Capítulo 2

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LINSEY CARLSON

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LINSEY CARLSON

__ Ah sério mesmo? - questiono irritada para a atendente que parece nem ligar com meu tom de irritação. - Moça...

__ Você não acha que está meio fora do peso? - uma careta se forma em seu rosto enquanto me olha de cima abaixo. - Fique feliz que não tem esse doce, assim você pode perder gordura.

Poderia fingir que não escutei nada disso, deixar sair tudo do meu ouvido para fora. Uma mentira, era o que eu estaria inventando para mim mesma. Essas palavras acabaram machucando de um jeito ou de outro.

__ Obrigada pela sua opinião. - sorrio forçado para mesma.

Costume. O costume de sorrir mesmo quando te afetam bem lá no fundo, é uma dádiva para mim. Quando você se acostuma com certas coisas, mesmo sendo problemáticas, ninguém mais pode tirar aquela dor de você, porque ela sempre vai te acompanhar para todo lugar.

Minha família sempre foi rígida em todos os quesitos possíveis. Mas nós garotas, éramos que passávamos pelos aprovamentos das mulheres da família.  Desde que completassemos nossos dez anos, tínhamos a regra de começar a seguir uma dieta regrada de comida. Só fazíamos duas refeições por dia. Não podíamos comer nada além do nosso almoço, e do nosso pequeno lanche da tarde. Se fossemos pegas quebrando essa regra tão importante, levamos o castigo de ficar um dia inteiro trancada no porão da nossa casa. Ficávamos presas no lugar apertado, fechado, escuro, e com os barulhos de ratos passando por nós, e nem por isso podíamos fazer um barulho sequer porque se fizéssemos tudo iria piorar.

Quando completei meus treze anos tudo piorou para mim. Porque estava começando a ter um ganho de peso, e não era porque ganhava comida em casa, mas sim, porque com a escola, tinha muitos trabalhos nas casas de minhas amigas, e lá me ofereciam comida, e na verdade, tinha a obrigação de negar mas sentia tanta vontade de provar aqueles doces bonitos. Então aceitava, e comia, comia muitos.

E todos os dias era obrigada a me pesar, e com o tempo fui pegando alguams gordurinhas, meu peso estava aumentando, e isso irritava muito mamãe e vovó. E como uma forma de repreensão, elas me levavam até a frente do espelho e lá elas diziam as palavras mais dolorosas possíveis. As quais nunca vou poder apagar da minha mente.

"Você nunca vai se casar, quem vai querer ter uma mulher gorda ao seu lado?"

"Você não tem vergonha de olhar seu reflexo, olha para essa gordura."

ou "olha, sua cara está toda rechonchuda, nem para fechar a boca você serve".

Mas juro, tentei com todas minhas forças para de aceitar as comidas que me ofereciam, mas não conseguia. E depois, comecei a mudar meu caminho, invés de seguir para casa depois da escola, pegava minha mesada que juntava todo mês, e corria até alguam lanchonete distante de casa, onde gastava todo meu dinheiro com comidas gordurosas, e as quais nunca fui liberada a comer. Comia muito, muito mesmo. Não era normal uma pessoa comer toda aquela comida, e no fundo sabia disso. Ignorava, ignorava os sinais que meu corpo dava que estava bem. 

Provando do venenoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora