Lara Stilinski

Capítulo 27

Pov Lara

Encaro as pontas do meu cabelo enquanto seguro uma mecha com a minha mão livre.

Ainda preciso usar uma tipoia no meu braço esquerdo, que ainda não se recuperou totalmente do tiro que o Matt me deu.

Ainda sinto dor no meu ombro,mas não tanto como antes. Em poucos dias eu estarei livre da tipoia.

A senhorita Morrell me encarava pacientemente esperando eu falar algo, mas não sei se consigo.

Não sei por onde começar e nem o que eu devo falar, foram dias difíceis.

- Lara, você sabe que pode me falar o que quiser. Pode começar me dizendo como está. Seu ombro está melhor? - Perguntou ela.

- Os médicos falaram que eu tive sorte, em poucos dias eu me livro disso. Não sinto mais dor, mas pode ser por causa dos remédios. - Disse.

- Você realmente teve muita sorte. - Disse ela.

- Eu não acredito que foi sorte.- Disse.

- Mas pelo que soube o tiro não era para você. - Disse ela.

- Sim, eu entrei na frente de um tiro. - Disse.

- Para salvar o Scott né? - Perguntou ela.

- Sim. Por que faz perguntas que já sabe as respostas? - Perguntei.

- Porque eu estou aqui para ouvir você falar. - Disse ela.

- E o que você quer ouvir? - Perguntei.

- Sua relação com o Scott, você ama tanto ele para entrar na frente de uma bala? - Perguntou ela.

- Acho que isso é claro, e eu não me arrependo se é isso que está pensando. Eu faria de novo se fosse para salvar ele.- Disse.

- E você falou com ele depois daquela noite? - Perguntou ela.

- Não, mas soube que ele esteve no hospital todo o tempo que eu estive lá.- Disse e suspirei.

- Por que não se falaram depois disso? - Perguntou ela.

- Não sei, acho que precisava de um tempo, e talvez ele também. - Disse.

- E você ainda precisa desse tempo? - Perguntou ela.

- Eu não sei, talvez não. Mas ele também precisa resolver os seus problemas.- Disse.

- Não acha que pode ajudá-lo? - Perguntou ela.

- Eu quero, mas não sei se consigo, e não sei se ele quer. - Disse.

- Por que acha que ele não iria querer? - Perguntou ela.

- Talvez seja porquê não me procurou desde que eu saí do hospital. - Disse.

- Mas pelo que eu soube ele não procurou ninguém, está tão isolado quanto você. - Disse ela.

- Eu sei. Gostaria muito de poder ajudá-lo, de verdade. - Disse e suspirei.

- E acha que ele pode lhe ajudar? - Perguntou ela.

- Com o que? - Perguntei.

- A superar esse momento difícil. - Disse ela.

- Talvez sim, mas não posso ser egoísta no momento, e eu estou bem, foi só um arranhão. Mas eu vim aqui porque quero me sentir melhor para talvez conseguir o ajudar. - Disse.

- Por isso que ainda não falou com ele? Por não achar que está bem para o ajudar. - Disse ela.

- Também. Mas eu acho que além disso eu também precisava de um tempo sozinha, é confuso. As vezes eu mesma não me entendo. - Disse e me ajeitei na cadeira.