A Fuga

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 Atrás do ogro, havia uma cabana; e dentro da cabana em questão parecia haver algo mais. Dessa vez é a Vagalume que puxa sua nova amiga, curiosa para saber o que havia atrás das costas do ogro. As duas deram a volta no monstro através dos arbustos e se aproximaram furtivamente da cabana, onde viram choros baixinhos, quase como piados. Eram as fadas presas pelo ogro em uma gaiola.

 Tal gaiola estava em cima de uma mesa enorme, que a pequena Vagalume não alcançava. Ela olhava para os lados, procurando formas de subir. A criatura sinalizou apontando para cima, depois para suas costas, falando mais uma frase incompreensível. Vagalume subiu nas costas de Aselshali e alcançou o topo da mesa com certa dificuldade, como esperado de sua coordenação motora ainda a desenvolver.

 A pequena viu pela primeira vez aqueles pequenos seres que choravam de medo pelo seu destino. Pareciam com pequenas aranhas, mas com cabeça, tronco e braços humanoides, e possuía ainda asas de borboleta nas costas. Até que pareciam seres amáveis.

 Vagalume quase se desequilibrou umas duas ou três vezes, mas conseguiu se manter nos ombros de Aselshali, pelo menos até a pequena alcançar a gaiola. Por fim, Vagalume se desequilibrou e caiu para trás, com Aselshali tentando segurá-la. A pequena grita de medo, e a gaiola começa a flutuar e a descer lentamente. As fadas estavam usando do poder que lhes restava para manter a menina segura.

 Vagalume chega ao chão sentada e com todo mundo seguro, e era um momento perfeito para pensar em um plano para sair dali. Não dava mais para fazer o truque das fadas, já que elas estavam sem magia e o ogro podia pegá-las na porta.

 Aselshali encontrou um canto na cabana de madeira que estava bem desgastado por causa dos insetos e da umidade, armou suas garras e deu alguns bons golpes no local até abrir um buraco grande o suficiente para que passasse pelo menos um indivíduo de tamanho médio de cada vez. O único problema é que, com a escavação, o monstro percebeu que havia algo acontecendo na cabana, e estava se dirigindo para lá para verificar.

 Logo que ouviu os passos do ogro, Aselshali levou Vagalume para a passagem e indicou para que ela passasse. Vagalume se rastejou pela passagem, levando consigo a gaiola. Só que Aselshali não saiu.

 A pequena ouviu um estrondo que a fez dar um salto de susto, como se algo tivesse batido bem forte no chão. Em seguida, Aselshali saiu pela abertura de escape, rastejando pelo buraco como um coelho, o mais rápido que podia. Vagalume já havia aberto a gaiola e as fadas agora estavam voando em direção a algum canto mágico e secreto daquela floresta.

 Ao saírem da cabana, as duas se depararam justamente com a tal floresta fechada e escura de antes. Aselshali se dirigiu rapidamente para lá, puxando Vagalume, que estava encolhida de medo.

Crônicas do VazioWhere stories live. Discover now