Pois sei que ele estava vivo até algumas horas atrás, já que pelo visto você o levou para um passeio em um galpão cheio de drogas e armas traficadas. Acha que as provas que ele já possuiu contra você são poucas? Quer fornecer para ele uma pilha delas? Porque é isso que você está fazendo enquanto se diverte com essa estúpida briguinha de cão e gato.

– Não!... – Ele tentou falar, mas foi interrompido.

Nós não medimos forças, não entramos em joguinhos de poder com policiais, Yibo. Nós os eliminamos. Simples e fácil. Então, pela última vez, você já o matou?

– Não... – A palavra ficou entalada na garganta saindo como um guinchado.

E quando pretende fazê-lo? – O mais velho exigiu, raivoso.

– Eu... Não sei... – Yibo disse a verdade, ou pelo menos a verdade que ele conhecia. Não tinha ideia do que estava acontecendo e porque ele não conseguia disparar o gatilho quando seu alvo era Xiao. Ele apertou os olhos, as sobrancelhas franzidas quase se unindo. Doía falhar. Doía ainda mais expor a sua falha na frente do tio. Fazia com que ele parecesse fraco.

Você não sabe? – Ricado repetiu, sua voz refletindo uma falsa calma que era de longe o verdadeiro estado de espírito do Wang. – Pode me dizer por quê?

– Não sei. – Yibo disse por impulso, mas logo corrigiu-se – Estão nos seguindo! Acho que vale a pena saber quem poderia querer algo de nós antes de matá-lo.

PARE DE ELABORAR DESCULPAS, YIBO! Estão sendo perseguidos há o que? Três horas? Você poderia ter o matado diversas vezes nas últimas horas, ou melhor, nos últimos dias, mas não o fez.

Ele abaixou a cabeça olhando para os seus pés descalços.

– Eu lamento muito, Tio. Mas eu não compartilho da sua opinião. Xiao Zhan não é uma ameaça para mim.

Sabe o que ele quer de você, Yibo? Sabe por que ele esta bancando o bonzinho? Não seja ingênuo, você sabe muito bem o que os homens querem de você. Esse agente vai usá-lo de todas as formas que puder antes de jogá-lo para os leões.

– Eu não sou uma bonequinha frágil, Tio Ricado – Yibo crispou, pensando no quão irônico era aquela frase vinda de Ricado. E o que seu tio fazia com ele dentro da máfia? Não era usá-lo?

Ricado deu uma risada seca.

Eu vou estar aqui, Yibo, quando tudo isso acabar. Quando esse agente lhe passar a maior rasteira da sua vida. Eu estarei aqui, te esperando. E quando você chegar, eu vou dizer que avisei, eu vou rir nas fuças desse seu rostinho bonito, e você vai apanhar tanto garoto, tanto! E mesmo sabendo disso você vai correr para mim, implorar pelo meu perdão, porque eu sempre estarei aqui para você, Yibo. Sou a única pessoa no mundo em que você pode confiar. E vai aprender isso do modo mais difícil.

Yibo mordeu o lábio inferior com força. As mãos em punho. Todo o seu rosto estava queimando. Mas, os olhos permaneceram secos. Há muito tempo não chorava.

Apenas um conselho, não se meta quando pessoas dispostas a realizar esse trabalho forem atrás do seu amigo.

Yibo balançou a cabeça uma vez em entendimento.

– Me desculpe... – lamentou.

Eu entro em contato com você, Yibo. – a voz fez uma pausa e Yibo perguntou-se se ele tinha desligado – Você me decepciona.

E então ele foi mergulhado em suas lembranças, há alguns anos atrás, quando tinha apenas doze anos de idade.

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