- ESQUECE A APOSTA OK?

- NÃO EU NÃO VOU ESQUCER A APOSTA, FOI VOCÊ QUE FOI SEQUESTRADA E QUASE MORREU? – Ele bufou. – Que merda Nat, porque não me conta a verdade.

- Eu não quero te machucar. – Ele segurou meu rosto. – Eu preciso que tudo volte ao normal, tudo volte a ser como era.

- Sinto muito Carter, temos um filho tudo mudou.

- Bom dia mamãe. – Me virei vendo Antônio com o cabelo bagunçado de pijama de pirata bocejando.

- Oi meu amor, dormiu bem? – Fui até ele me agachando.

- Sim, sonhei com o papai de novo ele me protegeu dos palhaços malvados. – Ele beijou minha bochecha. – Ele era parecido com o Nathan. – Ele sussurrou.

- Diga bom dia para o Nat.

- Good Morning Nat. – Ele foi abraça-lo.

- Morning Antônio.

Nathan estava aprendendo português e ensinando Antônio a falar inglês nos finais de semana e quando o levava para a escola, o que era com frequência já que meu filho havia enjoado por ir à escola pela a mãe lésbica.

Depois do café da manhã Nat foi mostrar as fotos de Portland para Antônio enquanto eu lavava a louça e tentava entender o porque ele pegou minha calcinha, e como não senti falta dela?

A questão é que Nat quer que tudo volte a ser como era, será que ele não entende que nunca vai voltar? Eu tenho um filho de cinco anos para criar e ainda tenho que contar para ele que Nathan Carter é seu pai e que provavelmente vamos embora para Portland, pois eu havia dado uma chance para que o mesmo provasse que seria um bom pai e se ele fosse nós iriamos embora do Brasil. Pelo menos ele não tem mais uma mãe lésbica.

- Terra chamando Alessandra. – Nathan apareceu em minha frente. – Seu celular estava tocando.

- Droga. – Sequei minhas mãos indo até meu quarto pegar o celular. – Oi mãe. – Liguei de volta. – Podemos conversar depois que eu deixar o Antônio na escola? Preciso da sua opinião, se quiser pode ser no rota. Ok, três horas no rota, beijos.

Hoje eu iria levar Antônio para escola e tentar contar um pouco mais sobre o seu pai, Enquanto Nathan praticava o português para contar que era o pai dele depois de um piquenique em família.

- Antônio, o que você acha do Nathan?

- Ele é bem legal, mas as vezes não entendo ele.

- E se ele fosse bem parecido com o seu pai, o que acharia?

- Ele seria um bom pai, ele me ajuda na lição de casa e me leva pra jogar bola. – Sorri. – Já o chamei de papai sem querer, desculpa mamãe.

- E o que ele disse?

- Ele começou a chorar e eu pedi desculpa.

- E se ele fosse o seu pai? Como você reagiria? – Tentei ver sua expressão pelo retrovisor do carro.

- Ele é o meu pai? – Seu sorriso cresceu. – Legal, posso chama-lo de papai então?

- Ele quer falar com você sobre isso, por isso está aprendendo português.

- Posso apresentar para os meus amigos, e dizer que você não é lésbica? – Ri.

- Veja com ele querido. – Estacionei o carro. – Mas deixa ele te contar primeiro ok?

- Ok. – Ele beijou minha bochecha. – Até mais tarde mamãe.

- Até meu amor, eu te amo.

- Eu também te amo.

Contei para Nat a animação de Antônio ao saber que ele é o seu pai e eu entendi o que meu filho disse ver ao chama-lo de pai. Nathan esfregou os olhos e entrou no banheiro tentando esconder as lágrimas.

Eu estou com medo. Antônio é meu, fui eu quem o ensinou a falar, a andar e usar as palavrinhas mágicas. Fui eu quem aturou músicas infantis e desenhos tolos que ensinavam a dividir, formas ou cores. Eu que sofri sozinha no parto e depois do parto por mais quarenta dias com dores nos pontos e no bico do peito por ele machucar.

Antônio era meu. Meu porto seguro, meu filho, meu príncipe e meu segredo. Nathan não pode chegar o nada e simplesmente toma-lo de mim e leva-lo para Portland. E se Andrew ainda está nos caçando, ele realmente vai colocar a vida de Antônio em risco?

- Querida, ele não está sendo um ótimo pai? Você prometeu a ele que se ele fosse um ótimo pai você pensaria sobre ir embora daqui.

- Ele está sendo um ótimo pai, mas e o Andrew? Não vou colocar a vida do meu filho em risco, ele é meu.

- Você está com medo, pois o Antônio está dividido entre vocês dois, é por isso que Nathan quer que vocês morem juntos. – Ela tomou um longo gole de Coca-Cola. – Como está o seu relacionamento com ele?

- Descobri que ele pegou uma calcinha minha. – Minha mãe riu. – Mãe é serio toda vez que entro pra tomar banho tem cueca dele no chão e a toalha sempre está na cama.

- Isso vai ser normal, quero saber como vocês estão se dando.

- Ele tentou me beijar duas vezes mas eu não consegui na primeira vez e na segunda o Antônio apareceu na cozinha, acabamos acordando-o após uma discussão.

- Discussão?

- Você não acha estranho ele saber do filho e só vir procura-lo depois de três anos?

- Não, é muito normal isso ocorrer. Até ele raciocinar tudo que está ocorrendo, ele pode ter corrido atrás de outras coisas também.

- Tipo?

- Ele pode ter tentando colocar o Andrew atrás das grades para que ele não machuque o Antônio. – Concordei. – Ou preparando a casa dos sonhos com tudo que o Toninho tem direito

Minha mãe tem uma mania de chamar o Antônio de Toninho desde a maternidade, ela diz que é porque ele é muito miúdo e lindo. Mas ela pode estar com a razão de que Nathan pode ter demorando por conta do Andrew.

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Capítulo curtinho porque demorei para publicar.

25 votos e eu posto o próximo.

Meu Segredo (não revisado)Where stories live. Discover now