A última cartada

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Notas: não joguem praga, orem por mim. Porque praticamente TUDO que eu escrevo já aconteceu comigo e o que não aconteceu a vida se encarrega de fazer acontecer - estou cogitando escrever que uma das duas ganhe na mega sena - então, que senhor quebre os laços do inimigo e proteja a autora de todo mal amem (dedos cruzados e bora pra leitura).
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Pov Julia

*Ligação*

Você já descobriu onde vai ser a cerimonia?

— Ta de brincadeira né?

— Eu pareço estar?

— Você não sabe que eu sou foda? E que tenho meus contatinhos também?

— Falou com a garota? Ela soltou alguma coisa?

— Mas é claro, aquela dali faz qualquer coisa por um pino. Eu já tenho todas as informações que preciso, só preciso saber se é isso mesmo que você quer. Porque, pra mim, o método mais fácil...

— Eu não quero você repetindo mais nenhuma merda no meu ouvido, eu não tenho muito tempo. Acaba logo com isso e ponto final.

— Por mim, aquelas duas já teriam ido pro saco há muito tempo.

— A Emily teve a chance dela, eu daria tudo por aquela mulher... Bem, não posso demorar. Você sabe o que fazer.

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É um idiota mesmo, não consegue falar o nome daquela vagabunda sem chorar. Depois nós mulheres que somos o sexo frágil.

É nítido que Samuel é apaixonado pela Emily, assim como eu sou pela Sue, mas o que elas fizeram foi longe de mais. Não dá pra deixar passar batido. Estou muito fodida por causa dessas duas, a polícia está atrás de mim e Sam está preso. Eu não vou acabar igual a ele.

O cachorrinho do Samuel teve medo de fazer o que tinha que ser feito há anos e agora tá lá, preso pro resto da vida inútil dele de tanta coisa que apareceu depois que foi aberto aquele inquérito de violência doméstica. A ficha dele tava mais suja que qualquer outra coisa.

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E o grande dia chegou. Que bonitinho o lugar que elas escolheram pra morrer, o salão de uma igreja. Que fofas.

Estou dentro do carro há horas esperando as infelizes entrarem e nada. Isso só está me deixando com mais raiva.

Ah! Chegou! Uma Mercedes GLE 400, branca, Julgo ser o carro da Emily. E era exatamente o que eu pensava.

Sabia! Riquinha mimada dos infernos.

O motorista deixa Emily e a irmã na entrada do estacionamento da igreja. As duas entram com algumas sacolas e uma mala. O bom é que ela vai estar linda no funeral. Isso se eu não estragar aquele rostinho ridículo antes.

Logo em seguida chega Susan, com a amiga.

Bem, foda-se, é isso. Hora do show.

Entrar no local foi mais fácil do que qualquer outra coisa, a segurança estava tão precária que eu achei uma ofensa. Bastou eu dizer que era maquiadora das noivas que rapidamente me indicaram o local onde elas estariam.

Subi até o camarim e entrei no primeiro que vi. Não importa de quem seja, não importa quem será a primeira. Nessa altura do campeonato eu só quero vingar minha honra e dar um susto nessas duas.
Por sorte, era o camarim da Susan. Ela estava deitada num sofá de dois lugares, relaxando ao som de "this love" da Taylor Swift  — mano que casalzinho insuportável.

Respiro fundo antes de bater a porta com força, fazendo Susan levar um susto e olhar pra trás. Assim que me vê ela demora alguns segundos pra assimilar e, logo que consegue, salta do lugar com um olhar mais assustado do que há alguns segundos atrás.

— Julia? O que...— a interrompo antes dela continuar.

— Cala a boca e senta! — Falo apontando a arma pra ela e assim ela faz, me olhando nos olhos. Enquanto me aproximo, seu olhar percorre pelo meu corpo até parar no objeto que seguro em minha mão direita e eu aponto pra ela, exibindo-a. — Ah, gostou? É linda não é? — Falo sorrindo e analisando a arma. Encerro o sorriso e encaro Susan novamente antes de terminar a fala. — Você precisa ver o estrago que ela faz.

Os olhos de Susan não podiam estar mais abertos e assustados. Lágrimas de desespero se formam em sua órbita, eu tava gostando de sentir essa vulnerabilidade dela. Não era ela quem era tão forte e decidida da vida? Pois aparentemente o jogo virou.

— Julia, o que você quer? — Ela pergunta com a voz tremula e embargada pelo medo.

— Seu celular, me dá ele agora. — Falo estendendo a mão, ela hesita e eu me aproximo encostando o cano da arma em seu rosto. — Quando eu digo agora, é agora Susan.

Ela imediatamente aponta pro aparelho em cima da mesa ao lado do sofá, eu o pego e aponto pro rosto dela pra desbloquear a tela. Ela hesita novamente, virando o rosto, eu sou obrigada a dar uma coronhada nela e a seguro pelo queixo. Susan solta um gemido de dor, que soam como música aos meus ouvidos.

— Olha porra! — grito e ela olha pra tela, desbloqueando o aparelho. — Shiu! Continua sentadinha aí.

Me afasto e entro no aplicativo de mensagens, pra enviar uma mensagem de texto pra Emily, que no caso está gravada como "Amor" seguido dos emojis de uma abelha e um coração.

— Amor? — falo com desdém olhando pra ela. — Como vocês são bregas, bom, pelo menos não repetiu o meu apelido né Susan?

— O que você vai fazer? Não manda mensagem pra ela, Julia! Por favor!

— Ow! Se controla! E volta pro seu lugar antes que eu me aborreça. — falo digitando e encaminho a mensagem antes de jogar o celular dela pra longe. O aparelho cai no outro canto da sala e deu pra ouvir ele se quebrando.

— O que você fez? — ela me pergunta.

— shhh! — falo com o cano da arma na frente da minha boca, pra ela parar de me fazer perguntas. — Para de ser curiosa, mulher! Logo, logo você vai saber.

Não demora muito e eu ouço batidas na porta. Caminho até a maçaneta e abro. Assim que Emily entra eu fecho a porta novamente e o grande show começa.

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Notas finais: Estão orando por mim? bora menines cade as velas?

EmiSue - Armadilhas do coração Onde as histórias ganham vida. Descobre agora