A última híbrida

26° Capítulo

Isaac narrando:

Isaac: Vamos Ayla, sai daí — Bati na porta mais uma vez, já faz uns 15 minutos que estou tentando tirar ela de dentro do banheiro — A gente não vai ficar o dia todo aqui.

Ayla: Não quero sair daqui… — Interrompi antes dela falar mais alguma coisa.

Isaac: Ou você abre a porta como uma pessoa normal ou eu arrombo ela — Já estava perdendo a paciência com essa loba dela.

Silêncio, por uns 2 minutos o quarto ficou em um silêncio insuportável, eu não falava nada, Ayla não falava nada e nem mesmo Diego.

Diego: Filha? — Se aproximou da porta — Você tá bem aí?

Ouvimos a chave virar na maçaneta e olhamos um para o outro, Ayla saiu do banheiro com uma mão na testa e olhos fechados.

Ayla: Minha cabeça tá estourando de dor — Olhou pra gente e percebi seus olhos pretos, sem a loba dela no controle.

Diego: Você está bem agora? — Levantou o rosto da filha e ela assenou confirmando — Que bom, porquê preciso sair e deixar você com Isaac, e com a sua loba no controle não posso deixar vocês sozinhos.

Percebi ela com as bochechas vermelhas e abaixou a cabeça, cocei a nuca pela insinuação mas permaneci calado.

Diego: Vanessa vai ficar em casa, se precisar pode chamar ela — Deu um beijo na testa dela e olhou para mim — Se comporta garoto — Bateu no meu ombro e saiu do quarto.

Ficamos um tempo em silêncio, não sabia nem como começar a conversar com ela.

Aula: Desculpa por ter… — Acho que ela não conseguia nem achar a palavra certa — Você sabe o que aconteceu, só desculpa, eu não conseguia tomar o controle de volta.

Isaac: Ta tudo bem, de verdade — Sentei no sofá e ela foi em direção a cama, ficamos mais um tempo em um silêncio um pouco constrangedor, pelo menos da minha parte — Fui ver a bruxa da alcatéia hoje, ela quer te conhecer.

Ela me olhou e franziu um pouco a testa.

Ayla: Quero ir lá hoje, preciso saber o que tá acontecendo comigo, se eu quero ficar aqui eu tenho que controlar minha loba, e vou precisar de ajuda para entender isso.

Isaac: Vamos esperar meu pai e Diego voltarem e nós vamos — Ela confirmou — Quer correr um pouco?

Ayla: Não — Disse um pouco grossa — Não quero deixar minha loba no controle denovo. — Acalmou a voz.

Senti que não era só isso, tinha algo a mais no tom de voz dela, mas resolvi não falar nada.

Primeiro vamos na bruxa e depois tiro minhas dúvidas, com ela e Diego.

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Estamos a caminho da casa de Kelly, Ayla esta um pouco inquieta no banco de trás do carro.

Olhei pelo retrovisor e ela estava me olhando, dei um sorriso de canto e olhei para frente depois dela retribuir.

Dei três batidas na porta como sempre faço e logo escutamos um resmungo do lado de dentro, quando tentei escutar melhor ela abriu a porta e olhou para cada um mas seu olhar parou em alguém específico.

Vó Kelly: É mais bonita pessoalmente — Chegou perto e pegou em suas mãos — Venham, entrem, gosto da visita de vocês.

Não esperou ninguém responder e logo puxou Ayla para dentro e a acomodou no enorme sofá

Diego: Temos que achar uma solução o mais rápido possível — Disse um pouco frustrado — A loba dela está fora de controle.

Vó Kelly: Tudo bem, tudo bem — Fez uma pausa parecendo pensar em alguma coisa — Preciso ficar sozinha com ela em meu quarto, logo nós voltamos.

Ao passar por nós deu um olhar mortal e só resmungou "nada de audição aguçada"

Engoli em seco e todos nós concordamos. Espero que descubra o que é.

Ayla narrando:

Só de não ter nenhum dos três comigo já fiquei um pouco tensa e em alerta, não a conheço e nem sei se suas intenções são boas mesmo.

Ela entrou no quarto e me disse pra sentar em um sofá que tinha ali, uma cama pequena no canto da parede e vários livros espalhados pelo quarto.

Me sentei e ela foi até a estante pegar algum livro, tomara que ela consiga.

Ela se sentou na minha frente e começou a passar algumas páginas.

Kelly: Preciso ver suas memórias, entrar na sua mente e entrar em contato com a sua loba pra saber o que está acontecendo. — Concordei com a cabeça e logo seus olhos se tornaram brancos.

Senti minha cabeça um pouco pesada, como se minha loba estivesse resistindo.

Apertei as mãos no sofá e me mantive firme, ta doendo demais. Soltei um gemido de dor e coloquei as mãos em cada lado da minha cabeça.

Parecia que ia explodir, o que essa loba quer? Não aguento mais esse descontrole.

Logo entendi o que ela queria quando as garras começaram aparecer, ela queria o controle.

Soltei alguns rosnados sem vontade própria e logo ouvi alguns passos dentro do quarto.

Isaac: Ei — Colocou as mãos do lado do meu rosto — Eu to aqui com você, não precisa ficar insegura, eu to aqui com você — Alisou minha bochecha — To aqui com você.

Senti um alívio na minha cabeça e minha loba se acalmou ao escutar a voz dele e sentir seu toque.

Ayla: Obrigada — Consegui sussurrar — Podemos tentar denovo? — Perguntei para Kelly e ela confirmou.

A mão de Isaac se encaixou com a minha e ele apertou forte.

Os olhos dela ficaram brancos denovo e fechei os olhos repassando todas as lembranças de três meses antes até agora.

Abri os olhos e ela estava um pouco confusa, assimilando algumas informações.

Kelly: Descanse um pouco, preciso procurar um outro livro para poder me comunicar com sua loba. — Deu um sorriso gentil e apontou para a cama — Se quiser deitar fique a vontade.

Apenas concordei e sorri de lado. Isaac apertou minha mão e sorriu para mim, meu olhar desceu para sua boca, dentes bem brancos e alinhados, lábios nem tão finos e nem tão grossos.

Percebi sua respiração um pouco acelerada e olhei em seus olhos, logo seu olhar desceu para minha boca analisando e engoliu em seco antes de colocar sua mão na lateral do meu pescoço cobrindo um pouco da minha bochecha.

Ele se aproximou um pouco mais, intercalando seu olhar em minha boca e meus olhos.

Senti sua respiração batendo contra meu rosto, sua boca entreaberta e nossas testas se encostaram, seu nariz passando levemente sobre o meu.

Sabia o que ia acontecer, já vi papai e mamãe se beijando, mas eles eram companheiros. Estou confusa demais para pensar em algum laço de companheirismo.

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Querem que eu poste o outro hoje ou amanhã?