Episódio 02

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Chegando em sua casa, ele sobe quieto sob protestos de sua mãe pelo que viu em seus olhos. Acusando de seu filho estar "possuído" por demônios ou algo sobrenatural que não é desse mundo. Ele parece não ouvir a voz de sua progenitora. Apenas passa por ela fingindo que não a via, indo em direção ao seu quarto. Entrou, trancou a porta, tirou suas roupas e foi tomar um banho relaxante. A água caía sobre sua pele, fazia o levar para outro lugar. Sua mente pregava-lhe uma peça. Ele via somente o doutor Homaxley. Seu corpo reagia ao dele, em que se percebia os músculos eretos.

Sentia algo diferente. Era algo mais carnal, algo mais profano. Erótico é a palavra que o descreve naquele momento. Espantou seus pensamentos, logo tratou de terminar seu banho. Secou-se, vestiu uma cueca boxer, uma bermuda, uma camiseta e foi para sua cama. Não sentia fome e nem nada. Apenas queria descansar, dormir ou apenas desmaiar e não acordar.

Deitou-se, cobriu seu corpo e tentou dormir. Mas, o sono parecia ter lhe abandonado. Virou de um lado, outro e nada do sono vir. Por fim, ligou a TV e o primeiro canal que apareceu foi o da região de onde morava. Então viu que estava rolando um sorteio. Logo viu que se tratava do kit do vestido vermelho que experimentou na loja. Se sentou na cama com os olhos concentrados na televisão.

"― Vamos saber quem ganhará esse vestido, com esse perfume maravilhoso, essa maleta de maquiagem, esse salto alto e essa peruca maravilhosa! Meninos, joguem os cupons ao alto!

A mulher estendeu seus braços ao alto e pegou um dos cupons que foram projetados para cima.

Vamos ver quem foi o vencedor ou vencedora. É um vencedor! O nome dele é Gabriel Lucena! Parabéns, Gabriel! Apareça amanhã para pegar seu prêmio na Loja Calçadão das roupas e acessórios! Tchau e até amanhã!"

O jovem na hora ficou sem acreditar no que havia ganhado. Parece que era para ser dele aquele vestido. Coube tão perfeitamente, que, parecia obra de alguma costureira que sabe exatamente suas medidas corporais.

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Doutor Homaxley ficou a tarde toda e o início da noite pensando no paciente que tentou se suicidar.

O médico não se concentrava. O garoto vinha a todo o momento em sua mente. Parece que o homem caiu na teia de Gabe. Não poderia ficar pensando num paciente seu com segundas intenções, mesmo que seja escondido lá dentro de sua mente, já que o mesmo era casado com a diretora do hospital.

Terminou seu plantão e foi até a sala de sua esposa.

Bateu à porta e logo ela pediu para entrar.

― Entra.

― Sou eu, Renata. Vamos?

― Oi meu amor! Vamos. ― pegou sua bolsa, a chave de seu carro e seu celular, se levantou, saiu da sala, trancou a porta e foi embora.

― Hoje atendi o garoto que tentou se matar na Floresta Suicida.

― Fiquei sabendo que a corda "quebrou arrebentou por milagre". ― saíram dos corredores do hospital e foram para o estacionamento dos funcionários.

― Ele não me sai da cabeça.

― O que quer dizer com isso?! ― perguntou revoltada, porém, entendia-se a ironia no tom de sua voz quase risonha.

― Paranoia de médico, amor. Paranoia de médico. Mas tem uma coisa que me deixa encabulado.

― O que?

― O olhar dele.

― O que tem o olhar dele?

― Ele tem um olhar diferente. Quando ele me olhava, parecia que estava me lendo por dentro. Chegou até me incomodar certas horas. Eu sentia que os olhos dele eram um tipo de Raio x.

Carmemحيث تعيش القصص. اكتشف الآن