um pouco de dificuldade,
ainda dói muito para sentar.

—Cadê o mano?—Disse curioso,Scott sempre levanta primeiro que eu.

—Foi no centro pra mim,comprar algumas coisas,já deve estar voltando.

—Ok...—Disse sem ânimo algum.

—O que foi filho?

—Não é nada mãe.

—Eu te conheço mocinho,conte para mamãe.

—Eu só...Estou cansado,de tudo!

Minha mãe cogitou falar algo mas Scott chegou com as compras bem na hora.

—Bom dia velho ranzinza.

Atirei o pano de prato molhado que estava em minha frente em seu rosto.Scott me deu esse apelido agora,
algo a ver com o meu humor nos últimos tempos.

Ei!

Meninos sem briga.

—Tem mais no carro.—Disse assim que largou as sacolas encima da mesa.

Scott saiu e não demorou muito a voltar com mais sacolas.

—Prontinho...

—Chris,ajude seu irmão.

—Ok mamãe.

Ajudei a desempacotar todas as sacolas,mas não sou burro,soube no momento em que ele chegou,que algo não estava certo,Scott estava inquieto e com aquela cara de preocupado.

Após pormos a mesa do café,nos sentamos os três,estava tudo silencioso,mas eu podia ver sua inquietação nos olhos.

—Fala Scott!—Disse e tomei um gole de chá.

—O quê?

—Não se faça de idiota,eu sei que há algo errado.

—Não é nada!

—Fala.

Ele pareceu pensar,mas logo suspirou.

—Pode não ser nada ok?

—O que foi?

—Eu vi uma pessoa hoje no mercado...

—E?—Disse sem dar muita importância—Tudo isso por causa de uma pessoa?

—Chris não era uma pessoa qualquer,era ele.

Minha garganta se fechou,mamãe estava confusa.

—Po...Pode não ser nada Chris,quer dizer,eu não sei se ela vo...

Me levantei e saí da mesa,subi as escadas e fui para meu quarto.

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—E aí campeão?

Pai?

Meu pai estava parado na porta com um pacote nas mãos.

—O que o senhor tá fazendo aqui?Não deveria estar viajando a negócios?

—Meu filho é mais importante do que reuniões chatas.

Meu pai adentrou o quarto e se sentou ao meu lado.

—Mamãe contou o que aconteceu...

Suspirei um pouco cansado.

—Como está?

—Eu não sei...

—Gosta dela,não gosta?

—Acho que sim...Ela parecia ser especial...A garota certa...

—E?

—Agora virou tudo isso—Divaguei.

—Você é um cara forte.

Eu ri

—Ela pareceu ser alguém tão especial quando a atropelei.—Disse com um sorriso.

Ao olhar para meu pai vi seu rosto espantado.

Como?—Disse achando ter escutado errado.

—Quando a conheci,eu tava dirigindo em uma rua sem iluminação,eu não a vi e bati nela,ela só machucou o joelho por sorte,não deixou que eu a  levasse para o hospital,estava desconfiada,assustada na verdade,havia acabado de chegar no país...Então eu a trouxe pra cá e cuidei dela,foi assim que nos conhecemos...

—Há bom.

—Sabe...A última vez que eu fui na casa dela,nós... Transamos,mas não foi igual a outras vezes,com ela foi...

—Natural?

—Como você sabe?

—Quando aconteceu comigo e com sua mãe...Foi essa a sensação,natural,como se tivéssemos nascido um para o outro,como se nós conhecêssemos nossos corpos a tempos...

—Com ela foi tão especial,eu nunca tinha me sentido daquele jeito,eu queria ter ligado,mandado flores...
Mas a última coisa da qual me lembro,é do gosto do meu sangue na boca.—Disse sentindo um calafrio.

Meu pai ficou em silêncio.

—Acha que eu deveria ir lá...Quer dizer,só pra ver se está tudo bem?

—Eu não sei,o que você acha?

Meu pai,como sempre deu um sorriso acolhedor.

—Trouxe isso pra você.—Disse e entregou o pacote.

—O que é pai?

—Achei que iria gostar disso.

Me deu um beijo na cabeça e saiu.Ao abrir o pacote eu ri,uma miniatura do Capitão América barbudo.


Guardei meu presente e desci as escadas,
encontrando minha mãe na sala.

—Vai sair amor?

—Vou mãe,preciso de um pouco de ar.

—Tudo bem,mas não volte tarde.

—Sim senhora.

Peguei minha carteira e saí,não sei bem ao certo se ela voltou,e nem o que sinto,só sei que nesse momento preciso vê-la.

Amores ao Acaso,Por Chris EvansDonde viven las historias. Descúbrelo ahora